Memória e diáspora na literatura porto-riquenha: aproximações a La memoria rota e La guagua aérea

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Warllachana Moisés da
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16046
Resumo: Este trabalho realiza uma leitura parcial de La memoria rota (1993, 2003), de Arcadio Díaz-Quiñones e La guagua aérea (1994, 2013), de Luis Rafael Sánchez, obras que põem em foco a memória e a diáspora porto-riquenha, no período posterior à invasão, ocupação e administração do território pelos Estados Unidos. A Guerra hispano-americana de 1898 teve consequências importantes nos âmbitos político, cultural, econômico e social em Porto Rico e a literatura, como produção simbólica dessa sociedade, apresenta-nos esses embates. A memória que ela compõe orienta a identidade individual bem como a coletiva, nacional. De acordo com Jacques Le Goff (1990), a memória é a “propriedade de conservar certas informações” que podem ser atualizadas. Essa renovação pode estar orientada por diferentes perspectivas, isto é, ela se relaciona a emoções, a escolhas, e pode, portanto, ser negociada. Entendemos, pois, que memória e esquecimento fazem parte dessa negociação, na qual algumas memórias são preteridas em benefício de outras. Dessa negociação deriva-se também a contra-memória, que suspeita e questiona perspectivas hegemônicas comumente consagradas pela historiografia oficial. Frente a ela, e por meio do agenciamento de sua memória individual, da memória coletiva e de lugares de memória, Arcadio Díaz-Quiñones reflete acerca das condições de produção de relatos sobre a formação da sociedade porto-riquenha a partir da invasão militar de 1898. Para isso, ele se debruça sobre obras de diverso teor de Margot Arce de Vázquez, Luis Palés-Matos, César Andreu Iglesias, Bernardo Vega, Aurora de Albornoz, mas também Edward Said, para inquirir as potencialidades de agenciamento da memória na historiografia no contexto de um estado (neo)colonial. Por sua vez, Luis Rafael Sánchez ficcionaliza em suas crônicas a memória da diáspora porto-riquenha para os Estados Unidos, analisando expectativas e temores motivados pelo deslocamento. Para o estudo das obras de Díaz-Quiñones e Sánchez, indagaremos pressupostos historiográficos (QUINTERO-RIVERA, 1992; FERNÁNDEZ-APONTE, 1992; ANDERSON, 1998), recontextualizando os conceitos de memória (LE GOFF, 1990), memória individual/social (ASSMANN, 2016; HALBWACHS, 1990), contra-memória (LIPSITZ, 1989) e lugares de memória (NORA, 1993), bem como os de comunidade imaginada (ANDERSON, 2008) e diáspora (CLIFFORD, 1999)
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Essa renovação pode estar orientada por diferentes perspectivas, isto é, ela se relaciona a emoções, a escolhas, e pode, portanto, ser negociada. Entendemos, pois, que memória e esquecimento fazem parte dessa negociação, na qual algumas memórias são preteridas em benefício de outras. Dessa negociação deriva-se também a contra-memória, que suspeita e questiona perspectivas hegemônicas comumente consagradas pela historiografia oficial. Frente a ela, e por meio do agenciamento de sua memória individual, da memória coletiva e de lugares de memória, Arcadio Díaz-Quiñones reflete acerca das condições de produção de relatos sobre a formação da sociedade porto-riquenha a partir da invasão militar de 1898. 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Para o estudo das obras de Díaz-Quiñones e Sánchez, indagaremos pressupostos historiográficos (QUINTERO-RIVERA, 1992; FERNÁNDEZ-APONTE, 1992; ANDERSON, 1998), recontextualizando os conceitos de memória (LE GOFF, 1990), memória individual/social (ASSMANN, 2016; HALBWACHS, 1990), contra-memória (LIPSITZ, 1989) e lugares de memória (NORA, 1993), bem como os de comunidade imaginada (ANDERSON, 2008) e diáspora (CLIFFORD, 1999)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorEste trabajo realiza una lectura parcial de La memoria rota (1993, 2003), de Arcadio Díaz-Quiñones y La guagua aérea (1994, 2013), de Luis Rafael Sánchez, obras que tienen como eje la memoria y la diáspora puertorriqueña, en el período posterior a la invasión, la ocupación y la administración del territorio por los Estados Unidos. La Guerra hispanoamericana de 1898 provocó consecuencias importantes en los sectores político, cultural, económico y social en Puerto Rico y la literatura, como producción simbólica de esa sociedad, nos presenta eses embates. La memoria que la compone orienta la identidad individual, así como la colectiva, nacional. De acuerdo con Jacques Le Goff (1990), la memoria es la "propriedad de conservar ciertas informaciones" que pueden ser actualizadas. Esa renovación puede estar orientada por diferentes perspectivas, es decir, ella se relaciona a emociones, a elecciones, y puede, por lo tanto, ser negociada. Entendemos, pues, que la memoria y el olvido forman parte de esa negociación, en la cual algunas memorias son preteridas en beneficio de otras. De esa negociación se deriva también la contramemoria, que sospecha y cuestiona perspectivas hegemónicas comúnmente consagradas por la historiografía oficial. Frente a ella, y por medio de la administración de su memoria individual, de la memoria colectiva y de los lugares de memoria, Arcadio Díaz-Quiñones reflexiona acerca de las condiciones de producción de relatos sobre la formación de la sociedad puertorriqueña a partir de la invasión militar de 1898. Para ello, él se inclina sobre obras de diverso contenido de Margot Arce de Vázquez, Luis Palés-Matos, César Andreu Iglesias, Bernardo Vega, Aurora de Albornoz, pero también Edward Said, para inquirir las potencialidades de administración de la memoria en la historiografía en el contexto de un estado (neo)colonial. A su vez, Luis Rafael Sánchez ficcionaliza en sus crónicas la memoria de la diáspora puertorriqueña a los Estados Unidos, analizando expectativas y temores motivados por el desplazamiento. Para el estudio de las obras de Díaz-Quiñones y Sánchez, cuestionaremos presupuestos historiográficos (QUINTERO-RIVERA, 1992; FERNÁNDEZ-APONTE, 1992; ANDERSON, 1998), recontextualizando los conceptos de memoria (LE GOFF, 1990), memoria individual/social (ASSMANN, 2016; HALBWACHS, 1990), contramemoria (LIPSITZ, 1989) y lugares de memoria (NORA, 1993), así como los de comunidad imaginada (ANDERSON, 2008) y diáspora (CLIFFORD, 1999)154f.Gelado, Gladys VivianaGonzález, Elena Cristina PalmeroNeto, Arnaldo Rosa ViannaSilva, Warllachana Moisés da2020-11-23T17:54:53Z2020-11-23T17:54:53Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/16046CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-12-10T18:09:28Zoai:app.uff.br:1/16046Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-12-10T18:09:28Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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