O caso acusativo nos pronomes pessoais de terceira pessoa do portuguÃs brasileiro e europeu

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lorena da Silva Rodrigues
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20401
Resumo: Esta tese objetiva estudar a mudanÃa no sistema pronominal da lÃngua portuguesa, em suas variantes europeia e brasileira, no que tange à categoria de caso. Para isso, partimos da noÃÃo sociolinguÃstica de que toda mudanÃa à oriunda de um estÃgio anterior de variaÃÃo linguÃstica (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006; LABOV, 1978, 1994, 2001, 2008 e 2010) e investigamos como variantes os pronomes o (a, os, as); ele (ela, eles, elas); lhe(s), alÃm da anÃfora zero na codificaÃÃo do caso acusativo. Como fatores condicionantes dessa mudanÃa, analisamos: o continuum oralidade/escrita; as propriedades semÃnticas do OD; o tipo da forma verbal que o acusativo complementa; a posiÃÃo do pronome; o perÃodo histÃrico; o sexo do informante; o nÃvel de escolaridade; a idade e a localidade. Propomos como tese que a perda da distinÃÃo da categoria caso nos pronomes pessoais em lÃngua portuguesa advÃm da deriva linguÃstica secular e um indÃcio que comprova esse fato està na convergÃncia linguÃstica de variantes do portuguÃs distantes geograficamente, mas que partilham fatores cognitivos e culturais (LABOV, 2010) dentro da lusofonia. Trabalhamos com duas amostras, uma escrita e outra oral, contendo textos das dÃcadas de 1970 a 2010 do portuguÃs brasileiro e do portuguÃs europeu, bem como com um teste de percepÃÃo e avaliaÃÃo das variantes aplicado a alunos da Universidade da Madeira. ApÃs descritos, os dados passaram por um tratamento estatÃstico no programa GOLDVARB X e depois foram analisados à luz do Sociofuncionalismo, uma vez que, alÃm da Teoria da VariaÃÃo e MudanÃa LinguÃstica, temos como base os princÃpios funcionalistas da iconicidade e da marcaÃÃo (GIVÃN, 1979b, 1984, 1995, 2002, 2005, 2009 e 2011). A partir do resultado do teste aplicado a 412 informantes do Funchal, pudemos mapear as variantes de prestÃgio e as estigmatizadas no PE-Insular. Por ordem de avaliaÃÃo, em sentido crescente de apreciaÃÃo, as variantes estÃo assim distribuÃdas: ele, lhe, anÃfora zero e clÃtico. Em seguida, partimos para a etapa de anÃlise dos dados de textos escritos e orais no portuguÃs europeu e no portuguÃs brasileiro. Para a variante o, foram selecionados os seguintes grupos de fatores como condicionantes: a) faixa etÃria (56 a 75); b) grau de escolaridade (ensino mÃdio e ensino superior); c) gÃnero textual (notÃcia e editorial); d) perÃodo histÃrico (dÃcadas de 70 e de 2000); e) propriedade semÃntica do objeto direto (+ humano); f) tipo da forma verbal (composta); g) localidade (Lisboa e Funchal) e h) continuum fala x escrita (escrita). Para o pronome ele, cinco fatores foram selecionados, a saber: a) faixa etÃria (36 a 55 e 56 a 75); b) 10 escolaridade (ensino fundamental); c) sexo do informante (feminino); d) localidade (Rio de Janeiro) e e) propriedade semÃntica do OD (+ humano). Para a anÃfora zero, foram selecionados os fatores a) faixa etÃria (18 a 35); b) gÃnero textual (entrevista); c) continuum fala x escrita (fala); d) perÃodo histÃrico (dÃcadas de 80, 90, 2010); e) localidade (Rio de Janeiro); f) traÃo semÃntico do objeto (- humano) e g) tipo da forma verbal (simples). Para o pronome lhe, apenas um fator condicionante foi selecionado, a propriedade semÃntica do objeto (+ humano). ApÃs analisados os dados, observamos microdomÃnios funcionais configurando uma sintaxe da lÃngua portuguesa pÃs-colonial: de um lado, estÃo o clÃtico e a anÃfora zero, as variantes nÃo marcadas, apresentando alta frequÃncia, mas motivaÃÃes opostas; por outro lado, as variantes marcadas cognitivamente e socialmente, ele e lhe, apresentam baixa frequÃncia e comportamento anÃlogo entre si.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisO caso acusativo nos pronomes pessoais de terceira pessoa do portuguÃs brasileiro e europeuThe accusative case in the pronouns of the third person in brazilian portuguese and in european portuguese2018-06-00MÃrluce Coan8109105297266848210315Lorena da Silva Rodrigues Universidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em LingÃÃsticaUFCBRPronomes pessoais de terceira pessoa caso acusativo VariaÃÃo, MudanÃa SociofuncionalismoThird-person personal pronouns Accusative case Variation Change SociofunctionalismLINGUISTICAEsta tese objetiva estudar a mudanÃa no sistema pronominal da lÃngua portuguesa, em suas variantes europeia e brasileira, no que tange à categoria de caso. Para isso, partimos da noÃÃo sociolinguÃstica de que toda mudanÃa à oriunda de um estÃgio anterior de variaÃÃo linguÃstica (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006; LABOV, 1978, 1994, 2001, 2008 e 2010) e investigamos como variantes os pronomes o (a, os, as); ele (ela, eles, elas); lhe(s), alÃm da anÃfora zero na codificaÃÃo do caso acusativo. Como fatores condicionantes dessa mudanÃa, analisamos: o continuum oralidade/escrita; as propriedades semÃnticas do OD; o tipo da forma verbal que o acusativo complementa; a posiÃÃo do pronome; o perÃodo histÃrico; o sexo do informante; o nÃvel de escolaridade; a idade e a localidade. Propomos como tese que a perda da distinÃÃo da categoria caso nos pronomes pessoais em lÃngua portuguesa advÃm da deriva linguÃstica secular e um indÃcio que comprova esse fato està na convergÃncia linguÃstica de variantes do portuguÃs distantes geograficamente, mas que partilham fatores cognitivos e culturais (LABOV, 2010) dentro da lusofonia. Trabalhamos com duas amostras, uma escrita e outra oral, contendo textos das dÃcadas de 1970 a 2010 do portuguÃs brasileiro e do portuguÃs europeu, bem como com um teste de percepÃÃo e avaliaÃÃo das variantes aplicado a alunos da Universidade da Madeira. ApÃs descritos, os dados passaram por um tratamento estatÃstico no programa GOLDVARB X e depois foram analisados à luz do Sociofuncionalismo, uma vez que, alÃm da Teoria da VariaÃÃo e MudanÃa LinguÃstica, temos como base os princÃpios funcionalistas da iconicidade e da marcaÃÃo (GIVÃN, 1979b, 1984, 1995, 2002, 2005, 2009 e 2011). A partir do resultado do teste aplicado a 412 informantes do Funchal, pudemos mapear as variantes de prestÃgio e as estigmatizadas no PE-Insular. Por ordem de avaliaÃÃo, em sentido crescente de apreciaÃÃo, as variantes estÃo assim distribuÃdas: ele, lhe, anÃfora zero e clÃtico. Em seguida, partimos para a etapa de anÃlise dos dados de textos escritos e orais no portuguÃs europeu e no portuguÃs brasileiro. 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As conditioning factors of this change, it analyzes the oral or written continuum; the semantic properties of the direct object; the kind of verbal form that the accusative complements; the position of the pronoun; the historical period; the sex of the informant; the level of schooling; the age and the location. It proposes that the loss of the distinction of the case category in personal pronouns in Portuguese derives from the secular linguistic drift, and an evidence that proves this fact lies in the linguistic convergence of variants of Portuguese geographically distant but sharing cognitive and cultural factors (Labov, 2010) within Lusophony. It works with two samples, a written one and an oral one, containing texts from the 1970s to 2010 of Brazilian Portuguese and European Portuguese, as well as a test of perception and evaluation of variants applied to students of the University of Madeira. After being described, the data were subjected to a statistical treatment in the GoldVarb X program and then analyzed in the light of Sociofunctionalism, since, besides the Theory of Variation and Linguistic Change, it is based on the functionalist principles of iconicity and marking (Givon, 1979b, 1984, 1995, 2002, 2005, 2009, 2011). From the result of the test applied to 412 informants from Funchal, it was possible to map prestige variants and those stigmatized in European Portuguese peninsular. By order of evaluation, in an increasing sense of appreciation, the variants are distributed as it follows: ele, lhe, zero anaphora and o(a)(s). After that, it makes the analysis of the data of written and oral texts in European Portuguese and Brazilian Portuguese. For variant o, the following groups of factors were selected as conditioning factors: a) Age group (56 to 75); b) education level (high school and higher education); c) textual genre (news and editorial); d) historical period (decades of 70 and 2000); e) semantic property of the direct object (+human); f) type of verbal form (compound); g) locality (Lisbon and Funchal); and h) continuum speech vs. writing (writing). As for the pronoun ele, five factors were selected, namely: a) age 12 range (36 to 55 and 56 to 75); b) schooling (elementary education); c) gender of the informant (female); d) locality (Rio de Janeiro); and e) semantic property of the direct object (+human). As for zero anaphora, the following factors were selected: a) age range (18 to 35); b) textual genre (interview); c) continuum speech vs. writing (speech); d) historical period (decades of 80, 90, 2010); e) locality (Rio de Janeiro); f) semantic trait of the object (âhuman) and g) type of the verbal form (simple). As for the pronoun lhe, only one conditioning factor was selected, the semantic property of the object (+human). After analyzing the data, functional microdomains were observed, configuring a syntax of the postcolonial Portuguese language: on the one hand, clitic o and zero anaphora, variants not marked, presenting high frequency, but opposite motivations; on the other hand, the variants marked cognitively and socially (ele and lhe) present low frequency and behavior analogous to each other.CoordenaÃÃo de AperfeÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20401application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:32:49Zmail@mail.com -
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