A IntermediaÃÃo e os problemas socio-econÃmicos no defeso da pesca de lagostas em Redonda, Icapuà (CE)

• Autor(a) principal: Josà Wilson Galdino
• Data de Publicação: 1995
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5145
• topic: Pesca Artesanal: IntermediaÃÃo na Pesca; Comunidades LitorÃneas; Pesca de Lagostas; Artisanal Fisheries; Intermediation in Fishing; Coastal Communities; Fishing Lobsters; ENGENHARIA AGRICOLA

O fechamento da temporada de pesca da lagosta no Nordeste Brasileiro, que, atualmente, vai de 1 de janeiro a 30 de abril (portaria/IBAMA n 137/94, de 12 de dezembro de 1994), à conhecido como o âdefeso da lagostaâ. Nesse perÃodo, as comunidades de pescadores litorÃneas que vivem exclusivamente da pesca desse crustÃceo passam por suas maiores necessidades e enfrentam seus piores problemas socioeconÃmicos. Assim, os pescadores artesanais dessas comunidades ficam mais vulnerÃveis e dependentes das aÃÃes, intervenÃÃes e favores dos agentes que atuam na comercializaÃÃo da pesca local. Essa realidade ensejou a elaboraÃÃo da presente pesquisa, que procurou observar e identificar caracterÃsticas dos fenÃmenos sociais e econÃmicos da pesca artesanal de lagosta, na comunidade de Redonda, localizada no MunicÃpio de Icapuà (CE), descrevendo-os, classificandoos e correlacionando-os com aÃÃes e intervenÃÃes dos comerciantes da pesca local, principalmente com relaÃÃo ao perÃodo do defeso. Para a realizaÃÃo do trabalho, foi desenvolvido um estudo quantitativo e qualitativo, no qual, para a coleta dos dados primÃrios utilizados, recorreu-se aos instrumentos metodolÃgicos da observaÃÃo participante, de questionÃrios administrados e entrevistas estruturadas e informais. Estes foram utilizados numa populaÃÃo de aproximadamente 400 pescadores, em meio a qual foram aplicados 65 questionÃrios e entrevistados os 10 principais intermediÃrios residentes no local, assim como 11 lideranÃas formais e nÃo formais. Deve-se salientar que a definiÃÃo do problema da investigaÃÃo teve a participaÃÃo direta da comunidade envolvida. Os resultados do estudo apontam para uma participaÃÃo ativa dos intermediÃrios, nos segmentos econÃmicos e sociais da pesca artesanal na comunidade, principalmente naqueles referentes aos financiamentos de seus meios de produÃÃo e nas emergÃncias de saÃde de seus habitantes. Conseguiu-se, tambÃm, identificar e quantificar a renda mÃdia bruta mensal dos pescadores, de maneira geral e por categoria, e observou-se que, quanto mais desprovidos sÃo de seus meios de trabalho, menor sua remuneraÃÃo e maior sua expropriaÃÃo por aqueles agentes detentores do capital e controladores do processo de comercializaÃÃo. Em face dos resultados alcanÃados, concluiu- se que os intermediÃrios (barraqueiros) da comunidade de Redonda contribuem para a inÃrcia do pescador no perÃodo do defeso, assim como estÃo se apropriando de seus meios e fatores de produÃÃo. Serà atravÃs de processos educativos, via entidades associativas, conscientizando o pescador nos questionamentos de seus problemas, que a categoria vai poder buscar soluÃÃes para resolve-los e, minimizar as interferÃncias impostas pelos agentes da intermediaÃÃo. à tambÃm atravÃs destes processos, que deverà fluir toda e qualquer aÃÃo de intervenÃÃo de governo na comunidade.