A cooperação em um sistema de exploração de minério de ferro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigo Padrini Monteiro
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: João César de Freitas Fonseca
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/51505
https://orcid.org/0000-0002-7153-2448
https://orcid.org/0000-0002-3286-1812
Resumo: Esta proposta discute os resultados preliminares de uma pesquisa sobre o trabalho de operadores de escavadeira a cabo, que atuam em uma unidade de extração de minério de ferro, na região Norte do Brasil, sítio de uma das principais reservas minerais do país. A investigação responde à demanda da empresa, que convocou pesquisadores de diversos núcleos científicos (técnico, cognitivo, clínico-físico e psicossocial) para atuarem em um projeto específico, voltado para o aprimoramento desses operadores de escavadeiras, então denominados Operadores de Alto Desempenho. A demanda da organização ao nosso núcleo (o psicossocial) destinava-se a investigar os fatores psicossociais que afetam diretamente os operadores, no sentido de assegurar seu máximo rendimento. O objetivo desse projeto, segundo documentos da empresa, é o desenvolvimento de habilidades e competências para um trabalho executado em ritmo intenso e acelerado - a escavação do minério -, visando ao alcance máximo de produtividade. A pesquisa está situada em um contexto de substituição do sistema convencional de mineração, que usa caminhões para transportar o minério extraído, por outro modelo, denominado truckless. Este elimina o uso dos caminhões, agora substituídos por esteiras que conduzem o produto extraído até à usina de processamento. Esse novo sistema de exploração do minério de ferro, único no mundo, trouxe modificações relevantes para o processo produtivo e a organização do trabalho. Em efetiva operação desde 2016, esse complexo extrativo é considerado, potencialmente, o maior do mundo, além da alta qualidade do teor do ferro (66,7%) e sua baixa concentração de impurezas. Esse novo processo, ao eliminar caminhões e centenas de trabalhadores, requer um complexo sistema automatizado, desde a coleta do minério até ao seu carregamento em comboios que o conduzem aos portos marítimos. Nesse processo, o único elemento não automatizado são os operadores das escavadeiras que retiram o minério do solo, auxiliados por uma equipe de apoio, ao seu redor. Baseados nos pressupostos teórico-metodológicos da Clínica da Atividade, utilizando entrevistas, observação de campo, instruções ao sósia e autoconfrontação, tomamos como questão analítica central a natureza coletiva do trabalho, articulada à noção de cooperação. Trata-se de uma alternativa prático-teórica, oposta à demanda de formação individualizada do "operador-atleta". Entende-se que a dimensão coletiva da atividade funda a cooperação, estruturando o processo produtivo e o fazer solidário das equipes de trabalho. Os resultados preliminares evidenciam que, apesar de a organização não privilegiar a lógica da cooperação nas exigências de produtividade e na preservação da saúde e segurança dos trabalhadores, ela se abre ao debate sobre essa nova perspectiva do trabalho coletivo. Neste relato, procuramos indicar uma alternativa teórica e prática à demanda de formação individualizada do "operador-atleta", idealizada pela instituição, que se apoiou numa suposta personalização da produção de alto desempenho, enquanto habilidade dependente apenas de características individuais. Para isso, argumentamos, em contraposição, que a dimensão coletiva da atividade, promotora da cooperação no trabalho, é um elemento estrutural do processo produtivo, intrínseco ao desenvolvimento do operador, envolvendo tanto o trabalho em duplas quanto o fazer solidário com os demais membros das equipes de produção, na extração mineral aqui estudada.
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O objetivo desse projeto, segundo documentos da empresa, é o desenvolvimento de habilidades e competências para um trabalho executado em ritmo intenso e acelerado - a escavação do minério -, visando ao alcance máximo de produtividade. A pesquisa está situada em um contexto de substituição do sistema convencional de mineração, que usa caminhões para transportar o minério extraído, por outro modelo, denominado truckless. Este elimina o uso dos caminhões, agora substituídos por esteiras que conduzem o produto extraído até à usina de processamento. Esse novo sistema de exploração do minério de ferro, único no mundo, trouxe modificações relevantes para o processo produtivo e a organização do trabalho. Em efetiva operação desde 2016, esse complexo extrativo é considerado, potencialmente, o maior do mundo, além da alta qualidade do teor do ferro (66,7%) e sua baixa concentração de impurezas. Esse novo processo, ao eliminar caminhões e centenas de trabalhadores, requer um complexo sistema automatizado, desde a coleta do minério até ao seu carregamento em comboios que o conduzem aos portos marítimos. Nesse processo, o único elemento não automatizado são os operadores das escavadeiras que retiram o minério do solo, auxiliados por uma equipe de apoio, ao seu redor. Baseados nos pressupostos teórico-metodológicos da Clínica da Atividade, utilizando entrevistas, observação de campo, instruções ao sósia e autoconfrontação, tomamos como questão analítica central a natureza coletiva do trabalho, articulada à noção de cooperação. Trata-se de uma alternativa prático-teórica, oposta à demanda de formação individualizada do "operador-atleta". Entende-se que a dimensão coletiva da atividade funda a cooperação, estruturando o processo produtivo e o fazer solidário das equipes de trabalho. Os resultados preliminares evidenciam que, apesar de a organização não privilegiar a lógica da cooperação nas exigências de produtividade e na preservação da saúde e segurança dos trabalhadores, ela se abre ao debate sobre essa nova perspectiva do trabalho coletivo. Neste relato, procuramos indicar uma alternativa teórica e prática à demanda de formação individualizada do "operador-atleta", idealizada pela instituição, que se apoiou numa suposta personalização da produção de alto desempenho, enquanto habilidade dependente apenas de características individuais. Para isso, argumentamos, em contraposição, que a dimensão coletiva da atividade, promotora da cooperação no trabalho, é um elemento estrutural do processo produtivo, intrínseco ao desenvolvimento do operador, envolvendo tanto o trabalho em duplas quanto o fazer solidário com os demais membros das equipes de produção, na extração mineral aqui estudada.This proposal discusses the preliminary results of a research on the work of cable shovel operators, who work in an iron ore extraction unit, in the North region of Brazil, site of one of the main mineral reserves in the country. The investigation responds to the company's demand, which called researchers from different scientific centers (technical, cognitive, clinical-physical and psychosocial) to work on a specific project, aimed at improving these excavator operators, then called High Performance Operators. The organization's request to our core (the psychosocial) was intended to investigate the psychosocial factors that directly affect operators, in order to ensure their maximum performance. The objective of this project, according to the company's documents, is to develop skills and competences for work carried out at an intense and accelerated pace - ore excavation -, aiming at achieving maximum productivity. The research is situated in a context of replacement of the conventional mining system, which uses trucks to transport the extracted ore, by another model, called truckless. This eliminates the use of trucks, now replaced by mats that take the extracted product to the processing plant. This new iron ore mining system, unique in the world, brought significant changes to the production process and work organization. In effective operation since 2016, this extractive complex is considered, potentially, the largest in the world, in addition to the high quality of the iron content (66.7%) and its low concentration of impurities. This new process, by eliminating trucks and hundreds of workers, requires a complex automated system, from collecting the ore to loading it onto convoys that take it to seaports. In this process, the only non-automated element are the excavator operators who remove the ore from the ground, assisted by a support team around them. Based on the theoretical-methodological assumptions of Clínica da Atividade, using interviews, field observation, instructions to the double and self-confrontation, we take as a central analytical question the collective nature of the work, articulated to the notion of cooperation. It is a practical-theoretical alternative, opposed to the demand for individualized training of the "operator-athlete". It is understood that the collective dimension of the activity is the foundation of cooperation, structuring the productive process and the solidary work of the work teams. Preliminary results show that, although the organization does not privilege the logic of cooperation in productivity demands and in the preservation of workers' health and safety, it opens itself up to the debate about this new perspective of collective work. In this report, we try to indicate a theoretical and practical alternative to the demand for individualized training of the "athlete operator", idealized by the institution, which was based on a supposed personalization of high performance production, as a skill dependent only on individual characteristics. For this, we argue, on the other hand, that the collective dimension of the activity, which promotes cooperation at work, is a structural element of the productive process, intrinsic to the development of the operator, involving both work in pairs and solidarity with other members of the production teams, in the mineral extraction studied here.porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilENGENHARIA - ESCOLA DE ENGENHARIAEncontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos sobre o TrabalhoFerro - Minas e mineraçãoTrabalhadoresCooperaçãoProdutividadeTrabalho coletivoTrabalho - Aspectos psicológicosMineraçãoClinica da atividadeTrabalho coletivoAlto desempenhoA cooperação em um sistema de exploração de minério de ferroCooperation in an iron ore exploration systeminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttps://www.abet2019.sinteseeventos.com.br/simposio/view?ID_SIMPOSIO=21Rodrigo Padrini MonteiroJoão César de Freitas Fonsecaapplication/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSELicense.txtLicense.txttext/plain; charset=utf-82042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51505/1/License.txtfa505098d172de0bc8864fc1287ffe22MD51ORIGINALA cooperação em um sistema de exploração de minério de ferro.pdfA cooperação em um sistema de exploração de minério de ferro.pdfapplication/pdf400622https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51505/2/A%20coopera%c3%a7%c3%a3o%20em%20um%20sistema%20de%20explora%c3%a7%c3%a3o%20de%20min%c3%a9rio%20de%20ferro.pdf0140ae31a48954461eb1775e7a8960ddMD521843/515052023-04-03 17:13:33.046oai:repositorio.ufmg.br:1843/51505TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBIERPIFJFUE9TSVTvv71SSU8gSU5TVElUVUNJT05BTCBEQSBVRk1HCiAKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50Ye+/ve+/vW8gZGVzdGEgbGljZW7vv71hLCB2b2Pvv70gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ++/vXZlbCBkZSByZXByb2R1emlyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cu+/vW5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mg77+9dWRpbyBvdSB277+9ZGVvLgoKVm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zvv710aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2Pvv70gY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250Ze+/vWRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLgoKVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPvv71waWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFu77+9YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZh77+977+9by4KClZvY++/vSBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byDvv70gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9j77+9IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vu77+9YS4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVw77+9c2l0byBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gbu+/vW8sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd177+9bS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY++/vSBu77+9byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc++/vW8gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNh77+977+9bywgZSBu77+9byBmYXLvv70gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJh77+977+9bywgYWzvv71tIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7vv71hLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-04-03T20:13:33Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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