Representação e ação dos operadores do sistema penal do Rio de Janeiro.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Jorge da
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12241
Resumo: Não se compreende como os meios de comunicação (e mesmo acadêmicos) consigam falar e escrever sobre a violência do Rio de Janeiro e suas favelas sem aludir à desproporcional visibilidade dos negros como agentes ou vítimas. O artigo sustenta que o racismo desempenha importante papel no processo e que, talvez devido à representação corrente de que o Brasil é uma democracia racial, os agentes públicos podem discriminar pessoas negras sem sequer suspeitarem de que o fazem. A análise é baseada nas diferentes visões do problema como percebido por pessoas da “classe média”, de um lado, e por pessoas “pobres” de outro, e também em casos concretos de racismo levados ao sistema penal. No que tange às estratégias de intervenção policial, parece claro que em razão da hierarquização social característica de nossa sociedade, qualquer ação há que ir além do círculo vicioso das medidas organizativas como se costuma acreditar seja a solução, e corresponder a necessidades de natureza diversa. Como ponto de partida a concepção militarista do papel da polícia que perpassa a área de segurança pública no Brasil, em prejuízo da maioria da população, máxima dos mercados pela cor da pele (o foco é o Rio de Janeiro). Inadiável a incorporação à prática do setor, como questões centrais de temas como “polícia democrática”, “polícia comunitária”, “discriminação”, etc.
id UFF-2_48eb64e52a31e24a73e3f06367eec85c
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/12241
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Representação e ação dos operadores do sistema penal do Rio de Janeiro.políciaracismoviolênciasegurança públicadireitos humanosracismo no sistema penalpoliceracismviolencelaw enforcementhuman rights.Não se compreende como os meios de comunicação (e mesmo acadêmicos) consigam falar e escrever sobre a violência do Rio de Janeiro e suas favelas sem aludir à desproporcional visibilidade dos negros como agentes ou vítimas. O artigo sustenta que o racismo desempenha importante papel no processo e que, talvez devido à representação corrente de que o Brasil é uma democracia racial, os agentes públicos podem discriminar pessoas negras sem sequer suspeitarem de que o fazem. A análise é baseada nas diferentes visões do problema como percebido por pessoas da “classe média”, de um lado, e por pessoas “pobres” de outro, e também em casos concretos de racismo levados ao sistema penal. No que tange às estratégias de intervenção policial, parece claro que em razão da hierarquização social característica de nossa sociedade, qualquer ação há que ir além do círculo vicioso das medidas organizativas como se costuma acreditar seja a solução, e corresponder a necessidades de natureza diversa. Como ponto de partida a concepção militarista do papel da polícia que perpassa a área de segurança pública no Brasil, em prejuízo da maioria da população, máxima dos mercados pela cor da pele (o foco é o Rio de Janeiro). Inadiável a incorporação à prática do setor, como questões centrais de temas como “polícia democrática”, “polícia comunitária”, “discriminação”, etc.SimIdeal and reality of the criminal justice system: Rio de Janeiro, acity without racism. It is to be understood why the media (and even scholars)can manage to speak and write about the peculiar violence of Rio de Janeiroand its “favelas” (slums), making no point of the desproportionate visibility ofblack people as perpetrators or victims. The article claims that racism playsan important role in the process, and that, probably due to the taken-for-granted assumption that Brazil is a racial democracy, public officers maydiscriminate black people withou even suspecting that they are doing so.The analysis is based on the different views of the problem, as perceived by“middle class” people on the one hand and by “poor” people on the other; andalso on actual cases of racism taken to the criminal justice system. Concerningthe “strategies of police intervention”, it seems clear, accounting for our distinctivehierarchical society, that any action should go far beyond the vicious circle of“organizational”measures, as is normally assumed to be the solution, and shouldrespond to needs of a different nature. The starting point might be the militaristmisconception of the police role that pervades law enforcement in Brazil, to thedetriment of most of the Population, specially those marked by the colour oftheir skin (the focus being Rio de Janeiro). Themes like “police in a democracy”,“community policing”, “anti-discrimination” and the like might be of much help tolaw enforcement if put at issue with prominenceNiterói2019-11-21T20:03:49Z2019-11-21T20:03:49Z1997-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfSILVA, Jorge da. Representação e ação dos operadores do sistema penal no Rio de Janeiro. Tempo social, v. 9, n. 1, p. 95-114, 1997.https://app.uff.br/riuff/handle/1/12241N/ATempo social, v. 9, n. 1, p. 95-114, 1997.openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessSilva, Jorge daporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2020-12-04T19:44:59Zoai:app.uff.br:1/12241Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202020-12-04T19:44:59Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Representação e ação dos operadores do sistema penal do Rio de Janeiro.
title Representação e ação dos operadores do sistema penal do Rio de Janeiro.
spellingShingle Representação e ação dos operadores do sistema penal do Rio de Janeiro.
Silva, Jorge da
polícia
racismo
violência
segurança pública
direitos humanos
racismo no sistema penal
police
racism
violence
law enforcement
human rights.
title_short Representação e ação dos operadores do sistema penal do Rio de Janeiro.
title_full Representação e ação dos operadores do sistema penal do Rio de Janeiro.
title_fullStr Representação e ação dos operadores do sistema penal do Rio de Janeiro.
title_full_unstemmed Representação e ação dos operadores do sistema penal do Rio de Janeiro.
title_sort Representação e ação dos operadores do sistema penal do Rio de Janeiro.
author Silva, Jorge da
author_facet Silva, Jorge da
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Jorge da
dc.subject.por.fl_str_mv polícia
racismo
violência
segurança pública
direitos humanos
racismo no sistema penal
police
racism
violence
law enforcement
human rights.
topic polícia
racismo
violência
segurança pública
direitos humanos
racismo no sistema penal
police
racism
violence
law enforcement
human rights.
description Não se compreende como os meios de comunicação (e mesmo acadêmicos) consigam falar e escrever sobre a violência do Rio de Janeiro e suas favelas sem aludir à desproporcional visibilidade dos negros como agentes ou vítimas. O artigo sustenta que o racismo desempenha importante papel no processo e que, talvez devido à representação corrente de que o Brasil é uma democracia racial, os agentes públicos podem discriminar pessoas negras sem sequer suspeitarem de que o fazem. A análise é baseada nas diferentes visões do problema como percebido por pessoas da “classe média”, de um lado, e por pessoas “pobres” de outro, e também em casos concretos de racismo levados ao sistema penal. No que tange às estratégias de intervenção policial, parece claro que em razão da hierarquização social característica de nossa sociedade, qualquer ação há que ir além do círculo vicioso das medidas organizativas como se costuma acreditar seja a solução, e corresponder a necessidades de natureza diversa. Como ponto de partida a concepção militarista do papel da polícia que perpassa a área de segurança pública no Brasil, em prejuízo da maioria da população, máxima dos mercados pela cor da pele (o foco é o Rio de Janeiro). Inadiável a incorporação à prática do setor, como questões centrais de temas como “polícia democrática”, “polícia comunitária”, “discriminação”, etc.
publishDate 1997
dc.date.none.fl_str_mv 1997-05
2019-11-21T20:03:49Z
2019-11-21T20:03:49Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv SILVA, Jorge da. Representação e ação dos operadores do sistema penal no Rio de Janeiro. Tempo social, v. 9, n. 1, p. 95-114, 1997.
https://app.uff.br/riuff/handle/1/12241
N/A
identifier_str_mv SILVA, Jorge da. Representação e ação dos operadores do sistema penal no Rio de Janeiro. Tempo social, v. 9, n. 1, p. 95-114, 1997.
N/A
url https://app.uff.br/riuff/handle/1/12241
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Tempo social, v. 9, n. 1, p. 95-114, 1997.
dc.rights.driver.fl_str_mv openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Niterói
publisher.none.fl_str_mv Niterói
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1802135406097989632