Práticas translíngues na paisagem linguística de Juiz de Fora/MG

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Phelippe Nathaniel Ribeiro
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8005
Resumo: Esta pesquisa de base qualitativa (DENZIN & LINCOLN, 1994) tem por finalidade coletar ocorrências de lookalike English (BLOMMAERT, 2012) a partir da paisagem linguística (GORTER, 2006) da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, e propor sua análise sob uma orientação translíngue (CANAGARAJAH, 2013) para a linguagem, a qual acreditamos permitir uma compreensão mais esclarecedora dos complexos processos subjacentes a estas práticas linguísticas. Revisitamos os principais modelos teóricos desenvolvidos a partir da segunda metade do século XX, tais como World Englishes (KACHRU, 1991), English as Global Language (CRYSTAL, 2003), English as a Lingua Franca (JENKINS, 2006; MAURANEN, 2017) e English as A Local Language (HIGGINS, 2009), os quais têm sido usados para se descrever a expansão global da língua inglesa e sua diversificação a partir do contato com outras línguas, a fim de evidenciarmos um dinamismo característico deste processo e traçar as bases conceituais necessárias à compreensão da virada multilíngue (MAY, 2014), à qual pretendemos alinhar nossas considerações. Discutimos como a mobilidade (BLOMMAERT, 2010) possibilitada pelos episódios mais recentes da globalização tem dado origem a novas formas de multilinguismo urbano em uma sociedade frequentemente descrita como superdiversa (VERTOVEC, 2005; BUDACH & SAINTGEORGES, 2017). Apoiados em pressupostos teóricos recentes da Sociolinguística e da Linguística Aplicada, tais como o entendimento de língua como uma prática local (PENNYCOOK, 2010), nas contribuições metodológicas da tradição etnográfica (BLOMMAERT, 2013; BLOMMAERT & JIE, 2010) e da análise de narrativas (DE FINA, 2009, 2015; DE FINA & JOHNSTONE, 2015), buscamos evidenciar nos accounts (SCOTT & LYMAN, 1968) produzidos em nosso trabalho de campo a natureza translíngue de tais práticas (CANAGARAJAH, 2013) e examiná-las através das lentes da multivocalidade (HIGGINS, 2009) e da inescrutabilidade (LEE, 2017), noções que nos permitem discutir questões de identidade e legitimidade envolvidas em práticas translíngues.