A família de construções de argumento cindido no português do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sampaio, Thais Fernandes
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2612
Resumo: Assumindo a perspectiva da Gramática das Construções Baseada no Uso (GOLDBERG, 1995; 2006; TOMASELLO, 2006), o presente trabalho tem por objetivo descrever e analisar a Construção de Estrutura Argumental do Português do Brasil, que licencia enunciados do tipo: (i) O estudante quebrou o braço; (ii) Meu tênis descolou o solado; (iii) Rubinho quebrou o carro; (iv) O combustível subiu o preço. Nossa proposta de análise deste fenômeno assume que esta Construção constitui um caso de desencontro (ou mismatch, nos termos de FRANCIS; MICHAELIS, 2000; MICHAELIS, 2004; TRAUGOTT, 2007) no número de papéis sintáticos e semânticos. Semanticamente, as sentenças destacadas acima possuem um único argumento – a entidade afetada – e, de fato, há no Português do Brasil (PB) o que poderíamos chamar de uma Construção Ergativa Canônica, que exemplifica um encontro perfeito entre a sintaxe da construção e a semântica do verbo: (v) O braço do estudante quebrou; (vi) O solado do meu tênis descolou; (vii) O carro do Rubinho quebrou; (viii) O preço do combustível subiu. Entretanto, aquela que nomeamos Construção de Argumento Cindido (CAC), apesar do seu único argumento semântico, apresenta dois argumentos sintáticos – um sujeito e um objeto direto. O sujeito da CAC corresponde ao elemento que, na Ergativa Canônica, é expresso como um adjunto nominal; e o núcleo do sujeito da Ergativa Canônica vira objeto direto na Construção de Argumento Cindido. Do ponto de vista semântico, o sujeito da CAC representa o TODO da entidade afetada e seu objeto corresponde a uma PARTE específica desta entidade. Nossa análise da semântica da construção será proposta com base na Semântica de Frames (FILLMORE, 1977; FILLMORE; JOHNSON; PETRUCK, 2003). Apesar das características – sintáticas, semânticas e discursivas – comuns, que nos levam a identificar a mesma Construção de Estrutura Argumental recobrindo todos os enunciados em (i) - (iv), é possível reconhecer neste conjunto quatro subgrupos. No primeiro, exemplo (i), temos usos linguísticos que se identificam diretamente com o que ficou conhecido na literatura como Possessor Raising. Nesse caso, há uma relação de posse inalienável, envolvendo um possuidor humano e uma das partes do seu corpo. No segundo subgrupo, representado por (ii), a relação, ainda de posse inalienável, se estabelece entre um artefato e uma de suas partes. No terceiro grupo, exemplo (iii), verificamos uma relação entre um possuidor humano e um objeto possuído; nesse caso, uma relação de posse alienável. Finalmente, no quarto grupo, enunciado (iv), se estabelece uma relação entre um item e uma de suas propriedades. Utilizando dados reais de uso lingüístico, nosso estudo descreve e analisa cada um desses subgrupos, reunindo evidências a favor da idéia de que a CAC é uma Construção de Estrutura Argumental do Português, pragmaticamente motivada. Considerando os resultados da análise, apresentamos uma proposta de formalização da CAC, nos termos da Sign-Based Construction Grammar (SAG, 2010; MICHAELLIS, 2009).
id UFJF_c9a397b5b15b4de302c4f38d6c902d69
oai_identifier_str oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/2612
network_acronym_str UFJF
network_name_str Repositório Institucional da UFJF
repository_id_str
spelling Salomão, Maria Margarida Martinshttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787454H7Miranda, Neusa Salimhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706200T5Silveira, Sonia Bittencourthttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767835Y5Moura, Heronides Maurilio de Melohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785715T6Aragão Neto, Magdiel Medeiroshttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4704697D1http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4775854D4Sampaio, Thais Fernandes2016-09-30T13:38:54Z2016-09-282016-09-30T13:38:54Z2010-04-06https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2612Assumindo a perspectiva da Gramática das Construções Baseada no Uso (GOLDBERG, 1995; 2006; TOMASELLO, 2006), o presente trabalho tem por objetivo descrever e analisar a Construção de Estrutura Argumental do Português do Brasil, que licencia enunciados do tipo: (i) O estudante quebrou o braço; (ii) Meu tênis descolou o solado; (iii) Rubinho quebrou o carro; (iv) O combustível subiu o preço. Nossa proposta de análise deste fenômeno assume que esta Construção constitui um caso de desencontro (ou mismatch, nos termos de FRANCIS; MICHAELIS, 2000; MICHAELIS, 2004; TRAUGOTT, 2007) no número de papéis sintáticos e semânticos. Semanticamente, as sentenças destacadas acima possuem um único argumento – a entidade afetada – e, de fato, há no Português do Brasil (PB) o que poderíamos chamar de uma Construção Ergativa Canônica, que exemplifica um encontro perfeito entre a sintaxe da construção e a semântica do verbo: (v) O braço do estudante quebrou; (vi) O solado do meu tênis descolou; (vii) O carro do Rubinho quebrou; (viii) O preço do combustível subiu. Entretanto, aquela que nomeamos Construção de Argumento Cindido (CAC), apesar do seu único argumento semântico, apresenta dois argumentos sintáticos – um sujeito e um objeto direto. O sujeito da CAC corresponde ao elemento que, na Ergativa Canônica, é expresso como um adjunto nominal; e o núcleo do sujeito da Ergativa Canônica vira objeto direto na Construção de Argumento Cindido. Do ponto de vista semântico, o sujeito da CAC representa o TODO da entidade afetada e seu objeto corresponde a uma PARTE específica desta entidade. Nossa análise da semântica da construção será proposta com base na Semântica de Frames (FILLMORE, 1977; FILLMORE; JOHNSON; PETRUCK, 2003). Apesar das características – sintáticas, semânticas e discursivas – comuns, que nos levam a identificar a mesma Construção de Estrutura Argumental recobrindo todos os enunciados em (i) - (iv), é possível reconhecer neste conjunto quatro subgrupos. No primeiro, exemplo (i), temos usos linguísticos que se identificam diretamente com o que ficou conhecido na literatura como Possessor Raising. Nesse caso, há uma relação de posse inalienável, envolvendo um possuidor humano e uma das partes do seu corpo. No segundo subgrupo, representado por (ii), a relação, ainda de posse inalienável, se estabelece entre um artefato e uma de suas partes. No terceiro grupo, exemplo (iii), verificamos uma relação entre um possuidor humano e um objeto possuído; nesse caso, uma relação de posse alienável. Finalmente, no quarto grupo, enunciado (iv), se estabelece uma relação entre um item e uma de suas propriedades. Utilizando dados reais de uso lingüístico, nosso estudo descreve e analisa cada um desses subgrupos, reunindo evidências a favor da idéia de que a CAC é uma Construção de Estrutura Argumental do Português, pragmaticamente motivada. Considerando os resultados da análise, apresentamos uma proposta de formalização da CAC, nos termos da Sign-Based Construction Grammar (SAG, 2010; MICHAELLIS, 2009).Adopting the perspective of Usage-Based Construction Grammar (GOLDBERG, 1995; 2006; TOMASELLO, 2006), this study aims to describe and analyze the Argument Structure Construction in Brazilian Portuguese, which allows sentences such as: (i) O estudante quebrou o braço; (ii) Meu tênis descolou o solado; (iii) Rubinho quebrou o carro; (iv) O combustível subiu o preço. Our analysis of this phenomenon assumes that this Construction illustrates a case of mismatch (FRANCIS; MICHAELIS, 2000; MICHAELIS, 2004; TRAUGOTT, 2007) between the number of syntactic and semantic roles. Semantically, the highlighted sentences above have only one argument – the affected entity – and, in fact, in Brazilian Portuguese (BP) there is a socalled ‘Canonical Ergative Construction’ which exemplifies a perfect match between the construction’s syntax and the verb’s semantics: (v) O braço do estudante quebrou; (vi) O solado do meu tênis descolou; (vii) O carro do Rubinho quebrou; (viii) O preço do combustível subiu. However, the construction we have named Split Argument Construction (SAC), in spite of its single semantic argument, presents two syntatic arguments – a subject and a direct object. The subject of SAC corresponds to the element which, in the Canonical Ergative, is syntatically expressed as a nominal adjunct; and the head of Ergative Canonical subject appears as the direct object in the Split Argument Construction. Semantically, the subject of SAC represents the WHOLE of the affected entity and a specific PART of this entity is expressed, in the syntax, as a direct object. The analysis of the semantic aspects of this construction will be based on Frame Semantics (FILLMORE, 1977; FILLMORE; JOHNSON; PETRUCK, 2003). Despite the shared syntactic, semantic and discursive properties, which have lead us to identify the same Argument Structure Construction covering all the statements in (i) - (iv), four sub-types become recognizable. The first, illustrated by (i), can be directly related to what has been referred to in the literature as Possessor Raising. In this case, there is an inalienable relation of possession between a human possessor and the parts of his body. In the second sub-type, represented by (ii), the relation – still one of inalienable possession – is established between a device and one of its parts. In the third group, example (iii), there is a relation between a human possessor and a possessed object; in this case, an alienable relation of possession. Finally, sentences of the fourth sub-type establish a relation between an item and one of its properties. Based on authentic usage data, this study describes and analyses each one of these sub-types, providing evidence to support the claim that SAC is an Argument Structure Construction, pragmatically motivated. Considering the results of the analysis, we present a proposal to formalize SAC, in accordance with the terms of Sign-Based Construction Grammar (SAG, 2010; MICHAELLIS, 2009).FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: LinguísticaUFJFBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICAArgumento cindidoGramática das construçõesDesencontro sintático-semânticoSplit argumentConstruction grammarMismatchA família de construções de argumento cindido no português do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTHUMBNAILthaisfernandessampaiodoutorado.pdf.jpgthaisfernandessampaiodoutorado.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1119https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2612/4/thaisfernandessampaiodoutorado.pdf.jpg9632eed3abb7046190d6ab3bc5a5d66aMD54ORIGINALthaisfernandessampaiodoutorado.pdfthaisfernandessampaiodoutorado.pdfapplication/pdf882530https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2612/1/thaisfernandessampaiodoutorado.pdfc589047af991842814a2802956eb2e65MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2612/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52TEXTthaisfernandessampaiodoutorado.pdf.txtthaisfernandessampaiodoutorado.pdf.txtExtracted texttext/plain268089https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2612/3/thaisfernandessampaiodoutorado.pdf.txtbe65f6ccfffabe59d7c0abf9962e46c5MD53ufjf/26122019-11-07 11:51:16.871oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/2612TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-11-07T13:51:16Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A família de construções de argumento cindido no português do Brasil
title A família de construções de argumento cindido no português do Brasil
spellingShingle A família de construções de argumento cindido no português do Brasil
Sampaio, Thais Fernandes
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Argumento cindido
Gramática das construções
Desencontro sintático-semântico
Split argument
Construction grammar
Mismatch
title_short A família de construções de argumento cindido no português do Brasil
title_full A família de construções de argumento cindido no português do Brasil
title_fullStr A família de construções de argumento cindido no português do Brasil
title_full_unstemmed A família de construções de argumento cindido no português do Brasil
title_sort A família de construções de argumento cindido no português do Brasil
author Sampaio, Thais Fernandes
author_facet Sampaio, Thais Fernandes
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Salomão, Maria Margarida Martins
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787454H7
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Miranda, Neusa Salim
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706200T5
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Silveira, Sonia Bittencourt
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767835Y5
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Moura, Heronides Maurilio de Melo
dc.contributor.referee3Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785715T6
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Aragão Neto, Magdiel Medeiros
dc.contributor.referee4Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4704697D1
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4775854D4
dc.contributor.author.fl_str_mv Sampaio, Thais Fernandes
contributor_str_mv Salomão, Maria Margarida Martins
Miranda, Neusa Salim
Silveira, Sonia Bittencourt
Moura, Heronides Maurilio de Melo
Aragão Neto, Magdiel Medeiros
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
topic CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Argumento cindido
Gramática das construções
Desencontro sintático-semântico
Split argument
Construction grammar
Mismatch
dc.subject.por.fl_str_mv Argumento cindido
Gramática das construções
Desencontro sintático-semântico
Split argument
Construction grammar
Mismatch
description Assumindo a perspectiva da Gramática das Construções Baseada no Uso (GOLDBERG, 1995; 2006; TOMASELLO, 2006), o presente trabalho tem por objetivo descrever e analisar a Construção de Estrutura Argumental do Português do Brasil, que licencia enunciados do tipo: (i) O estudante quebrou o braço; (ii) Meu tênis descolou o solado; (iii) Rubinho quebrou o carro; (iv) O combustível subiu o preço. Nossa proposta de análise deste fenômeno assume que esta Construção constitui um caso de desencontro (ou mismatch, nos termos de FRANCIS; MICHAELIS, 2000; MICHAELIS, 2004; TRAUGOTT, 2007) no número de papéis sintáticos e semânticos. Semanticamente, as sentenças destacadas acima possuem um único argumento – a entidade afetada – e, de fato, há no Português do Brasil (PB) o que poderíamos chamar de uma Construção Ergativa Canônica, que exemplifica um encontro perfeito entre a sintaxe da construção e a semântica do verbo: (v) O braço do estudante quebrou; (vi) O solado do meu tênis descolou; (vii) O carro do Rubinho quebrou; (viii) O preço do combustível subiu. Entretanto, aquela que nomeamos Construção de Argumento Cindido (CAC), apesar do seu único argumento semântico, apresenta dois argumentos sintáticos – um sujeito e um objeto direto. O sujeito da CAC corresponde ao elemento que, na Ergativa Canônica, é expresso como um adjunto nominal; e o núcleo do sujeito da Ergativa Canônica vira objeto direto na Construção de Argumento Cindido. Do ponto de vista semântico, o sujeito da CAC representa o TODO da entidade afetada e seu objeto corresponde a uma PARTE específica desta entidade. Nossa análise da semântica da construção será proposta com base na Semântica de Frames (FILLMORE, 1977; FILLMORE; JOHNSON; PETRUCK, 2003). Apesar das características – sintáticas, semânticas e discursivas – comuns, que nos levam a identificar a mesma Construção de Estrutura Argumental recobrindo todos os enunciados em (i) - (iv), é possível reconhecer neste conjunto quatro subgrupos. No primeiro, exemplo (i), temos usos linguísticos que se identificam diretamente com o que ficou conhecido na literatura como Possessor Raising. Nesse caso, há uma relação de posse inalienável, envolvendo um possuidor humano e uma das partes do seu corpo. No segundo subgrupo, representado por (ii), a relação, ainda de posse inalienável, se estabelece entre um artefato e uma de suas partes. No terceiro grupo, exemplo (iii), verificamos uma relação entre um possuidor humano e um objeto possuído; nesse caso, uma relação de posse alienável. Finalmente, no quarto grupo, enunciado (iv), se estabelece uma relação entre um item e uma de suas propriedades. Utilizando dados reais de uso lingüístico, nosso estudo descreve e analisa cada um desses subgrupos, reunindo evidências a favor da idéia de que a CAC é uma Construção de Estrutura Argumental do Português, pragmaticamente motivada. Considerando os resultados da análise, apresentamos uma proposta de formalização da CAC, nos termos da Sign-Based Construction Grammar (SAG, 2010; MICHAELLIS, 2009).
publishDate 2010
dc.date.issued.fl_str_mv 2010-04-06
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-09-30T13:38:54Z
dc.date.available.fl_str_mv 2016-09-28
2016-09-30T13:38:54Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2612
url https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2612
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFJF
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Faculdade de Letras
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFJF
instname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron:UFJF
instname_str Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron_str UFJF
institution UFJF
reponame_str Repositório Institucional da UFJF
collection Repositório Institucional da UFJF
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2612/4/thaisfernandessampaiodoutorado.pdf.jpg
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2612/1/thaisfernandessampaiodoutorado.pdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2612/2/license.txt
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2612/3/thaisfernandessampaiodoutorado.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 9632eed3abb7046190d6ab3bc5a5d66a
c589047af991842814a2802956eb2e65
000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37b
be65f6ccfffabe59d7c0abf9962e46c5
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1798038595595927552