Entre escutas, silêncios e tutela: desafios ético-políticos da Psicologia permeados pela escuta especial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/24932 |
Resumo: | Esta dissertação propõe discutir a escuta de crianças e adolescentes vítimas de violência e a práxis da psicologia no sistema de justiça. Foi realizada uma pesquisa qualitativa composta por uma revisão da produção bibliográfica sobre a emergência da metodologia da escuta especial e da práxis psi no sistema de justiça, bem como a utilização de minhas observações do cotidiano de trabalho, como psicóloga do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, para a análise dos dados. A pesquisa objetivou problematizar de que forma a emergência da metodologia da escuta especial pode ser uma questão de análise dos tensionamentos da atual disputa ético-política sobre o que é a psicologia em interface com a justiça. Se, por um lado, a psicologia conseguiu demonstrar nas últimas décadas que não há depoimento sem danos, ou seja, sem a produção de violência para crianças e adolescentes que já sofreram violência (revitimização), por outro lado, o avanço dessa prática e dos discursos que a fazem ganhar força, justificam-na como a solução atual para o Estado lidar contra a violência supostamente perpetrada pelos acusados. Conclui-se que falar da escuta especial é falar, no plano macropolítico, do modo atual como a produção de direitos humanos está sendo promovida no país; da tentativa de tutela da psicologia pelo sistema de justiça; da permanente construção de uma práxis e do compromisso ético-político da categoria profissional; da judicialização das práticas sociais no contexto do Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes; do racismo à brasileira; da expansão da criminalização e do punitivismo como respostas do Estado aos altos índices de violência no Brasil; das condições de trabalho das psicólogas no sistema de justiça; e da necessidade de ampliação de questionamentos sobre o que é a escuta psicológica no sistema de justiça na atualidade. |
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Entre escutas, silêncios e tutela: desafios ético-políticos da Psicologia permeados pela escuta especialEscuta especialPsicologia e justiçaProteçãoInfância e adolescênciaSistema de garantia de direitos de crianças e adolescentesPsicologiaEscutaPsicologia socialProteção à criança e ao adolescenteGarantia de direito individualQualified hearingPsychologyJudiciaryChildren and teenagers protectionEsta dissertação propõe discutir a escuta de crianças e adolescentes vítimas de violência e a práxis da psicologia no sistema de justiça. Foi realizada uma pesquisa qualitativa composta por uma revisão da produção bibliográfica sobre a emergência da metodologia da escuta especial e da práxis psi no sistema de justiça, bem como a utilização de minhas observações do cotidiano de trabalho, como psicóloga do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, para a análise dos dados. A pesquisa objetivou problematizar de que forma a emergência da metodologia da escuta especial pode ser uma questão de análise dos tensionamentos da atual disputa ético-política sobre o que é a psicologia em interface com a justiça. Se, por um lado, a psicologia conseguiu demonstrar nas últimas décadas que não há depoimento sem danos, ou seja, sem a produção de violência para crianças e adolescentes que já sofreram violência (revitimização), por outro lado, o avanço dessa prática e dos discursos que a fazem ganhar força, justificam-na como a solução atual para o Estado lidar contra a violência supostamente perpetrada pelos acusados. Conclui-se que falar da escuta especial é falar, no plano macropolítico, do modo atual como a produção de direitos humanos está sendo promovida no país; da tentativa de tutela da psicologia pelo sistema de justiça; da permanente construção de uma práxis e do compromisso ético-político da categoria profissional; da judicialização das práticas sociais no contexto do Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes; do racismo à brasileira; da expansão da criminalização e do punitivismo como respostas do Estado aos altos índices de violência no Brasil; das condições de trabalho das psicólogas no sistema de justiça; e da necessidade de ampliação de questionamentos sobre o que é a escuta psicológica no sistema de justiça na atualidade.This dissertation proposes to debate the hearing of children and teenager’s victims of violence and the psychological praxis in judicial system. For this, it was carried a qualitative research composed by a bibliographic review about the emergency of a qualified hearing methodology and psychological praxis in judiciary, as well as the application of my working daily considerations, being a Public Prosecution psychologist of Rio de Janeiro State, for my data analysis. The research intended to discuss how the emergency of a qualified hearing methodology might be a question of analyze the current ethical-political dispute tension about what is the connection between psychology and judiciary. If we have psychology demonstrating that there is no statement without damage, what means, without violence production for those children and teenagers that had already been victims of violence (revictimization), in another way, the advance of this action and discourse that make it stronger, justifies as the current solution for the country handle with the violence supposedly perpetrated by the respondents. In conclusion: in a bigger political view qualified hearing have something with the way that human rights are promoted in Brazil, the attempt of authority by judiciary against psychology, the contínuos development of an action and the psychology’s ethical-political commitment, the community practice judicialisation against constitution, Brazil’s racism, the criminalization and state violence as answers for the violence rate, work conditions for the psychologists in judiciary and the needed of question what is the psychological wearing in the the judicial system nowadays.108 p.Nascimento, Maria Lívia dohttp://lattes.cnpq.br/3426340603864148Matsumoto, Adriana Eikohttp://lattes.cnpq.br/1255445071615138Nascimento, Maria Lívia dohttp://lattes.cnpq.br/3426340603864148Matsumoto, Adriana Eikohttp://lattes.cnpq.br/1255445071615138Heloani, José Roberto Monteshttp://lattes.cnpq.br/3546226919045934http://lattes.cnpq.br/6975723195634016Souza, Fernanda Aline de2022-04-25T18:29:20Z2022-04-25T18:29:20Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSOUZA, Fernanda Aline de. Entre escutas, silêncios e tutela: desafios ético-políticos da Psicologia permeados pela escuta especial. 2022. 108 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia)- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.http://app.uff.br/riuff/handle/1/24932CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-04-25T18:29:24Zoai:app.uff.br:1/24932Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202022-04-25T18:29:24Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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