Pelas ruas da cidade, sofrimento e vida: uma etnografia com usuários de crack em situação de rua no bairro de Manguinhos, Rio de Janeiro

• Autor(a) principal: Gomes, Marcelly de Freitas
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6806
• topic: Drogas; Crack; População em situação de rua; Vulnerabilidade; Exclusão social; Rio de Janeiro; Crack (Droga); Pessoa em situação de rua; Vulnerabilidade; Exclusão social; Rio de Janeiro (RJ)

O presente estudo busca compreender como os usuários de crack em situação de rua vivem. Busco neste trabalho me aproximar dos usuários de crack em situação de rua em seus espaços de uso de droga e de convívio social, bem como trazer à "cena" os processos de marginalização e exclusão social que permeiam o cotidiano desses usuários. O objetivo é conhecer o modo de vida dos usuários, e conhecer as suas trajetórias que levaram ao uso do crack e/ ou a situação de rua. Interessa-me, sobretudo, dialogar com os usuários de crack em situação de rua e pensar como a rua se configura como espaço de sociabilidade, interação e também de extrema desigualdade social. O objetivo deste estudo não é discutir sobre consumo de droga em si, suas características, formas ou efeitos, nem as possíveis soluções para a diminuição do consumo. A presente pesquisa é uma investigação de natureza qualitativa e, incluiu a pesquisa bibliográfica para a construção do corpo teórico-metodológico e a investigação empírica no trabalho de campo. O trabalho de campo foi realizado durante oito meses no bairro de Manguinhos- RJ com os usuários de crack em situação de rua. As técnicas e métodos de investigação utilizados durante a pesquisa incluíram as entrevistas individuais semi-estruturadas e a observação participante. As observações de campo mostraram que não há uma simples relação direta entre pessoa e droga, mas trajetórias e experiências de vida, com períodos de consumo compulsivo, seguidos de diminuição da dose, de autogestão e períodos de abstinência. Tudo em meio aos infinitos desafios encarados por aqueles que estão em situação de rua. Nesse sentido, precisamos pensar como o processo de exclusão social que é vivido pelos usuários de crack se particulariza em vínculos, rupturas e em emoções e sofrimentos