Estenose benigna das vias biliares: tratamento e evolução das lesões iatrogênicas, experiência de um único centro referenciado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barros, Fernando de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10914
Resumo: Introdução: A colecistopatia litiásica é uma doença comum e que afeta mais de 30 milhões de americanos, isto é, aproximadamente 12% da população. Mais de 750.000 colecistectomias são realizadas por ano nos Estados Unidos. Com o aumento do número de procedimentos laparoscópicos, a década de 90 ficou marcada pelo aumento significativo de lesão da via biliar (LVB). Objetivo: Analisar retrospectivamente todos os doentes com LVB que foram conduzidos por um único centro referenciado. Avaliar o prognóstico comparando tempo de referencia (TR) para um centro referenciado, tentativas de reparos cirúrgicos prévios (TRCP), situação da colecistectomia, reparos feitos na urgência e os tipos de lesão. Método: Estudo retrospectivo através da análise de 51 prontuários de pacientes com LVB e que foram conduzidos por uma mesma equipe de transplante hepático (ETH). As estenoses cicatriciais da via biliar (ECVB) foram classificadas segundo Bismuth (Tipo I, II, III, IV e V). As situações da operação em que houve a LVB também foram agrupadas: grupo A (cirurgia eletiva); B (cirurgia de urgência); Grupo 1 (cirurgia laparoscópica); grupo 2 (cirurgia convencional); e também aos pares (A1, A2, B1, B2). As seguintes variáveis foram pesquisadas nos prontuários: idade, sexo, situação da colecistectomia, classificação de Bismuth, o TR, as TRCP, a operação de reparo pela ETH e a evolução. Aqueles doentes que tiveram algum tipo de intervenção cirúrgica devido à outra causa de estenose biliar foram excluídos. Os dados colhidos foram analisados e submetidos a um tratamento estatístico. Resultados: De setembro de 1999 a setembro de 2009, foram revistos 51 pacientes com ECVB. Entre eles: 17 homens e 34 mulheres, com idade media de 42,7 anos. Vinte e dois pacientes tiveram uma ECVB tipo II (43,1%), 13 do tipo III (25,5%), 10 do tipo I (19,6%), 5 do tipo IV (9,8%), e apenas 1 do tipo V (2 %). Com relação à situação da colecistectomia, observamos 16 casos no grupo A2 (31,37%); 15 no grupo B2 (29,41%); 11 no grupo A1 (21,57%); 9 no grupo B1 (17,65%). Trinta e seis pacientes (70,59%) na chegada à unidade de transplante hepático tinham pelo menos uma TRCP realizada em outra unidade. Quarenta pacientes foram operados. A cirurgia de Hepp-Couinad foi a mais realizada pela ETH (26 casos-65%), sendo que 9 pacientes (22,5%) foram operados de urgência. Entre esses doentes, apenas três não retornaram para a revisão e portanto o prognóstico pôde ser avaliado nos 37 pacientes considerados tratados. Vinte e cinco pacientes (67,6%) tiveram resultado excelente/bom. Os 12 pacientes (32,4%) classificados como tendo um resultado ruim tiveram uma média de TR de 65,92 meses (variando de 3-264 meses). Observamos um maior TR quando comparado ao grupo que obteve um resultado excelente/bom (p=0,004). Encontramos também uma diferença estatística significativa entre os pacientes sem TRCP e aqueles com pelo menos uma tentativa (p=0,05). Aqueles casos em que a LVB foi reconhecida também tiveram melhores resultados (p=0,046). Porém, não encontramos diferença entre os grupos A1, A2, B1 e B2 e nem entre as diferentes classes de Bismuth. Seis pacientes foram listados para o transplante de fígado, mas apenas um foi realizado. Esses pacientes tiveram maior TR comparado aos não listados (p=0,04). Sete pacientes morreram, 6 por complicações hepáticas. Conclusão: O TR, o número de TRCP e o reconhecimento da LVB influenciaram no desfecho final dos nossos pacientes. Entretanto, os grupos da colecistectomia e as lesões de Bismuth não tiveram influência no resultado final deste estudo
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Método: Estudo retrospectivo através da análise de 51 prontuários de pacientes com LVB e que foram conduzidos por uma mesma equipe de transplante hepático (ETH). As estenoses cicatriciais da via biliar (ECVB) foram classificadas segundo Bismuth (Tipo I, II, III, IV e V). As situações da operação em que houve a LVB também foram agrupadas: grupo A (cirurgia eletiva); B (cirurgia de urgência); Grupo 1 (cirurgia laparoscópica); grupo 2 (cirurgia convencional); e também aos pares (A1, A2, B1, B2). As seguintes variáveis foram pesquisadas nos prontuários: idade, sexo, situação da colecistectomia, classificação de Bismuth, o TR, as TRCP, a operação de reparo pela ETH e a evolução. Aqueles doentes que tiveram algum tipo de intervenção cirúrgica devido à outra causa de estenose biliar foram excluídos. Os dados colhidos foram analisados e submetidos a um tratamento estatístico. Resultados: De setembro de 1999 a setembro de 2009, foram revistos 51 pacientes com ECVB. 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Os 12 pacientes (32,4%) classificados como tendo um resultado ruim tiveram uma média de TR de 65,92 meses (variando de 3-264 meses). Observamos um maior TR quando comparado ao grupo que obteve um resultado excelente/bom (p=0,004). Encontramos também uma diferença estatística significativa entre os pacientes sem TRCP e aqueles com pelo menos uma tentativa (p=0,05). Aqueles casos em que a LVB foi reconhecida também tiveram melhores resultados (p=0,046). Porém, não encontramos diferença entre os grupos A1, A2, B1 e B2 e nem entre as diferentes classes de Bismuth. Seis pacientes foram listados para o transplante de fígado, mas apenas um foi realizado. Esses pacientes tiveram maior TR comparado aos não listados (p=0,04). Sete pacientes morreram, 6 por complicações hepáticas. Conclusão: O TR, o número de TRCP e o reconhecimento da LVB influenciaram no desfecho final dos nossos pacientes. 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