Desempenho de bovinos e emissão de metano em Sistemas Silvipastoris em regiões de clima tropical

• Autor(a) principal: Alan Figueiredo de Oliveira
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/57531; https://orcid.org/0000-0002-1928-6753
• topic: Sistema silvipastoril; Ruminante; Bovino; Clima tropical; Medicina veterinária

Os sistemas silvipastoris (SSPs) podem conciliar altos níveis de produção e preservação ambiental, o que torna fundamental definir recomendações práticas para sua implementação e o impacto ambiental desses sistemas. Objetivou-se (i) comparar a emissão de metano entérico e desempenho de vacas leiteiras pastejando sistemas integrados no Brasil, (ii) avaliar as características do pasto e o desempenho de bovinos em SSPs com Eucalyptus e Urochloa por meio de revisão sistemática e metanálise e (iii) avaliar o efeito do sombreamento sobre as características de gramíneas tropicais e o desempenho de bovinos em SSPs por meio de revisão sistemática e metanálise. No primeiro experimento dezoito vacas holandês-zebu foram distribuídas aleatoriamente em sistema de integração lavoura-pecuária ou em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta para determinação da produção de leite, eficiência alimentar, consumo e emissão de metano. A produção de leite e a eficiência alimentar foram semelhantes entre os sistemas. A perda de energia e a emissão de metano foram iguais entre os sistemas, o que mostra não haver diferenças significativas entre os sistemas. No segundo experimento pesquisas sistemáticas em bases de dados encontraram 2.639 artigos, dos quais 29 (120 comparações) que avaliaram SSPs com Eucalyptus spp. e Urochloa spp. foram selecionados. A massa de forragem foi maior nos SSPs com até 99 árvores/ha e menor com as demais densidades em relação ao pasto em monocultivo. A massa de forragem foi menor nos SSPs com todos os espaçamentos entre linhas de árvores e orientações de plantio em relação ao pasto em monocultura, sendo observado menor massa de forragem com menor espaçamento e com orientação de plantio norte-sul. O ganho de peso total por área (GPT) foi menor nos SSPs com menos de 28m entre renques de árvores ou com mais de 199 árvores/ha, mas foi maior em SSPs com mais de 28m entre renques ou com até 99 árvores/ha em comparação com o pasto em monocultura. O GPT foi menor nos SSPs com orientação de plantio norte-sul em comparação com o pasto em monocultura, mas foi igual nos com orientação leste-oeste. No terceiro experimento foram selecionados 66 artigos com todos os tipos de árvores e gramíneas tropicais. Houve uma pequena redução na massa de forragem em SSPs com árvores leguminosas, mas o ganho de peso por área foi semelhante ao pasto em monocultivo. Os animais também apresentaram maior consumo de matéria seca, consumo de proteína bruta e produção de leite nesses SSPs com árvores leguminosas. As gramíneas tropicais nos SSPs com palmeiras apresentaram maior proteína bruta, menor massa de forragem e não houve redução no GPT em relação ao pasto em monocultura, o que indica a possibilidade de produção animal juntamente com palmeiras. Os SSPs com outros tipos de árvore tiveram maior GPT em relação ao pasto em monocultivo. Esse resultado indica que o uso de SSPs com árvores nativas pode integrar a produção animal com a preservação ambiental. SSPs com ganho de peso por área maior ou semelhante em comparação com o pasto em monocultura podem aumentar a produção total do sistema e a lucratividade.