Implicações da patologia e da hospitalização do bebê ao nascer: do desenvolvimento à psicanálise

• Autor(a) principal: Liliane Cristina Santos
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A96GFW
• topic: Psicanálise; Prematuridade; Neonatologia; Método clínico; Psicologia do Desenvolvimento; Psicanálise; Neonatologia; Crianças; Psicologia do desenvolvimento; Psicologia

Santos, L. C (2016). Implicações da patologia e hospitalização do bebê ao nascer: do desenvolvimento à psicanálise. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. A opção desta pesquisa é pelo método clínico qualitativo e tem como objetivo investigar as implicações da patologia e da hospitalização do bebê ao nascer. Tem por bases teórica e metodológica a psicanálise e utiliza dois procedimentos: a revisão bibliográfica e a escuta de pais cujas crianças ficaram internados ao nascer, essa por meio de entrevistas clínicas. Com relação à revisão bibliográfica, escolhemos partir da teorização de René Spitz sobre as relações objetais e seus distúrbios para, em seguida, discutir sobre a importância fundamental do outro/Outro para subjetivação dos bebês, enfocando o campo da linguagem e as funções materna e paterna. Para isso, recorremos a Freud, a Lacan e aos seus leitores, e buscamos uma leitura diferenciada do que foi demonstrado por Spitz em suas pesquisas, a partir do referencial da psicanálise de orientação lacaniana. Nossa proposta é de investigar a constituição do sujeito na concepção da psicanálise lacaniana, estudando a relação entre pais e bebês mediatizada pelo Outro e apreendendo os conceitos relacionados ao assunto. Apresentamos, também, uma discussão sobre o método propriamente psicanalítico, que, no nosso ponto de vista, é diferente do que foi realizado por Spitz, representante da teoria do desenvolvimento. Assim, delimitamos o método que orienta a presente pesquisa, distinguindo-o do método evolucionista. Em seguida, expomos uma revisão da literatura que concerne às possíveis repercussões da doença e da hospitalização de bebês, discutindo acerca dos riscos e da prevenção, na ótica da psicanálise. Nas entrevistas, realizadas no ambulatório do Hospital Municipal Odilon Behrens, as famílias foram incentivadas a falarem a respeito de suas vivências relacionadas à doença e à internação do bebê recém-nascido. As entrevistas visaram a depreender as colocações dos pais/cuidadores sobre a situação vivida com a criança e a posição em que a localizam, considerando ainda a correlação entre o que dizem e o que fazem como atos em relação à mesma. As entrevistas e a análise dos casos partem da clínica como método de pesquisa, que é centrada no paciente e baseia-se na experiência da singularidade como tal. Na apresentação dos casos, portanto, privilegiamos a particularidade e o funcionamento de cada sujeito em seu discurso. Assim, procuramos pensar na contribuição da psicanálise no que se refere à patologia e à hospitalização precoce, argumentando que tal contribuição só pode ser articulada passando pelo método clínico e, portanto, pela ética que a fundamenta. Se a resposta do sujeito ao que lhe ocorre é singular, sendo particular os efeitos da situação de prematuridade e de internação neonatal, então, assim também será a intervenção. Nesta visão, a intervenção pressupõe a escuta de cada caso, diferente da generalização da técnica e do método de observação característicos da perspectiva do desenvolvimento.