Rodolfo TeÃfilo polemista: a crÃtica polÃmica como estratÃgia de glorificaÃÃo literÃria
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
Texto Completo: | http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20774 |
Resumo: | Rodolfo TeÃfilo (1853-1932) foi um intelectual multifacetado, que se destacou como cientista e homem de letras. Produziu obras historiogrÃficas, de divulgaÃÃo cientÃfica, crÃnicas, memÃrias, ficÃÃo, poesia e, esporadicamente, crÃtica. Como nÃo foi um crÃtico profissional, os textos que escreveu foram reaÃÃes aguerridas contra juÃzos desfavorÃveis à sua obra, tal como a famosa contenda com Adolfo Caminha, em virtude da recepÃÃo de seu primeiro romance, A fome (1890). Por meio de dois artigos no jornal O pÃo (1895), da Padaria Espiritual, ele defendeu a sua missÃo literÃria e desqualificou Caminha como romancista. Constatamos que nÃo existe polÃmica sem a leitura conflitiva do outro, pois à oriunda do espÃrito crÃtico da era moderna. Os jornais e revistas serviam de âcenÃrioâ (Maingueneau, 2001) para as interaÃÃes polÃmicas entre os escritores, tanto para conquistar a opiniÃo pÃblica, quanto para transformar a palavra em arma para demolir o adversÃrio. Ruth Amossy (2005) considera que todo ato de tomar a palavra implica a configuraÃÃo de uma imagem de si, que colabora na construÃÃo de uma reputaÃÃo literÃria. O choque entre opiniÃes antagÃnicas dissimula vÃrias tensÃes entre projetos estÃticos e civilizatÃrios, entre geraÃÃes artÃsticas, entre instituiÃÃes literÃrias (coteries) e entre indivÃduos que almejam a perduraÃÃo de seus nomes, ou seja, a âmortal imortalidadeâ (Castagnino,1969). A presente pesquisa pretende investigar as polÃmicas literÃrias de Rodolfo TeÃfilo, enfatizando os textos crÃticos publicados na imprensa cearense, como estratÃgias para atingir a glorificaÃÃo literÃria. O escritor confrontou Adolfo Caminha, Josà VerÃssimo, Rodrigues de Carvalho, Gomes de Matos, OsÃrio Duque Estrada e Meton de Alencar em textos estampados em diversos periÃdicos, posteriormente reunidos na obra Os meus zoilos (1924). O livro dialoga intensamente com os debates da inteligÃncia nacional do final do sÃculo XIX, os quais revelam tensÃes entre vÃrios centros literÃrios, tais como o Rio de janeiro, Recife e Fortaleza. O escritor integra uma tradiÃÃo de polemistas brasileiros, a qual teve como importantes representantes Josà de Alencar e Silvio Romero. Para o desenvolvimento da pesquisa, situamos Rodolfo TeÃfilo na agitada vida cultural de Fortaleza, bem como a sua participaÃÃo em vÃrias agremiaÃÃes literÃrias. Para o exame da ideia de glorificaÃÃo literÃria, apoiamo-nos em O que à a literatura?, de Jean Paul Sartre (1 ed. 1947), e O que à literatura?, de Raul Castagnino (1969); alÃm de T. S. Eliot com o ensaio âTradiÃÃo e talento individualâ (1989) e Pierre Bourdieu, com a categoria âconsagraÃÃoâ (1996). Para o estudo do carÃter discursivo da polÃmica utilizamos Ruth Amossy, Apologia da polÃmica (2017), Dominique Maingueneau, com a perspectiva da polÃmica como interincompreensÃo, em SÃmantique de la polemique, (1983), O contexto da obra literÃria (2001) e GÃnese dos discursos (2005), a teoria de campo literÃrio de Pierre Bourdieu, em As regras da Arte (1996) e a interpretaÃÃo da literatura como um âesporte de combateâ (2017) de Antoine Compagnon. O embasamento historiogrÃfico para o estudo da crÃtica e polÃmica no Brasil: de SÃlvio Romero, HistÃria da literatura brasileira, 2 volumes (1888), Josà VerÃssimo, HistÃria da Literatura Brasileira (1916) e Estudos de literatura brasileira, 6 sÃries (1901-1907) e Araripe Jr. JÃnior, Obra CrÃtica (1958-1966) 5 volumes. TambÃm contribuÃram para o enriquecimento dessa pesquisa: Alfredo Bosi (1992) e (2002); Roberto Ventura (1991); AntÃnio CÃndido (1959) e (1988); Luiz Roberto Veloso Cairo (1996); Hans Robert Jaus (2004); Alberto Ferreira (1988); JoÃo Alexandre Barbosa (1974), (1996) e (2002); JoÃo Cezar de Castro Rocha (2011) e (2013) e SÃnzio de Azevedo (1976), (1982), (1999) e (2011). |
id |
UFC_dd3da5ea77a9db391f0e0f653fe3a266 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.teses.ufc.br:13137 |
network_acronym_str |
UFC |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
spelling |
info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisRodolfo TeÃfilo polemista: a crÃtica polÃmica como estratÃgia de glorificaÃÃo literÃria2019-03-00Odalice de Castro Silva0183933036878899665544Charles Ribeiro Pinheiro Universidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em LetrasUFCBRRodolfo TeÃfilo PolÃmica CrÃticaLETRASRodolfo TeÃfilo (1853-1932) foi um intelectual multifacetado, que se destacou como cientista e homem de letras. Produziu obras historiogrÃficas, de divulgaÃÃo cientÃfica, crÃnicas, memÃrias, ficÃÃo, poesia e, esporadicamente, crÃtica. Como nÃo foi um crÃtico profissional, os textos que escreveu foram reaÃÃes aguerridas contra juÃzos desfavorÃveis à sua obra, tal como a famosa contenda com Adolfo Caminha, em virtude da recepÃÃo de seu primeiro romance, A fome (1890). Por meio de dois artigos no jornal O pÃo (1895), da Padaria Espiritual, ele defendeu a sua missÃo literÃria e desqualificou Caminha como romancista. Constatamos que nÃo existe polÃmica sem a leitura conflitiva do outro, pois à oriunda do espÃrito crÃtico da era moderna. Os jornais e revistas serviam de âcenÃrioâ (Maingueneau, 2001) para as interaÃÃes polÃmicas entre os escritores, tanto para conquistar a opiniÃo pÃblica, quanto para transformar a palavra em arma para demolir o adversÃrio. Ruth Amossy (2005) considera que todo ato de tomar a palavra implica a configuraÃÃo de uma imagem de si, que colabora na construÃÃo de uma reputaÃÃo literÃria. O choque entre opiniÃes antagÃnicas dissimula vÃrias tensÃes entre projetos estÃticos e civilizatÃrios, entre geraÃÃes artÃsticas, entre instituiÃÃes literÃrias (coteries) e entre indivÃduos que almejam a perduraÃÃo de seus nomes, ou seja, a âmortal imortalidadeâ (Castagnino,1969). A presente pesquisa pretende investigar as polÃmicas literÃrias de Rodolfo TeÃfilo, enfatizando os textos crÃticos publicados na imprensa cearense, como estratÃgias para atingir a glorificaÃÃo literÃria. O escritor confrontou Adolfo Caminha, Josà VerÃssimo, Rodrigues de Carvalho, Gomes de Matos, OsÃrio Duque Estrada e Meton de Alencar em textos estampados em diversos periÃdicos, posteriormente reunidos na obra Os meus zoilos (1924). O livro dialoga intensamente com os debates da inteligÃncia nacional do final do sÃculo XIX, os quais revelam tensÃes entre vÃrios centros literÃrios, tais como o Rio de janeiro, Recife e Fortaleza. O escritor integra uma tradiÃÃo de polemistas brasileiros, a qual teve como importantes representantes Josà de Alencar e Silvio Romero. Para o desenvolvimento da pesquisa, situamos Rodolfo TeÃfilo na agitada vida cultural de Fortaleza, bem como a sua participaÃÃo em vÃrias agremiaÃÃes literÃrias. Para o exame da ideia de glorificaÃÃo literÃria, apoiamo-nos em O que à a literatura?, de Jean Paul Sartre (1 ed. 1947), e O que à literatura?, de Raul Castagnino (1969); alÃm de T. S. Eliot com o ensaio âTradiÃÃo e talento individualâ (1989) e Pierre Bourdieu, com a categoria âconsagraÃÃoâ (1996). Para o estudo do carÃter discursivo da polÃmica utilizamos Ruth Amossy, Apologia da polÃmica (2017), Dominique Maingueneau, com a perspectiva da polÃmica como interincompreensÃo, em SÃmantique de la polemique, (1983), O contexto da obra literÃria (2001) e GÃnese dos discursos (2005), a teoria de campo literÃrio de Pierre Bourdieu, em As regras da Arte (1996) e a interpretaÃÃo da literatura como um âesporte de combateâ (2017) de Antoine Compagnon. O embasamento historiogrÃfico para o estudo da crÃtica e polÃmica no Brasil: de SÃlvio Romero, HistÃria da literatura brasileira, 2 volumes (1888), Josà VerÃssimo, HistÃria da Literatura Brasileira (1916) e Estudos de literatura brasileira, 6 sÃries (1901-1907) e Araripe Jr. JÃnior, Obra CrÃtica (1958-1966) 5 volumes. TambÃm contribuÃram para o enriquecimento dessa pesquisa: Alfredo Bosi (1992) e (2002); Roberto Ventura (1991); AntÃnio CÃndido (1959) e (1988); Luiz Roberto Veloso Cairo (1996); Hans Robert Jaus (2004); Alberto Ferreira (1988); JoÃo Alexandre Barbosa (1974), (1996) e (2002); JoÃo Cezar de Castro Rocha (2011) e (2013) e SÃnzio de Azevedo (1976), (1982), (1999) e (2011).Rodolfo TeÃfilo (1853-1932) fue un intelectual de mÃltiples faces, que se destacà como cientÃfico y hombre de letras. Produjo obras historiogrÃficas, de divulgaciÃn cientÃfica, crÃnicas, memorias, ficciÃn, poesÃa y, ocasionalmente, crÃtica. Como no fue un crÃtico profesional, los textos que escribià fueron reacciones aguerridas contra juicios desfavorables a su obra, tal como la famosa contienda con Adolfo Caminha, en virtud de la recepciÃn de su primera novela, A fome (1890). A travÃs de dos artÃculos del periÃdico O PÃo (1895), de la Padaria Espiritual, Ãl defendià su misiÃn literaria y descalificà Caminha como novelista. Constatamos que no existe polÃmica sin lectura conflictiva del otro, puesto que es oriunda del espÃritu de la era moderna. Los periÃdicos y revistas servÃan de âescenarioâ (Maingueneau, 2001) para las interacciones polÃmicas entre los escritores, tanto para conquistar la opiniÃn pÃblica, como para transformar la palabra en arma para demoler el adversario. Ruth Amossy (2005) considera que todo acto de tomar la palabra implica la configuraciÃn de una imagen de sÃ, que colabora en la construcciÃn de una reputaciÃn literaria. El choque entre opiniones antagÃnicas disimula varias tensiones entre proyectos estÃticos y civilizador, entre generaciones artÃsticas, entre instituciones literarias (cÃrculos) y entre individuos que anhelan la perduraciÃn de sus nombres, o sea, la âmortal inmortalidadâ (Castagnino,1969). El presente trabajo pretende investigar las polÃmicas literarias de Rodolfo TeÃfilo, enfatizando los textos crÃticos publicados en la prensa de CearÃ, como estrategias para alcanzar la glorificaciÃn literaria. El escritor confrontà Adolfo Caminha, Josà VerÃssimo, Rodrigues de Carvalho, Gomes de Matos, OsÃrio Duque Estrada y Meton de Alencar en textos estampados en diversos periÃdicos, posteriormente reunidos en la obra Os meus zoilos (1924). El libro dialoga intensamente con los debates de la inteligencia nacional del final del siglo XIX, los cuales revelan tensiones entre varios centros literarios, tales como Rio de Janeiro, Recife y Fortaleza. El escritor integra una tradiciÃn de polemistas brasileÃos, la cual tuvo como importantes representantes Josà de Alencar y Silvio Romero. Para el desarrollo de la investigaciÃn, ubicamos Rodolfo TeÃfilo en la agitada vida cultural de Fortaleza, asà como su participaciÃn en varias agremiaciones literarias. Para el examen de la idea de glorificaciÃn literaria, nos apoyamos en O que à a literatura?, de Jean Paul Sartre (1 ed. 1947), y O que à literatura?, de Raul Castagnino (1969); ademÃs de T. S. Eliot con su ensayo âTradiÃÃo e talento individualâ (1989) y Pierre Bourdieu, con la categorÃa âconsagraciÃnâ (1996). Para el estudio del carÃcter discursivo de la polÃmica utilizamos Ruth Amossy, Apologia da polÃmica (2017), Dominique Maingueneau, con la perspectiva de la polÃmica como interincomprensiÃn, en SÃmantique de la polemique, (1983), O contexto da obra literÃria (2001) y GÃnese dos discursos (2005), la teoria de campo literario de Pierre Bourdieu, en Regras da Arte (1996) y la interpretaciÃn de la literatura como un âdeporte de combateâ (2017) de Antoine Compagnon. La base historiogrÃfica para el estudio de la crÃtica y polÃmica en Brasil: de SÃlvio Romero, HistÃria da literatura brasileira, 2 volÃmenes (1888), Josà VerÃssimo, HistÃria da Literatura Brasileira (1916) y Estudos de literatura brasileira, 6 series (1901-1907) y Araripe Jr. JÃnior, Obra CrÃtica (1958-1966) 5 volÃmenes. TambiÃn contribuyeron para el enriquecimiento de esta investigaciÃn: Alfredo Bosi (1992) y (2002); Roberto Ventura (1991); AntÃnio CÃndido (1959) y (1988); Luiz Roberto Veloso Cairo (1996); Hans Robert Jaus (2004); Alberto Ferreira (1988); JoÃo Alexandre Barbosa (1974), (1996) y (2002); JoÃo Cezar de Castro Rocha (2011) y (2013) y SÃnzio de Azevedo (1976), (1982), (1999) y (2011).nÃo hÃhttp://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20774application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-05-11T10:21:30Zmail@mail.com - |
dc.title.pt.fl_str_mv |
Rodolfo TeÃfilo polemista: a crÃtica polÃmica como estratÃgia de glorificaÃÃo literÃria |
title |
Rodolfo TeÃfilo polemista: a crÃtica polÃmica como estratÃgia de glorificaÃÃo literÃria |
spellingShingle |
Rodolfo TeÃfilo polemista: a crÃtica polÃmica como estratÃgia de glorificaÃÃo literÃria Charles Ribeiro Pinheiro Rodolfo TeÃfilo PolÃmica CrÃtica LETRAS |
title_short |
Rodolfo TeÃfilo polemista: a crÃtica polÃmica como estratÃgia de glorificaÃÃo literÃria |
title_full |
Rodolfo TeÃfilo polemista: a crÃtica polÃmica como estratÃgia de glorificaÃÃo literÃria |
title_fullStr |
Rodolfo TeÃfilo polemista: a crÃtica polÃmica como estratÃgia de glorificaÃÃo literÃria |
title_full_unstemmed |
Rodolfo TeÃfilo polemista: a crÃtica polÃmica como estratÃgia de glorificaÃÃo literÃria |
title_sort |
Rodolfo TeÃfilo polemista: a crÃtica polÃmica como estratÃgia de glorificaÃÃo literÃria |
author |
Charles Ribeiro Pinheiro |
author_facet |
Charles Ribeiro Pinheiro |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Odalice de Castro Silva |
dc.contributor.advisor1ID.fl_str_mv |
01839330368 |
dc.contributor.authorID.fl_str_mv |
78899665544 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Charles Ribeiro Pinheiro |
contributor_str_mv |
Odalice de Castro Silva |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Rodolfo TeÃfilo PolÃmica CrÃtica |
topic |
Rodolfo TeÃfilo PolÃmica CrÃtica LETRAS |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
LETRAS |
dc.description.sponsorship.fl_txt_mv |
nÃo hà |
dc.description.abstract.por.fl_txt_mv |
Rodolfo TeÃfilo (1853-1932) foi um intelectual multifacetado, que se destacou como cientista e homem de letras. Produziu obras historiogrÃficas, de divulgaÃÃo cientÃfica, crÃnicas, memÃrias, ficÃÃo, poesia e, esporadicamente, crÃtica. Como nÃo foi um crÃtico profissional, os textos que escreveu foram reaÃÃes aguerridas contra juÃzos desfavorÃveis à sua obra, tal como a famosa contenda com Adolfo Caminha, em virtude da recepÃÃo de seu primeiro romance, A fome (1890). Por meio de dois artigos no jornal O pÃo (1895), da Padaria Espiritual, ele defendeu a sua missÃo literÃria e desqualificou Caminha como romancista. Constatamos que nÃo existe polÃmica sem a leitura conflitiva do outro, pois à oriunda do espÃrito crÃtico da era moderna. Os jornais e revistas serviam de âcenÃrioâ (Maingueneau, 2001) para as interaÃÃes polÃmicas entre os escritores, tanto para conquistar a opiniÃo pÃblica, quanto para transformar a palavra em arma para demolir o adversÃrio. Ruth Amossy (2005) considera que todo ato de tomar a palavra implica a configuraÃÃo de uma imagem de si, que colabora na construÃÃo de uma reputaÃÃo literÃria. O choque entre opiniÃes antagÃnicas dissimula vÃrias tensÃes entre projetos estÃticos e civilizatÃrios, entre geraÃÃes artÃsticas, entre instituiÃÃes literÃrias (coteries) e entre indivÃduos que almejam a perduraÃÃo de seus nomes, ou seja, a âmortal imortalidadeâ (Castagnino,1969). A presente pesquisa pretende investigar as polÃmicas literÃrias de Rodolfo TeÃfilo, enfatizando os textos crÃticos publicados na imprensa cearense, como estratÃgias para atingir a glorificaÃÃo literÃria. O escritor confrontou Adolfo Caminha, Josà VerÃssimo, Rodrigues de Carvalho, Gomes de Matos, OsÃrio Duque Estrada e Meton de Alencar em textos estampados em diversos periÃdicos, posteriormente reunidos na obra Os meus zoilos (1924). O livro dialoga intensamente com os debates da inteligÃncia nacional do final do sÃculo XIX, os quais revelam tensÃes entre vÃrios centros literÃrios, tais como o Rio de janeiro, Recife e Fortaleza. O escritor integra uma tradiÃÃo de polemistas brasileiros, a qual teve como importantes representantes Josà de Alencar e Silvio Romero. Para o desenvolvimento da pesquisa, situamos Rodolfo TeÃfilo na agitada vida cultural de Fortaleza, bem como a sua participaÃÃo em vÃrias agremiaÃÃes literÃrias. Para o exame da ideia de glorificaÃÃo literÃria, apoiamo-nos em O que à a literatura?, de Jean Paul Sartre (1 ed. 1947), e O que à literatura?, de Raul Castagnino (1969); alÃm de T. S. Eliot com o ensaio âTradiÃÃo e talento individualâ (1989) e Pierre Bourdieu, com a categoria âconsagraÃÃoâ (1996). Para o estudo do carÃter discursivo da polÃmica utilizamos Ruth Amossy, Apologia da polÃmica (2017), Dominique Maingueneau, com a perspectiva da polÃmica como interincompreensÃo, em SÃmantique de la polemique, (1983), O contexto da obra literÃria (2001) e GÃnese dos discursos (2005), a teoria de campo literÃrio de Pierre Bourdieu, em As regras da Arte (1996) e a interpretaÃÃo da literatura como um âesporte de combateâ (2017) de Antoine Compagnon. O embasamento historiogrÃfico para o estudo da crÃtica e polÃmica no Brasil: de SÃlvio Romero, HistÃria da literatura brasileira, 2 volumes (1888), Josà VerÃssimo, HistÃria da Literatura Brasileira (1916) e Estudos de literatura brasileira, 6 sÃries (1901-1907) e Araripe Jr. JÃnior, Obra CrÃtica (1958-1966) 5 volumes. TambÃm contribuÃram para o enriquecimento dessa pesquisa: Alfredo Bosi (1992) e (2002); Roberto Ventura (1991); AntÃnio CÃndido (1959) e (1988); Luiz Roberto Veloso Cairo (1996); Hans Robert Jaus (2004); Alberto Ferreira (1988); JoÃo Alexandre Barbosa (1974), (1996) e (2002); JoÃo Cezar de Castro Rocha (2011) e (2013) e SÃnzio de Azevedo (1976), (1982), (1999) e (2011). |
dc.description.abstract.spa.fl_txt_mv |
Rodolfo TeÃfilo (1853-1932) fue un intelectual de mÃltiples faces, que se destacà como cientÃfico y hombre de letras. Produjo obras historiogrÃficas, de divulgaciÃn cientÃfica, crÃnicas, memorias, ficciÃn, poesÃa y, ocasionalmente, crÃtica. Como no fue un crÃtico profesional, los textos que escribià fueron reacciones aguerridas contra juicios desfavorables a su obra, tal como la famosa contienda con Adolfo Caminha, en virtud de la recepciÃn de su primera novela, A fome (1890). A travÃs de dos artÃculos del periÃdico O PÃo (1895), de la Padaria Espiritual, Ãl defendià su misiÃn literaria y descalificà Caminha como novelista. Constatamos que no existe polÃmica sin lectura conflictiva del otro, puesto que es oriunda del espÃritu de la era moderna. Los periÃdicos y revistas servÃan de âescenarioâ (Maingueneau, 2001) para las interacciones polÃmicas entre los escritores, tanto para conquistar la opiniÃn pÃblica, como para transformar la palabra en arma para demoler el adversario. Ruth Amossy (2005) considera que todo acto de tomar la palabra implica la configuraciÃn de una imagen de sÃ, que colabora en la construcciÃn de una reputaciÃn literaria. El choque entre opiniones antagÃnicas disimula varias tensiones entre proyectos estÃticos y civilizador, entre generaciones artÃsticas, entre instituciones literarias (cÃrculos) y entre individuos que anhelan la perduraciÃn de sus nombres, o sea, la âmortal inmortalidadâ (Castagnino,1969). El presente trabajo pretende investigar las polÃmicas literarias de Rodolfo TeÃfilo, enfatizando los textos crÃticos publicados en la prensa de CearÃ, como estrategias para alcanzar la glorificaciÃn literaria. El escritor confrontà Adolfo Caminha, Josà VerÃssimo, Rodrigues de Carvalho, Gomes de Matos, OsÃrio Duque Estrada y Meton de Alencar en textos estampados en diversos periÃdicos, posteriormente reunidos en la obra Os meus zoilos (1924). El libro dialoga intensamente con los debates de la inteligencia nacional del final del siglo XIX, los cuales revelan tensiones entre varios centros literarios, tales como Rio de Janeiro, Recife y Fortaleza. El escritor integra una tradiciÃn de polemistas brasileÃos, la cual tuvo como importantes representantes Josà de Alencar y Silvio Romero. Para el desarrollo de la investigaciÃn, ubicamos Rodolfo TeÃfilo en la agitada vida cultural de Fortaleza, asà como su participaciÃn en varias agremiaciones literarias. Para el examen de la idea de glorificaciÃn literaria, nos apoyamos en O que à a literatura?, de Jean Paul Sartre (1 ed. 1947), y O que à literatura?, de Raul Castagnino (1969); ademÃs de T. S. Eliot con su ensayo âTradiÃÃo e talento individualâ (1989) y Pierre Bourdieu, con la categorÃa âconsagraciÃnâ (1996). Para el estudio del carÃcter discursivo de la polÃmica utilizamos Ruth Amossy, Apologia da polÃmica (2017), Dominique Maingueneau, con la perspectiva de la polÃmica como interincomprensiÃn, en SÃmantique de la polemique, (1983), O contexto da obra literÃria (2001) y GÃnese dos discursos (2005), la teoria de campo literario de Pierre Bourdieu, en Regras da Arte (1996) y la interpretaciÃn de la literatura como un âdeporte de combateâ (2017) de Antoine Compagnon. La base historiogrÃfica para el estudio de la crÃtica y polÃmica en Brasil: de SÃlvio Romero, HistÃria da literatura brasileira, 2 volÃmenes (1888), Josà VerÃssimo, HistÃria da Literatura Brasileira (1916) y Estudos de literatura brasileira, 6 series (1901-1907) y Araripe Jr. JÃnior, Obra CrÃtica (1958-1966) 5 volÃmenes. TambiÃn contribuyeron para el enriquecimiento de esta investigaciÃn: Alfredo Bosi (1992) y (2002); Roberto Ventura (1991); AntÃnio CÃndido (1959) y (1988); Luiz Roberto Veloso Cairo (1996); Hans Robert Jaus (2004); Alberto Ferreira (1988); JoÃo Alexandre Barbosa (1974), (1996) y (2002); JoÃo Cezar de Castro Rocha (2011) y (2013) y SÃnzio de Azevedo (1976), (1982), (1999) y (2011). |
description |
Rodolfo TeÃfilo (1853-1932) foi um intelectual multifacetado, que se destacou como cientista e homem de letras. Produziu obras historiogrÃficas, de divulgaÃÃo cientÃfica, crÃnicas, memÃrias, ficÃÃo, poesia e, esporadicamente, crÃtica. Como nÃo foi um crÃtico profissional, os textos que escreveu foram reaÃÃes aguerridas contra juÃzos desfavorÃveis à sua obra, tal como a famosa contenda com Adolfo Caminha, em virtude da recepÃÃo de seu primeiro romance, A fome (1890). Por meio de dois artigos no jornal O pÃo (1895), da Padaria Espiritual, ele defendeu a sua missÃo literÃria e desqualificou Caminha como romancista. Constatamos que nÃo existe polÃmica sem a leitura conflitiva do outro, pois à oriunda do espÃrito crÃtico da era moderna. Os jornais e revistas serviam de âcenÃrioâ (Maingueneau, 2001) para as interaÃÃes polÃmicas entre os escritores, tanto para conquistar a opiniÃo pÃblica, quanto para transformar a palavra em arma para demolir o adversÃrio. Ruth Amossy (2005) considera que todo ato de tomar a palavra implica a configuraÃÃo de uma imagem de si, que colabora na construÃÃo de uma reputaÃÃo literÃria. O choque entre opiniÃes antagÃnicas dissimula vÃrias tensÃes entre projetos estÃticos e civilizatÃrios, entre geraÃÃes artÃsticas, entre instituiÃÃes literÃrias (coteries) e entre indivÃduos que almejam a perduraÃÃo de seus nomes, ou seja, a âmortal imortalidadeâ (Castagnino,1969). A presente pesquisa pretende investigar as polÃmicas literÃrias de Rodolfo TeÃfilo, enfatizando os textos crÃticos publicados na imprensa cearense, como estratÃgias para atingir a glorificaÃÃo literÃria. O escritor confrontou Adolfo Caminha, Josà VerÃssimo, Rodrigues de Carvalho, Gomes de Matos, OsÃrio Duque Estrada e Meton de Alencar em textos estampados em diversos periÃdicos, posteriormente reunidos na obra Os meus zoilos (1924). O livro dialoga intensamente com os debates da inteligÃncia nacional do final do sÃculo XIX, os quais revelam tensÃes entre vÃrios centros literÃrios, tais como o Rio de janeiro, Recife e Fortaleza. O escritor integra uma tradiÃÃo de polemistas brasileiros, a qual teve como importantes representantes Josà de Alencar e Silvio Romero. Para o desenvolvimento da pesquisa, situamos Rodolfo TeÃfilo na agitada vida cultural de Fortaleza, bem como a sua participaÃÃo em vÃrias agremiaÃÃes literÃrias. Para o exame da ideia de glorificaÃÃo literÃria, apoiamo-nos em O que à a literatura?, de Jean Paul Sartre (1 ed. 1947), e O que à literatura?, de Raul Castagnino (1969); alÃm de T. S. Eliot com o ensaio âTradiÃÃo e talento individualâ (1989) e Pierre Bourdieu, com a categoria âconsagraÃÃoâ (1996). Para o estudo do carÃter discursivo da polÃmica utilizamos Ruth Amossy, Apologia da polÃmica (2017), Dominique Maingueneau, com a perspectiva da polÃmica como interincompreensÃo, em SÃmantique de la polemique, (1983), O contexto da obra literÃria (2001) e GÃnese dos discursos (2005), a teoria de campo literÃrio de Pierre Bourdieu, em As regras da Arte (1996) e a interpretaÃÃo da literatura como um âesporte de combateâ (2017) de Antoine Compagnon. O embasamento historiogrÃfico para o estudo da crÃtica e polÃmica no Brasil: de SÃlvio Romero, HistÃria da literatura brasileira, 2 volumes (1888), Josà VerÃssimo, HistÃria da Literatura Brasileira (1916) e Estudos de literatura brasileira, 6 sÃries (1901-1907) e Araripe Jr. JÃnior, Obra CrÃtica (1958-1966) 5 volumes. TambÃm contribuÃram para o enriquecimento dessa pesquisa: Alfredo Bosi (1992) e (2002); Roberto Ventura (1991); AntÃnio CÃndido (1959) e (1988); Luiz Roberto Veloso Cairo (1996); Hans Robert Jaus (2004); Alberto Ferreira (1988); JoÃo Alexandre Barbosa (1974), (1996) e (2002); JoÃo Cezar de Castro Rocha (2011) e (2013) e SÃnzio de Azevedo (1976), (1982), (1999) e (2011). |
publishDate |
2019 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2019-03-00 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
format |
doctoralThesis |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20774 |
url |
http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20774 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Cearà |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Letras |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFC |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
BR |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Cearà |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC instname:Universidade Federal do Ceará instacron:UFC |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
instname_str |
Universidade Federal do Ceará |
instacron_str |
UFC |
institution |
UFC |
repository.name.fl_str_mv |
-
|
repository.mail.fl_str_mv |
mail@mail.com |
_version_ |
1643295649770242048 |