Núcleos de estudos das relações étnico-raciais: encruzilhadas para uma educação antirracista nas escolas da RME-BH

• Autor(a) principal: Nesir Freitas da Silva
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/55141
• topic: NERER; Mulheres negras; Educação antirracista; Encruzilhada

A pesquisa surge do amadurecimento de uma consciência política sobre a necessidade de somar esforços à luta antirracista, por meio da valorização dos Saberes da Gira como legado para produção acadêmica. A relevância deste trabalho consiste pela carência de estudos sobre os NERER’s, concebendo-os como encruzilhadas para a construção de uma educação antirracista nas escolas da RME-BH. Buscamos compreender o fluxo de informações entre as escolas NERER’s  GERER e suas interfaces para a construção de ações educacionais antirracistas. Constatamos uma efetiva atuação da GERER junto aos NERER’s, e uma preocupação com o pequeno número de profissionais nesse lugar estratégico que engloba múltiplas funções. Com a metodologia Saberes da Gira, ressignificamos o arcabouço teórico do cânone em cruzo com os saberes de Terreiro, construindo nossas análises sobre a perspectiva exusíaca. Reconhecemos o protagonismo de mulheres negras no desenvolvimento do debate da pauta racial na RME-BH, e por seu caráter insurgente relacionamo-as à figura da Pomba-gira. As narrativas de nossas Marias deram vida a esse estudo, permitindo a sistematização de movimentos que culminaram na criação dos NERE’s, da GERER, contribuindo para a construção de uma política de promoção da igualdade racial. Constatamos os núcleos como espaços de instância formativa de profissionais sobre a pauta racial e a construção de ações educacionais antirracistas. Os NERE’s revelaram-se espaços de aquilombamento e fortalecimento da Política de Promoção da Igualdade Racial. Como desafios para a construção de uma RME-BH antirracista foram apontados o baixo envolvimento da gestão escolar, o desgaste emocional provocado pelo peso do protagonismo no debate racial e a necessidade de uma tratativa institucional a cerca desses desafios. Percebemos como um dado a ser desenvolvido, a ligação entre o avanço da política de promoção da igualdade racial pela construção de uma educação antirracista e o entendimento das (os) profissionais sobre o debate político inerente a essa pauta. Reconhecemos nos movimentos sistematizados na pesquisa um deslocamento do debate sobre a pauta racial na educação, que passa pela quebra do silêncio, aciona a dinâmica de denúncia do racismo, avança construindo práticas de combate ao racismo e atualmente passa por um momento propositivo, por meio da construção de uma concepção de educação antirracista na RME-BH, entretanto, acreditamos ser necessário maior investimento para reflexão desse tema.