PrÃxis pedagÃgica unitÃria: do conto musical Pedro e o lobo à avaliaÃÃo reflexiva

• Autor(a) principal: Eugenio Pacelli Leal Bittencourt
• Data de Publicação: 2005
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=17847
• topic: PrÃxis pedagÃgica; PrÃtica pedagÃgica; AvaliaÃÃo escolar; AvaliaÃÃo do ensino; AvaliaÃÃo da aprendizagem; Pedagogical praxis; Pedagogical practice; School evaluation; Evaluation of teaching; Evaluation of learning; CURRICULO

A tese PrÃxis PedagÃgica UnitÃria: do conto musical âPedro e o loboâ à avaliaÃÃo reflexiva resultou do projeto Pedro e o lobo: da avaliaÃÃo reflexiva à ressignificaÃÃo da prÃtica pedagÃgica, executado para alterar as prÃticas no espaÃo da sala de aula. A avaliaÃÃo escolar à um tema fascinante, mas teorizaÃÃo, pesquisas, crÃticas, parecem ter contribuÃdo pouco para superar a pedagogia do exame que grassa nas instituiÃÃes de ensino. Muitos fatores contribuem para que o processo nÃo sofra a revoluÃÃo reclamada. Este trabalho defende a alteridade da prÃtica escolar inteira, ao mesmo tempo. Como recorte epistemolÃgico, partiu-se da crÃtica à lÃgica fragmentada dos processos e condiÃÃo de assujeitado do alunado ao professor à proposiÃÃo do modelo unitÃrio, com prÃxis em espaÃo e tempo reais. O modelo engloba pistas, sugestÃes e promessas de obras pÃblicas e acadÃmicas, acerca do que deve ser feito para mudar as prÃticas. Fundamental foi o conceito de professor reflexivo, que o pesquisador encarnou como postura metodolÃgica. Ao estudo, foi criado um caminho prÃprio, a pesquisa reflexiva de desenvolvimento, cujos aportes foram a concepÃÃo do profissional reflexivo, a fenomenologia, a teoria crÃtica e o sociointeracionismo. A principal tÃcnica foi a intervenÃÃo pedagÃgica; o principal protocolo, o diÃrio de campo; a meta, a (re)criaÃÃo de rotinas, processos, estratÃgias e instrumentos pedagÃgicos. Objetivou-se a anÃlise â do duplo sentido desse termo: decomposiÃÃo (para contar a vivÃncia) e interpretaÃÃo â da proposta de retotalizaÃÃo do planejamento, ensino-aprendizagem e avaliaÃÃo, na qual o alunado foi sujeito. O contexto foi o NÃcleo PedagÃgico Integrado, escola de educaÃÃo bÃsica da Universidade Federal do ParÃ, na qual o pesquisador atuou como professor de CiÃncias, numa classe de 5 sÃrie. A construÃÃo dos dados se estendeu de dezembro de 2000 a setembro de 2002. Na prÃ-intervenÃÃo, durante o Ãltimo bimestre de 2000, o pesquisador observou a rotina da turma de 4 sÃrie que, no ano seguinte, iria trabalhar. Ao final, entrevistou 50% das professoras e da classe. Na fase de intervenÃÃo, alÃm da aÃÃo pedagÃgica, outras tÃcnicas e instrumentos foram: a fotografia; o diÃrio de bordo; o portfÃlio. Durou todo o ano letivo de 2001, com direito a greve de cem dias âno meio do caminhoâ. ApÃs, foram efetuadas entrevistas com um terÃo do alunado, seis professoras e um professor da turma, para fixar pontos comuns e diferenciados entre as experiÃncias. A pesquisa teve dois horizontes. O primeiro, que focou a ressignificaÃÃo do planejamento do ensino (co-operativo), do ensino-aprendizagem e da avaliaÃÃo (reflexiva), foi atingido. Foi o tempo de reinvenÃÃo, com o desmonte dos velhos caminhos e a construÃÃo do novo. O segundo, que focou o desenvolvimento de processos, tÃcnicas, instrumentos e formas de anÃlise para se apreciar de forma reflexiva a qualidade das aÃÃes docente e discente, em nÃvel de auto e hetero-avaliaÃÃo, foi alcanÃado em parte. Um ano letivo nÃo foi suficiente para levar adiante o preceito de que avaliar à comparar (atà o que havia sido alvo de desenvolvimento). A lacuna foi assim interpretada: na retotalizaÃÃo dos processos, na ressignificaÃÃo do ato avaliativo, no exercÃcio da condiÃÃo de sujeito pelo aprendente, o tempo para o ensino-aprendizagem reflexivo à o dos ciclos de formaÃÃo, em vez do regime seriado. O estudo confirmou a tese defendida. Nas entrevistas, a maioria do alunado da 5 sÃrie nÃo lembrava como fora avaliado em CiÃncias. Quem lembrou, fez de forma reticente, com citaÃÃes de outras experiÃncias, que nÃo aquelas vivenciadas na PrÃxis UnitÃria. Quanto Ãs atividades de ensino e relaÃÃo professor-aluno, aspectos privilegiados na lÃgica alterada, as lembranÃas foram ricas em detalhes. NÃo-lembranÃas e lembranÃas confirmam o valor da Ãnfase no ensino-aprendizagem, em vez de na verificaÃÃo do que à ensinado, no trincamento do que à âtradiÃÃoâ nas escolas. Outras conclusÃes: o modelo unitÃrio favorece a interdisciplinaridade entres as disciplinas escolares e as prÃprias ciÃncias da natureza; o planejamento do ensino (com o alunado) e a avaliaÃÃo (com todos avaliando todos) perdem o carÃter inicial e terminal que tÃm e convertem-se em aÃÃes e operaÃÃes de ensino, com tendÃncia de internalizarem-se como formas de pensamento. A pesquisa conclui que o âsegredoâ para superar os problemas da lÃgica fragmentada dos processos, estÃ, filosoficamente, na mudanÃa de concepÃÃo de ciÃncia e, pragmaticamente, na alteridade das relaÃÃes entre aprendentes e ensinantes.