A ordem panteísta no indianismo de José de Alencar: uma incursão estético-filosófica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigo Vieira Ávila de Agrela
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-9WJQU6
Resumo: No Brasil, a relação entre arte e natureza foi muito comum no segundo grupo do Romantismo brasileiro. O sentimento da natureza, nas palavras de Afrânio Coutinho (1969), transformou-se 'quase numa religião', pois os escritores se deixaram fascinar pelo caráter majestoso e potencialmente essencial da natureza. Esse comportamento pode ser percebido já nos primeiros românticos, que, segundo Heine (1991), agiam por um instinto panteísta sem que eles mesmos pudessem assimilar. Partindo desse pressuposto, a proposta desse trabalho é traçar um estudo sobre a relação de harmonia entre homem e natureza nos romances indianistas 'O Guarani' (1857), 'Iracema' (1865) e 'Ubirajara' (1874), de José de Alencar; em outras palavras, discutir, sob a perspectiva panteísta, a conciliação entre arte e natureza, à luz do Romantismo, além da sua implicação na obra indianista, identificando as nuances e as particularidades nos romances do autor cearense. Para isso, este trabalho está dividido em três momentos: no primeiro, elaboraremos os princípios históricos e estéticos do Romantismo (brasileiro), acreditando, por exemplo, ser a inspiração e a imaginação faculdades responsáveis em estetizar a natureza; no segundo momento, faremos uma análise da organicidade da natureza nos romances indianistas, mostrando que Alencar conseguiu edificar em uma unidade os múltiplos componentes da natureza - noção baseada na filosofia da natureza, de Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling. Por fim, apresentaremos similitudes entre os romances indianistas e as epopeias homéricas, a fim de ressaltar que José de Alencar se vale de caracteres épicos para elaborar uma substância essencial no mundo primitivo no qual seus heróis indígenas transitam. Isto posto, reputado por muitos como o fundador de uma literatura nacional autêntica, o autor de 'Sonhos d'ouro', no entanto, vai além no seu papel de colaborador no processo de nossa autonomia literária e cultural, uma vez que revelou também em sua obra um profundo conhecimento estético, histórico e filosófico, o que universaliza o seu pensamento.
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Partindo desse pressuposto, a proposta desse trabalho é traçar um estudo sobre a relação de harmonia entre homem e natureza nos romances indianistas 'O Guarani' (1857), 'Iracema' (1865) e 'Ubirajara' (1874), de José de Alencar; em outras palavras, discutir, sob a perspectiva panteísta, a conciliação entre arte e natureza, à luz do Romantismo, além da sua implicação na obra indianista, identificando as nuances e as particularidades nos romances do autor cearense. Para isso, este trabalho está dividido em três momentos: no primeiro, elaboraremos os princípios históricos e estéticos do Romantismo (brasileiro), acreditando, por exemplo, ser a inspiração e a imaginação faculdades responsáveis em estetizar a natureza; no segundo momento, faremos uma análise da organicidade da natureza nos romances indianistas, mostrando que Alencar conseguiu edificar em uma unidade os múltiplos componentes da natureza - noção baseada na filosofia da natureza, de Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling. Por fim, apresentaremos similitudes entre os romances indianistas e as epopeias homéricas, a fim de ressaltar que José de Alencar se vale de caracteres épicos para elaborar uma substância essencial no mundo primitivo no qual seus heróis indígenas transitam. Isto posto, reputado por muitos como o fundador de uma literatura nacional autêntica, o autor de 'Sonhos d'ouro', no entanto, vai além no seu papel de colaborador no processo de nossa autonomia literária e cultural, uma vez que revelou também em sua obra um profundo conhecimento estético, histórico e filosófico, o que universaliza o seu pensamento.In Brazil, the relationship between art and nature was very common during the secong group of Brazilian Romanticism. The nature's feeling, in Afrânio Coutinho's (1969) words, became 'almost a religion', for the writers were fascinated by the majestic and potentially essential character of nature. This behavior can be perceived in the first romantics who, as said by Heine (1991), acted on a pantheistic instinct that even themselves could not assimilate. From this presupposition, this work's proposal is to trace a study on the harmony relationship between man and nature in the indianist novels 'O Guarani' (1857), 'Iracema' (1865) e 'Ubirajara' (1874), by José de Alencar. In other words, to discuss the conciliation between art and nature under the pantheistic perspective of Romanticism as well as its implication in the indianist work, identifying the layers and particularities in the novels of the author. This work will be divided in three parts: in the first one we will elaborate the historical and aesthetical principles of Brazilian Romanticism, believing that inspiration and imagination are the faculties responsible for aestheticizing nature; in the second part we will analyze the organicity of nature in the indianist novels, showing that Alencar was able to build in a unit multiple components of nature - notion based in the Philosophy of Nature, by Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling; for the third and last part we will present similarities between the indianist novels and the Homeric epics, as a way to highlight that José de Alencar makes use of epic characters in order to elaborate an essential substance in the primitive world in which his indianist heroes transit. This being said, reputed by many as the founder of an authentic national literature, the author of 'Sonhos d'ouro', however, it goes beyond his role as contributor in the process of our literary and cultural authonomy once he was the one who also revealed in his works a profound aesthetical, historical and philosophical knowledge, which universalize his thinking.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAlencar, José de , 1829-1877 Guarani Critica e interpretaçãoAlencar, José de , 1829-1877 Ubirajara Critica e interpretaçãoPanteísmoRomantismoAlencar, José de , 1829-1877 Iracema Crítica e interpretaçãoNatureza na literaturaromantismoJosé de Alencarpanteísmonaturezaromances indianistasA ordem panteísta no indianismo de José de Alencar: uma incursão estético-filosóficainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_de_mestrado__r.a.__20.10.2015___com_ficha.pdfapplication/pdf1346338https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECAP-9WJQU6/1/disserta__o_de_mestrado__r.a.__20.10.2015___com_ficha.pdf0a5fec7e0c7aac8f705cc5ec70f418a7MD51TEXTdisserta__o_de_mestrado__r.a.__20.10.2015___com_ficha.pdf.txtdisserta__o_de_mestrado__r.a.__20.10.2015___com_ficha.pdf.txtExtracted texttext/plain364554https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECAP-9WJQU6/2/disserta__o_de_mestrado__r.a.__20.10.2015___com_ficha.pdf.txt277a6c85e55f938787ca4f89155a1df9MD521843/ECAP-9WJQU62019-11-14 10:19:42.941oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECAP-9WJQU6Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:19:42Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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