Deus morreu: consequências para pensar a religião em Nietzsche
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFJF |
Texto Completo: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5623 |
Resumo: | O presente estudo parte do anúncio da morte de Deus para pensar o sentido de religião em Nietzsche. Ainda que a filosofia deste pensador tenha proclamado a morte de Deus, essa mensagem não implica necessariamente na erradicação da religião. Ela favorece pensá-la em outros termos que não a vinculam a uma instituição específica, nem a um conjunto de dogmas e ritos, mas enquanto afirmação da vida. Assim sendo, a morte de Deus é tematizada de modo a evidenciar uma crítica a determinada visão de civilização e cultura que contribuíram para a desvalorização da vida. Enquanto um filósofo crítico da desvalorização da vida compreende-se o discurso hostil de Nietzsche em relação à religião cristã. O cristianismo é uma visão de mundo derivada do platonismo e do judaísmo. Nesse sentido, o cristianismo não se identifica com a figura de Jesus. Este aponta para um tipo de vida que no decorrer da sua morte na cruz foi distorcido pela intepretação do apóstolo Paulo. O cristianismo se tornou uma invenção paulina. Não obstante a sua crítica à religião cristã, o que se pretende demonstrar é que o instinto religioso ainda vive na filosofia de Nietzsche. O aspecto religioso presente em Nietzsche, porém, não se apresenta mais sob a aparência metafísica-religiosa tradicional. A religião vive, ela é importante, mas desde que afirme a vida. Trata-se de pensá-la de modo alusivo, com uma linguagem que enfatiza menos o seu aspecto ontoteológico, para destacar muito mais a sua dimensão simbólico-existencial. Para Nietzsche, o elemento religioso se mostra como resultado de um instinto criador. A vida enquanto vontade de poder inventa a religião, novos deuses, enfim, vários mecanismos capazes de fazer aumentar o seu poder. Assim, o instinto religioso continua a forjar novas espiritualidades, novos deuses para a vida. |
id |
UFJF_42e1e6f03b1ff7f1b612b24325b0c157 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/5623 |
network_acronym_str |
UFJF |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFJF |
repository_id_str |
|
spelling |
Pires, Frederico Pieperhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777248H7Roos, Jonashttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4705960Z0Cabral, Jimmy Sudáriohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4221264D2Ribeiro, Flávio Augusto Senrahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4755860H8Andrade, Altamir Celio dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706342J8http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4240116A3Landim, Robione Antônio2017-08-24T12:02:48Z2017-08-182017-08-24T12:02:48Z2017-03-22https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5623O presente estudo parte do anúncio da morte de Deus para pensar o sentido de religião em Nietzsche. Ainda que a filosofia deste pensador tenha proclamado a morte de Deus, essa mensagem não implica necessariamente na erradicação da religião. Ela favorece pensá-la em outros termos que não a vinculam a uma instituição específica, nem a um conjunto de dogmas e ritos, mas enquanto afirmação da vida. Assim sendo, a morte de Deus é tematizada de modo a evidenciar uma crítica a determinada visão de civilização e cultura que contribuíram para a desvalorização da vida. Enquanto um filósofo crítico da desvalorização da vida compreende-se o discurso hostil de Nietzsche em relação à religião cristã. O cristianismo é uma visão de mundo derivada do platonismo e do judaísmo. Nesse sentido, o cristianismo não se identifica com a figura de Jesus. Este aponta para um tipo de vida que no decorrer da sua morte na cruz foi distorcido pela intepretação do apóstolo Paulo. O cristianismo se tornou uma invenção paulina. Não obstante a sua crítica à religião cristã, o que se pretende demonstrar é que o instinto religioso ainda vive na filosofia de Nietzsche. O aspecto religioso presente em Nietzsche, porém, não se apresenta mais sob a aparência metafísica-religiosa tradicional. A religião vive, ela é importante, mas desde que afirme a vida. Trata-se de pensá-la de modo alusivo, com uma linguagem que enfatiza menos o seu aspecto ontoteológico, para destacar muito mais a sua dimensão simbólico-existencial. Para Nietzsche, o elemento religioso se mostra como resultado de um instinto criador. A vida enquanto vontade de poder inventa a religião, novos deuses, enfim, vários mecanismos capazes de fazer aumentar o seu poder. Assim, o instinto religioso continua a forjar novas espiritualidades, novos deuses para a vida.The present study starts from the announcement of the death of God to think the sense of religion in Nietzsche. Although the philosophy of this thinker has proclaimed the death of God, this message does not necessarily imply the eradication of religion. It favors thinking it in other terms that do not bind it to a specific institution, or to a set of dogmas and rites, but as an affirmation of life. Thus, the death of God is thematized in order to highlight a critique of a certain vision of civilization and culture that contributed to the devaluation of life. While a critical philosopher of the devaluation of life is understood Nietzsche's hostile discourse on the Christian religion. Christianity is a worldview derived from Platonism and Judaism. In this sense, Christianity does not identify with the figure of Jesus. It points to a type of life that in the course of his death on the cross was distorted by the interpretation of the apostle Paul. Christianity became a Pauline invention. Notwithstanding his criticism of the Christian religion, what is meant is that the religious instinct still lives in Nietzsche's philosophy. The religious aspect present in Nietzsche, however, no longer appears in the traditional metaphysicalreligious appearance. Religion lives, it is important, but as long as it affirms life. It is to think of it in a allusive way, with a language that emphasizes less its onto-theological aspect, in order to highlight its symbolic-existential dimension much more. For Nietzsche, the religious element shows itself as the result of a creative instinct. Life as a will to power invents religion, new gods, in short, various mechanisms capable of increasing its power. Thus, the religious instinct continues to forge new spiritualties, new gods for life.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Ciência da ReligiãoUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIANietzscheMorte de DeusVontade de poderVidaReligiãoNietzscheDeath of GodWill to powerReligionLifeDeus morreu: consequências para pensar a religião em Nietzscheinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTEXTrobioneantoniolandim.pdf.txtrobioneantoniolandim.pdf.txtExtracted texttext/plain488742https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5623/3/robioneantoniolandim.pdf.txt2d18d9102ec73152ea01b45094787bbcMD53THUMBNAILrobioneantoniolandim.pdf.jpgrobioneantoniolandim.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1144https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5623/4/robioneantoniolandim.pdf.jpg3bbc3ae61770b660bc74385673bc2427MD54ORIGINALrobioneantoniolandim.pdfrobioneantoniolandim.pdfapplication/pdf1187432https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5623/1/robioneantoniolandim.pdfea5dea35dcb9a46e8c3a69fb1724e6afMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5623/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52ufjf/56232019-06-16 06:51:27.782oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/5623TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-06-16T09:51:27Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Deus morreu: consequências para pensar a religião em Nietzsche |
title |
Deus morreu: consequências para pensar a religião em Nietzsche |
spellingShingle |
Deus morreu: consequências para pensar a religião em Nietzsche Landim, Robione Antônio CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIA Nietzsche Morte de Deus Vontade de poder Vida Religião Nietzsche Death of God Will to power Religion Life |
title_short |
Deus morreu: consequências para pensar a religião em Nietzsche |
title_full |
Deus morreu: consequências para pensar a religião em Nietzsche |
title_fullStr |
Deus morreu: consequências para pensar a religião em Nietzsche |
title_full_unstemmed |
Deus morreu: consequências para pensar a religião em Nietzsche |
title_sort |
Deus morreu: consequências para pensar a religião em Nietzsche |
author |
Landim, Robione Antônio |
author_facet |
Landim, Robione Antônio |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Pires, Frederico Pieper |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777248H7 |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Roos, Jonas |
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv |
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4705960Z0 |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Cabral, Jimmy Sudário |
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv |
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4221264D2 |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Ribeiro, Flávio Augusto Senra |
dc.contributor.referee3Lattes.fl_str_mv |
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4755860H8 |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Andrade, Altamir Celio de |
dc.contributor.referee4Lattes.fl_str_mv |
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706342J8 |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4240116A3 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Landim, Robione Antônio |
contributor_str_mv |
Pires, Frederico Pieper Roos, Jonas Cabral, Jimmy Sudário Ribeiro, Flávio Augusto Senra Andrade, Altamir Celio de |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIA |
topic |
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIA Nietzsche Morte de Deus Vontade de poder Vida Religião Nietzsche Death of God Will to power Religion Life |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Nietzsche Morte de Deus Vontade de poder Vida Religião Nietzsche Death of God Will to power Religion Life |
description |
O presente estudo parte do anúncio da morte de Deus para pensar o sentido de religião em Nietzsche. Ainda que a filosofia deste pensador tenha proclamado a morte de Deus, essa mensagem não implica necessariamente na erradicação da religião. Ela favorece pensá-la em outros termos que não a vinculam a uma instituição específica, nem a um conjunto de dogmas e ritos, mas enquanto afirmação da vida. Assim sendo, a morte de Deus é tematizada de modo a evidenciar uma crítica a determinada visão de civilização e cultura que contribuíram para a desvalorização da vida. Enquanto um filósofo crítico da desvalorização da vida compreende-se o discurso hostil de Nietzsche em relação à religião cristã. O cristianismo é uma visão de mundo derivada do platonismo e do judaísmo. Nesse sentido, o cristianismo não se identifica com a figura de Jesus. Este aponta para um tipo de vida que no decorrer da sua morte na cruz foi distorcido pela intepretação do apóstolo Paulo. O cristianismo se tornou uma invenção paulina. Não obstante a sua crítica à religião cristã, o que se pretende demonstrar é que o instinto religioso ainda vive na filosofia de Nietzsche. O aspecto religioso presente em Nietzsche, porém, não se apresenta mais sob a aparência metafísica-religiosa tradicional. A religião vive, ela é importante, mas desde que afirme a vida. Trata-se de pensá-la de modo alusivo, com uma linguagem que enfatiza menos o seu aspecto ontoteológico, para destacar muito mais a sua dimensão simbólico-existencial. Para Nietzsche, o elemento religioso se mostra como resultado de um instinto criador. A vida enquanto vontade de poder inventa a religião, novos deuses, enfim, vários mecanismos capazes de fazer aumentar o seu poder. Assim, o instinto religioso continua a forjar novas espiritualidades, novos deuses para a vida. |
publishDate |
2017 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2017-08-24T12:02:48Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2017-08-18 2017-08-24T12:02:48Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2017-03-22 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5623 |
url |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5623 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFJF |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
ICH – Instituto de Ciências Humanas |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFJF instname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) instacron:UFJF |
instname_str |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
instacron_str |
UFJF |
institution |
UFJF |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFJF |
collection |
Repositório Institucional da UFJF |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5623/3/robioneantoniolandim.pdf.txt https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5623/4/robioneantoniolandim.pdf.jpg https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5623/1/robioneantoniolandim.pdf https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/5623/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
2d18d9102ec73152ea01b45094787bbc 3bbc3ae61770b660bc74385673bc2427 ea5dea35dcb9a46e8c3a69fb1724e6af 000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37b |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1798038565911789568 |