Mudança e estabilidade em campos institucionais: estudo de um estilo inovador no campo de fiscalização e promoção da transparência pública
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AA9HU2 |
Resumo: | Esta é uma tese sobre inovação institucional. Discutimos o processo de formulação, difusão e reprodução de um novo estilo no campo da fiscalização e da promoção da transparência pública. Analisamos três casos para explicar como atores por iniciativa estritamente pessoal e sem apoio institucional articularam um "novo modo de fazer as coisas" no campo. Denominado Fórum Permanente de Combate à Corrupção (FOCCO), esta iniciativa não se encaixa em formas organizacionais tradicionais, altamente hierarquizadas. Sustentada por uma narrativa extremamente ampla e que apresenta grande poder de mobilização, ela exigiu uma forma organizacional fluida, capaz de manter em relação instituições e atores com missões e interesses muito diversos. Analisamos o processo de emergência dos FOCCOs, cuja primeira instituição completou 10 anos em 2015. Propomos um modelo de análise capaz de explicar a emergência de novas ideias a partir das interações que se desenvolvem no campo. Baseada na perspectiva neoestrutural, este modelo foi comparado às abordagens neoinstitucionalistas. Além de mostrar, de uma forma geral, os ganhos que podemos alcançar ao analisarmos processos de inovação sob o prisma neoestrutural, realizamos uma revisão crítica do conceito de empreendedor institucional do neoinstitucionalismo sociológico. Nossa análise associa esse conceito a uma identidade cuja característica principal refere-se a capacidade de se acoplar em diversos netdoms do campo. Os atores que a acionam se inserem de modo especial nos domínios de rede e, por isso, adquirem não só a condição para manipular significados, mas também para impactar as interações que se desenrolam no campo. O empreendedor institucional é concebido aqui como uma identidade que habilita estilos, fontes de narrativas que se expressam em instituições. Empiricamente, testamos nosso modelo analisando os sistemas interativo e interpretativo do netdom primário do FOCCO e sua narrativa. Nossa análise permitiu identificar os atores que acionam a identidade de empreendedor institucional. Fomos além deste ponto ao mostrar que esta identidade apresenta três subtipos no campo, quais sejam: formuladores, difusores e motivadores. Qualificamos a atuação destas identidades no campo mostrando como elas, em curto prazo, criaram relações que, em longo prazo, criaram novas identidades. Deste processo nasceram movimentos robustos que se sustentam por anos a fio. Nossa pesquisa revelou ainda os mecanismos de emergência organizacional dos FOCCOs. Encontramos que mobilização de apoiadores, diversidade de ancoragem, contágio, ação robusta e multivocalidade são os mecanismos fundamentais que explicam o processo de inovação organizacional. Os resultados mostram, também, como relações pessoais são fundamentais para explicar a boa vontade no campo. Descobrimos que os FOCCOs funcionam como "fábricas" de laços pessoais. Estes aumentam a confiança entre os atores que participam dos fóruns. Assim, os membros dos FOCCOs passam a ter oportunidades para filtrar suas relações e aumentar o dinamismo de seu trabalho cotidiano. |
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Silvio Segundo Salej HigginsDimitri Fazito de Almeida RezendeDavide CarbonaiEdson Ronaldo Guarido FilhoJose Angelo MachadoVelcimiro Inácio MaiaAntonio Carlos Ribeiro Ferreira da Silva2019-08-11T05:42:15Z2019-08-11T05:42:15Z2016-04-25http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AA9HU2Esta é uma tese sobre inovação institucional. Discutimos o processo de formulação, difusão e reprodução de um novo estilo no campo da fiscalização e da promoção da transparência pública. Analisamos três casos para explicar como atores por iniciativa estritamente pessoal e sem apoio institucional articularam um "novo modo de fazer as coisas" no campo. Denominado Fórum Permanente de Combate à Corrupção (FOCCO), esta iniciativa não se encaixa em formas organizacionais tradicionais, altamente hierarquizadas. Sustentada por uma narrativa extremamente ampla e que apresenta grande poder de mobilização, ela exigiu uma forma organizacional fluida, capaz de manter em relação instituições e atores com missões e interesses muito diversos. Analisamos o processo de emergência dos FOCCOs, cuja primeira instituição completou 10 anos em 2015. Propomos um modelo de análise capaz de explicar a emergência de novas ideias a partir das interações que se desenvolvem no campo. Baseada na perspectiva neoestrutural, este modelo foi comparado às abordagens neoinstitucionalistas. Além de mostrar, de uma forma geral, os ganhos que podemos alcançar ao analisarmos processos de inovação sob o prisma neoestrutural, realizamos uma revisão crítica do conceito de empreendedor institucional do neoinstitucionalismo sociológico. Nossa análise associa esse conceito a uma identidade cuja característica principal refere-se a capacidade de se acoplar em diversos netdoms do campo. Os atores que a acionam se inserem de modo especial nos domínios de rede e, por isso, adquirem não só a condição para manipular significados, mas também para impactar as interações que se desenrolam no campo. O empreendedor institucional é concebido aqui como uma identidade que habilita estilos, fontes de narrativas que se expressam em instituições. Empiricamente, testamos nosso modelo analisando os sistemas interativo e interpretativo do netdom primário do FOCCO e sua narrativa. Nossa análise permitiu identificar os atores que acionam a identidade de empreendedor institucional. Fomos além deste ponto ao mostrar que esta identidade apresenta três subtipos no campo, quais sejam: formuladores, difusores e motivadores. Qualificamos a atuação destas identidades no campo mostrando como elas, em curto prazo, criaram relações que, em longo prazo, criaram novas identidades. Deste processo nasceram movimentos robustos que se sustentam por anos a fio. Nossa pesquisa revelou ainda os mecanismos de emergência organizacional dos FOCCOs. Encontramos que mobilização de apoiadores, diversidade de ancoragem, contágio, ação robusta e multivocalidade são os mecanismos fundamentais que explicam o processo de inovação organizacional. Os resultados mostram, também, como relações pessoais são fundamentais para explicar a boa vontade no campo. Descobrimos que os FOCCOs funcionam como "fábricas" de laços pessoais. Estes aumentam a confiança entre os atores que participam dos fóruns. Assim, os membros dos FOCCOs passam a ter oportunidades para filtrar suas relações e aumentar o dinamismo de seu trabalho cotidiano.This is a dissertation about institutional innovation. We discussed the process of formulation, diffusion and reproduction of a new style in the field of fiscalization and of public transparency. We analyzed three cases to explain how actors by strictly personal initiative without institutional support articulated a "new way of getting things done" in field. The called Permanent Forum of combat against Corruption (FOCCO) is a initiative that can't be modeled into highly hierarchical organizational forms. Supported in an extremely broad narrative with great power of mobilization, this organization need of fluid organizational form, which be capable of maintaining institutions and actors with very different missions and interests in interaction. We analyzed the emergence of FOCCOs after ten years of installation of the first institution. We proposed an analytical model capable of explaining the emergence of new ideas starting from the interactions developed in the field. Based on neo-structural perspective, this model was compared the neo-institutionalists approaches. In addition to showing the general gains that we can achieve when we look at innovation processes under neo-structural prism, we conducted a critical review of the concept of institutional entrepreneur of sociological institutionalism. In our analysis, this concept is associated to an identity which main feature is the ability to engage in various netdoms of the field. The actors that trigger this identity occupy especial places in domains of network. Therefore, they acquire not only the condition to manipulate the meanings in organizational fields, but also to impact of interactions that take place in the field. We conceived the institutional entrepreneur as an identity that enable styles. Styles are conceived as sources of narratives that express themselves in organizational form. Empirically, in order to test this proposal, we analyzed the interactive and interpretative systems of the primary netdom of FOCCO and your narrative. Our analysis identified the actors that trigger the identity of institutional entrepreneur and went further to show that this identity present three subtypes in the field, namely: makers, diffusers and motivators. We qualify the performance of these identities in the field showing how they created, in the short run, relations that, in the long run, create new identities. This process emerged robust movements that sustain themselves for a long time. Our research also revealed the mechanisms of organizational emergency of the FOCCOs. We found that mobilization of supporters, anchoring diversity, contagion, robust action and multivocality are the fundamental mechanisms that explain the organizational innovation process of the FOCCOs. The results also show that personal relations are fundamentals to explaining the goodwill in the field. We found that FOCCOs are "factories" of personal ties. These increase the confidence in between actors. Personal ties create opportunities to the actors filter their relations and increase the dynamism of their daily work.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSociologiaGerência institucionalCiências sociais Análise de redesDifusãoInovação institucionalGênesis institucionalNetdomEmpreendedor institucionalMudança e estabilidade em campos institucionais: estudo de um estilo inovador no campo de fiscalização e promoção da transparência públicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALantonio_carlos_andrade_ribeiro___tese_de_doutorado___ufmg.pdfapplication/pdf2919914https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AA9HU2/1/antonio_carlos_andrade_ribeiro___tese_de_doutorado___ufmg.pdf76b8c0904965cb4a6f8edf7ba8cb619dMD51TEXTantonio_carlos_andrade_ribeiro___tese_de_doutorado___ufmg.pdf.txtantonio_carlos_andrade_ribeiro___tese_de_doutorado___ufmg.pdf.txtExtracted texttext/plain404885https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AA9HU2/2/antonio_carlos_andrade_ribeiro___tese_de_doutorado___ufmg.pdf.txtf3888f37f97a819ae7e066c16efc58ccMD521843/BUBD-AA9HU22019-11-14 07:24:24.119oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AA9HU2Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:24:24Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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Esta é uma tese sobre inovação institucional. Discutimos o processo de formulação, difusão e reprodução de um novo estilo no campo da fiscalização e da promoção da transparência pública. Analisamos três casos para explicar como atores por iniciativa estritamente pessoal e sem apoio institucional articularam um "novo modo de fazer as coisas" no campo. Denominado Fórum Permanente de Combate à Corrupção (FOCCO), esta iniciativa não se encaixa em formas organizacionais tradicionais, altamente hierarquizadas. Sustentada por uma narrativa extremamente ampla e que apresenta grande poder de mobilização, ela exigiu uma forma organizacional fluida, capaz de manter em relação instituições e atores com missões e interesses muito diversos. Analisamos o processo de emergência dos FOCCOs, cuja primeira instituição completou 10 anos em 2015. Propomos um modelo de análise capaz de explicar a emergência de novas ideias a partir das interações que se desenvolvem no campo. Baseada na perspectiva neoestrutural, este modelo foi comparado às abordagens neoinstitucionalistas. Além de mostrar, de uma forma geral, os ganhos que podemos alcançar ao analisarmos processos de inovação sob o prisma neoestrutural, realizamos uma revisão crítica do conceito de empreendedor institucional do neoinstitucionalismo sociológico. Nossa análise associa esse conceito a uma identidade cuja característica principal refere-se a capacidade de se acoplar em diversos netdoms do campo. Os atores que a acionam se inserem de modo especial nos domínios de rede e, por isso, adquirem não só a condição para manipular significados, mas também para impactar as interações que se desenrolam no campo. O empreendedor institucional é concebido aqui como uma identidade que habilita estilos, fontes de narrativas que se expressam em instituições. Empiricamente, testamos nosso modelo analisando os sistemas interativo e interpretativo do netdom primário do FOCCO e sua narrativa. Nossa análise permitiu identificar os atores que acionam a identidade de empreendedor institucional. Fomos além deste ponto ao mostrar que esta identidade apresenta três subtipos no campo, quais sejam: formuladores, difusores e motivadores. Qualificamos a atuação destas identidades no campo mostrando como elas, em curto prazo, criaram relações que, em longo prazo, criaram novas identidades. Deste processo nasceram movimentos robustos que se sustentam por anos a fio. Nossa pesquisa revelou ainda os mecanismos de emergência organizacional dos FOCCOs. Encontramos que mobilização de apoiadores, diversidade de ancoragem, contágio, ação robusta e multivocalidade são os mecanismos fundamentais que explicam o processo de inovação organizacional. Os resultados mostram, também, como relações pessoais são fundamentais para explicar a boa vontade no campo. Descobrimos que os FOCCOs funcionam como "fábricas" de laços pessoais. Estes aumentam a confiança entre os atores que participam dos fóruns. Assim, os membros dos FOCCOs passam a ter oportunidades para filtrar suas relações e aumentar o dinamismo de seu trabalho cotidiano. |
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