Detecção de DNA de Leishmania sp. em amostras de sangue, medula óssea e pele de cães provenientes de área de baixa transmissão de leishmaniose visceral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Karina Palhares da
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24011
http://dx.doi.org/10.22409/PPGMPA.2021.m.16242174782
Resumo: O diagnóstico da leishmaniose visceral canina recomendado pelo Ministério da Saúde é realizado utilizando-se dois testes imunológicos de referência, o TR-DPP® e o ELISA. Entretanto, estudos sugerem que os métodos sorológicos podem apresentar baixa sensibilidade em amostras de cães provenientes de áreas de baixa transmissão. Dessa forma, os métodos moleculares podem ser usados de forma complementar, pois detectam o DNA do parasito em diferentes tipos de tecidos através da amplificação de fragmentos genéticos do mesmo. O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de detecção do DNA de Leishmania sp. em amostras de tecidos de 12 cães provenientes de área de baixa transmissão, previamente analisados em ensaios imunológicos de referência (TR-DPP® e ELISA) e parasitológicos (cultura in vitro de pele e medula). Foi realizada a PCR convencional utilizando os alvos moleculares kDNA e HSP70. A PCR com o alvo kDNA foi realizada em 14 amostras de isolados de L. (L.) infantum provenientes de cultivo in vitro (C), 12 amostras de fragmentos de pele (FP), 11 amostras de medula óssea (MO) e 12 amostras de sangue (S). A PCR com o alvo HSP70 foi realizado nas 14 amostras de C e 12 amostras de FP. Os resultados demostraram que todas as amostras de C, FP e MO (100%) apresentaram amplificação próximo ao tamanho esperado de 120pb para o alvo kDNA, exceto S, com amplificação de apenas 1 (8,3%) amostra. Por outro lado, a PCR para o alvo HSP70 amplificou fragmentos de DNA próximo ao tamanho esperado de 234pb nas 14 (100%) amostras de C e em apenas 3 (25%) FP. Em comparação com os ensaios imunológicos, 91,6% (11/12) dos cães foram considerados positivos segundo o critério do Ministério da Saúde. O animal considerado negativo por esse critério apresentou amplificação para o alvo kDNA tanto na amostra de pele quanto no aspirado de medula. Além disso, foi possível observar amplificação de DNA de Leishmania sp. na altura esperada para o alvo kDNA em todos os animais estudados, independente da sintomatologia clínica. A detecção de DNA nas amostras de pele e medula óssea de cães foi superior comparado ao sangue para o alvo molecular kDNA. Em razão da observação de resultados semelhantes, o tecido da pele pode ser utilizado em substituição aos aspirados de medula óssea no diagnóstico da LVC, por caracterizar-se como um tecido de fácil obtenção e coleta pouco invasiva no animal. Cabe ressaltar que, apesar do isolamento prévio de Leishmania (L.) infantum em cultura de tecido em todos os animais, seguida de caracterização por isoenzimas, não foi possível a realização do sequenciamento nucleotídico para a confirmação da espécie das amostras amplificadas na PCR, representando, portanto, uma limitação do presente estudo
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O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de detecção do DNA de Leishmania sp. em amostras de tecidos de 12 cães provenientes de área de baixa transmissão, previamente analisados em ensaios imunológicos de referência (TR-DPP® e ELISA) e parasitológicos (cultura in vitro de pele e medula). Foi realizada a PCR convencional utilizando os alvos moleculares kDNA e HSP70. A PCR com o alvo kDNA foi realizada em 14 amostras de isolados de L. (L.) infantum provenientes de cultivo in vitro (C), 12 amostras de fragmentos de pele (FP), 11 amostras de medula óssea (MO) e 12 amostras de sangue (S). A PCR com o alvo HSP70 foi realizado nas 14 amostras de C e 12 amostras de FP. Os resultados demostraram que todas as amostras de C, FP e MO (100%) apresentaram amplificação próximo ao tamanho esperado de 120pb para o alvo kDNA, exceto S, com amplificação de apenas 1 (8,3%) amostra. 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Cabe ressaltar que, apesar do isolamento prévio de Leishmania (L.) infantum em cultura de tecido em todos os animais, seguida de caracterização por isoenzimas, não foi possível a realização do sequenciamento nucleotídico para a confirmação da espécie das amostras amplificadas na PCR, representando, portanto, uma limitação do presente estudoCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThe diagnosis of canine visceral leishmaniasis recommended by the Health Ministry is the use of two reference immunological tests, TR-DPP® and ELISA. However, studies suggest that serological methods may have low sensitivity in samples from dogs from low transmission areas. Thus, molecular methods can be used in a complementary way since they detect the DNA of the parasite in different types of tissues through the amplification of genetic fragments of the parasite. This study aimed to evaluate the detection capacity of leishmania’s DNA in tissue samples from 12 dogs from low transmission areas, previously analyzed by reference immunological (TR-DPP® and ELISA) and parasitological (in vitro culture of skin and bone marrow) assays. Conventional PCR was performed using the kDNA and HSP70 molecular targets. PCR with the kDNA target was performed on 14 samples of L. infantum (L.) isolates from in vitro culture (C), 12 samples of skin fragments (FP), 11 samples of bone marrow (MO) and 12 blood samples (S). PCR with the HSP70 target was performed on 14 C samples and 12 FP samples. The results showed that all samples of C, FP and MO (100%) presented amplification similar to the expected size of 120bp for the kDNA target, except for S, with amplification of only one (8.3%) sample. On the other hand, PCR for the HSP70 target amplified DNA fragments similar to the expected size of 234bp in 14 (100%) C samples and in only 3 (25%) FP samples. Compared with the immunological assays, 91.6% (11/12) of the dogs were considered positive according to Health Ministry criteria. The animal considered negative by this criterion showed amplification for the kDNA target in both skin sample and bone marrow aspirate. Thus, molecular methodology was more effective for the diagnosis of canine visceral leishmaniasis in the tissue samples studied, regardless of the symptomatology of the animal. DNA detection in dog skin and bone marrow samples was superior compared to blood for the kDNA molecular target. Due to the observation of similar results, skin tissue could be used to replace bone marrow aspirates in the diagnosis of CVL, as it is characterized as an easily obtainable tissue that requires less invasive collection in the animal. It is noteworthy that, although Leishmania (L.) infantum was previously isolated in tissue culture followed by isoenzyme characterization in all animals, it was not possible to confirm the species by means of nucleotide sequencing of the samples amplified in the PCR, therefore representing a limitation of the present study78 f.NiteróiSudré, Adriana PittellaSouza, Daniela Leles deFigueiredo, Beatriz Brener deMendonça, Flávia Coelho RibeiroSantos, Fernanda Nuneshttp://lattes.cnpq.br/7291953085264807http://lattes.cnpq.br/1820344065898657http://lattes.cnpq.br/0338838139097826Silva, Karina Palhares da2021-12-20T17:01:06Z2021-12-20T17:01:06Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://app.uff.br/riuff/handle/1/24011Aluno de Mestradohttp://dx.doi.org/10.22409/PPGMPA.2021.m.16242174782CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-12-20T17:01:09Zoai:app.uff.br:1/24011Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-12-20T17:01:09Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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