DST no Ãmbito da relaÃÃo estÃvel: AnÃlise cultural com base na perspectiva da mulher

• Autor(a) principal: Leilane Barbosa de Sousa
• Data de Publicação: 2007
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1061
• topic: DoenÃas Sexualmente TransmissÃveis; Cultura; Enfermagem; Sexually Transmitted Diseases; Culture; Nursing; ENFERMAGEM

Com suporte no advento da descoberta do HIV/aids, foram definidos os grupos de risco para as doenÃas sexualmente transmissÃveis (DST), centralizados em homossexuais e profissionais do sexo, de forma que a populaÃÃo que nÃo se encontrava nesses grupos nÃo se considerava vulnerÃvel Ãs DST. A desconsideraÃÃo do risco ocasionou inversÃo no nÃmero de casos de DST em populaÃÃes especÃficas. Os nÃmeros revelam, por exemplo, que em relaÃÃo ao nÃmero de casos de HIV, a razÃo entre sexos tende a diminuir e a transmissÃo entre heterossexuais jà prevalece sobre a transferÃncia entre homossexuais. Diante disso, mulheres heterossexuais passaram tambÃm a concorrer como grupo de risco, entre as quais estÃo as que estabelecem uniÃo estÃvel. ApÃs o diagnÃstico, a mulher pode experimentar uma situaÃÃo de conflito com seu companheiro ao tentar descobrir a origem do contÃgio. Partindo desses pressupostos este estudo foi realizado. O objetivo geral da pesquisa foi investigar a contaminaÃÃo por DST no Ãmbito de uma relaÃÃo estÃvel, e os objetivos especÃficos foram identificar fatores culturais que possam favorecer o risco de DST em casais e analisar as significaÃÃes da contaminaÃÃo por DST para o casal. Como metodologia adotou-se a abordagem etnogrÃfica, com suporte na Teoria do Cuidado Cultural. Desenvolveu-se o estudo no Centro de Desenvolvimento Familiar (CEDEFAM) e no contexto familiar de sete mulheres, durante nove meses. Como resultados, foi possÃvel identificar a interaÃÃo de informaÃÃes sobre DST nos sistemas de saÃde profissionais e populares, de modo que as lacunas em relaÃÃo ao conhecimento e conscientizaÃÃo sobre o risco parecem emergir do entrelace de questÃes culturais e de gÃnero, enraizadas, transmitidas e compartilhadas dentro da sociedade. Assim, baseados nas informaÃÃes sobre DST produzidas em seu contexto cultural, homens e mulheres desenvolveram percepÃÃes errÃneas sobre risco de DST e, com suporte nisso, adotaram comportamentos sexuais que favoreceram a contaminaÃÃo. Constatou-se, tambÃm, que o diagnÃstico de DST influencia o comportamento sexual das mulheres, que passam a redescobrir seus corpos e desenvolver indÃcios de cuidado com a saÃde sexual e reprodutiva do casal. Em face disso, todavia, verificou-se que os homens parecem se comportar como coadjuvantes no processo e ainda consideram o problema como inerente apenas à parte feminina. Conclui-se, com arrimo nos achados, que à imprescindÃvel a abordagem da cultura nas aÃÃes de EducaÃÃo em SaÃde para a promoÃÃo da saÃde sexual e reprodutiva do casal. Acredita-se que, com esteio em estratÃgias de EducaÃÃo em SaÃde culturalmente direcionadas poderÃo ser alcanÃados resultados de impacto positivo na assimilaÃÃo do risco e quebra da cadeia de transmissÃo de DST.