Ecoepidemiologia do Vaccinia virus: conectando patógeno, hospedeiros e o ambiente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Galileu Barbosa Costa
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/35566
Resumo: A maioria das doenças infecciosas emergentes (DIE) são causadas por patógenos zoonóticos. É sugerido que o aumento na ocorrência das DIE se dê por uma falta de vigilância para prevenir e controlar a disseminação de novos patógenos, o que gera um impacto significativo para a saúde pública, e de um modo geral, para as economias locais e globais. O Vaccinia virus (VACV) é o agente causador da Vaccinia Bovina (VB), uma zoonose ocupacional que afeta a economia leiteira do Brasil desde o final da década de 90. Entretanto, aspectos sobre a circulação do VACV para diferentes ambientes, populações de mamíferos susceptíveis e com potencial de distribuição e disseminação para outros hospedeiros, além dos riscos para a saúde pública, permanecem pouco explorados. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a distribuição do VACV em diferentes ambientes, fatores de risco/exposição associados, bem como o potencial de disseminação para populações susceptíveis e os riscos para a saúde pública. Foram avaliadas diferentes coleções de mamíferos amostrados em ambientes diversos, dentre os quais: 1) roedores silvestres e marsupiais capturados numa região extremamente preservada da Floresta Amazônica; 2) felinos domésticos de grandes centros urbanos no Brasil; e 3) canídeos domésticos de uma área urbana em Belo Horizonte e quatis (Nasua nasua) provenientes do Parque Municipal das Mangabeiras, uma importante área natural fronteiriça ao ambiente urbano localizada na zona sul da mesma cidade. Para a detecção de anticorpos neutralizantes anti-Orthopoxvirus (OPV), foi realizado o ensaio de neutralização por redução de placa em amostras de soro. Alternativamente, um ensaio de ELISA (Enzime-linked immunosorbent assay) foi realizado para a detecção de anticorpos IgG em amostras de soro de roedores silvestres e marsupiais. Além disso, o DNA viral foi detectado através de técnicas de PCR em tempo real e PCR convencional em amostras de soro e swab retal, tendo como alvos os genes C11R, A56R e A26L, sendo os resultados confirmados por sequenciamento. Após as análises sorológicas e moleculares, não foram observadas amostras de roedores, marsupiais ou morcegos positivas para VACV ou OPV, destacando a ausência de circulação deste importante vírus emergente numa região altamente preservada da Floresta Amazônica entre 2005–2015. Entretanto, os resultados demonstraram a detecção do VACV em quatis de área ambiente silvestre limítrofe ao ambiente urbano, destacando uma soroprevalência de 14.4% de anticorpos neutralizantes anti-OPV. Além disso, também foi observada uma soroprevalência de 19.1% em cães domésticos e 5.8% em felinos domésticos. Adicionalmente, foi confirmada a presença de DNA viral em 4 amostras de quatis, 5 amostras de cães e 6 amostras de felinos domésticos, demonstrando a circulação de duas populações distintas de VACV (amostras do grupo virulento e não virulento). Os resultados que apontam a ausência da circulação do VACV na região Amazônica refletem a possibilidade de efeito diluidor, fruto de um ambiente natural altamente preservado, além da grande diversidade de espécies amostradas. Outro fato curioso a ser destacado é a ausência ou número reduzido de rebanhos bovinos no ambiente estudado quando comparado ao Brasil e outros países da América do Sul. Certamente, a maioria dos estudos sobre VACV no Brasil é focada em surtos envolvendo bovinos e humanos, e especula-se que esses animais atuem como excelentes hospedeiros amplificadores, visto que os bovinos são os principais hospedeiros impactados pela VB devido à natureza da infecção. Por outro lado, os resultados aqui apresentados sugerem a circulação do VACV em ambientes silvestres e urbanos do Brasil, correlacionados aos riscos para a saúde humana e consequentemente um impacto na saúde pública. Nossos dados sugerem que estratégias preventivas devem ser incluídas para melhoria da vigilância em regiões de alta probabilidade para o surgimento de DIE, melhoria na detecção de patógenos para um melhor entendimento dos seus reservatórios, bem como a avaliação de alguns fatores de exposição que favorecem o surgimento de patógenos emergentes. Uma melhor compreensão da dinâmica entre patógenos, ambiente e hospedeiros é de grande validade e auxilia na diminuição do impacto para a saúde pública.
id UFMG_19f658b0baee59cf27ebcd3be3fda791
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/35566
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Giliane de Souza Trindadehttp://lattes.cnpq.br/6461673057467882Flávio Guimarães da FonsecaDanielle da Glória de SouzaJane MegidCíntia Lopes de Brito Magalhãeshttp://lattes.cnpq.br/6747023730058093Galileu Barbosa Costa2021-04-07T15:17:03Z2021-04-07T15:17:03Z2018-03-01http://hdl.handle.net/1843/35566A maioria das doenças infecciosas emergentes (DIE) são causadas por patógenos zoonóticos. É sugerido que o aumento na ocorrência das DIE se dê por uma falta de vigilância para prevenir e controlar a disseminação de novos patógenos, o que gera um impacto significativo para a saúde pública, e de um modo geral, para as economias locais e globais. O Vaccinia virus (VACV) é o agente causador da Vaccinia Bovina (VB), uma zoonose ocupacional que afeta a economia leiteira do Brasil desde o final da década de 90. Entretanto, aspectos sobre a circulação do VACV para diferentes ambientes, populações de mamíferos susceptíveis e com potencial de distribuição e disseminação para outros hospedeiros, além dos riscos para a saúde pública, permanecem pouco explorados. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a distribuição do VACV em diferentes ambientes, fatores de risco/exposição associados, bem como o potencial de disseminação para populações susceptíveis e os riscos para a saúde pública. Foram avaliadas diferentes coleções de mamíferos amostrados em ambientes diversos, dentre os quais: 1) roedores silvestres e marsupiais capturados numa região extremamente preservada da Floresta Amazônica; 2) felinos domésticos de grandes centros urbanos no Brasil; e 3) canídeos domésticos de uma área urbana em Belo Horizonte e quatis (Nasua nasua) provenientes do Parque Municipal das Mangabeiras, uma importante área natural fronteiriça ao ambiente urbano localizada na zona sul da mesma cidade. Para a detecção de anticorpos neutralizantes anti-Orthopoxvirus (OPV), foi realizado o ensaio de neutralização por redução de placa em amostras de soro. Alternativamente, um ensaio de ELISA (Enzime-linked immunosorbent assay) foi realizado para a detecção de anticorpos IgG em amostras de soro de roedores silvestres e marsupiais. Além disso, o DNA viral foi detectado através de técnicas de PCR em tempo real e PCR convencional em amostras de soro e swab retal, tendo como alvos os genes C11R, A56R e A26L, sendo os resultados confirmados por sequenciamento. Após as análises sorológicas e moleculares, não foram observadas amostras de roedores, marsupiais ou morcegos positivas para VACV ou OPV, destacando a ausência de circulação deste importante vírus emergente numa região altamente preservada da Floresta Amazônica entre 2005–2015. Entretanto, os resultados demonstraram a detecção do VACV em quatis de área ambiente silvestre limítrofe ao ambiente urbano, destacando uma soroprevalência de 14.4% de anticorpos neutralizantes anti-OPV. Além disso, também foi observada uma soroprevalência de 19.1% em cães domésticos e 5.8% em felinos domésticos. Adicionalmente, foi confirmada a presença de DNA viral em 4 amostras de quatis, 5 amostras de cães e 6 amostras de felinos domésticos, demonstrando a circulação de duas populações distintas de VACV (amostras do grupo virulento e não virulento). Os resultados que apontam a ausência da circulação do VACV na região Amazônica refletem a possibilidade de efeito diluidor, fruto de um ambiente natural altamente preservado, além da grande diversidade de espécies amostradas. Outro fato curioso a ser destacado é a ausência ou número reduzido de rebanhos bovinos no ambiente estudado quando comparado ao Brasil e outros países da América do Sul. Certamente, a maioria dos estudos sobre VACV no Brasil é focada em surtos envolvendo bovinos e humanos, e especula-se que esses animais atuem como excelentes hospedeiros amplificadores, visto que os bovinos são os principais hospedeiros impactados pela VB devido à natureza da infecção. Por outro lado, os resultados aqui apresentados sugerem a circulação do VACV em ambientes silvestres e urbanos do Brasil, correlacionados aos riscos para a saúde humana e consequentemente um impacto na saúde pública. Nossos dados sugerem que estratégias preventivas devem ser incluídas para melhoria da vigilância em regiões de alta probabilidade para o surgimento de DIE, melhoria na detecção de patógenos para um melhor entendimento dos seus reservatórios, bem como a avaliação de alguns fatores de exposição que favorecem o surgimento de patógenos emergentes. Uma melhor compreensão da dinâmica entre patógenos, ambiente e hospedeiros é de grande validade e auxilia na diminuição do impacto para a saúde pública.The majority of emerging infectious diseases (EID) are caused by zoonotic pathogens. It is suggested that the increasing occurrence of EIDs is due to the lack of surveillance to prevent and control the spread of new pathogens, which has a significant impact on public health and, overall, on local and global economies. Vaccinia virus (VACV) is the causative agent of Bovine Vaccinia (BV), an occupational zoonosis that affects the dairy economy in Brazil since the late of 90s. However, aspects regarding VACV circulation in different environments, susceptibility of mammalian populations, and potentially distribution and dissemination to other hosts, in addition to the risks for public health, remain poorly explored. Thus, the goal of this study was to evaluate the distribution of VACV in different environments, associated risk/exposure factors, as well as the potential for dissemination to susceptible populations and the risks for public health. We evaluated different collections of mammals sampled in several environments, among them: 1) wild rodents and marsupials captured in an extremely preserved region of Amazon Forest; 2) domestic cats of large urban centers in Brazil; and 3) domestic dogs from an urban area in Belo Horizonte City and coatis (Nasua nasua) from Mangabeiras Municipal Park, an important natural area bordering the urban environment located in the South of Belo Horizonte City. To detect anti-Orthopoxvirus (OPV) neutralizing antibodies, a plaque reduction neutralization assay was performed on serum samples. Alternatively, an enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) was performed to detect IgG antibodies in serum samples from wild rodents and marsupial. In addition, VACV DNA was detected by real-time and conventional PCR in serum and annal swab samples, targeting C11R, A56R and A26L genes. Molecular results were confirmed by sequencing. After serological and molecular analyzes, no rodent, marsupial or bats samples tested positive for VACV or OPV, highlighting the absence of VACV circulation in a highly preserved region of Amazon Forest between 2005-2015. However, our results demonstrated the detection of VACV in coatis from wild environments bordering an urban area, with a seroprevalence of 14.4% of anti-OPV neutralizing antibodies. In addition, a seroprevalence of 19.1% was also observed in domestic dogs and 5.8% in domestic cats. Viral DNA was detected in 4 coatis, 5 domestic dogs and 6 domestic cats, demonstrating the circulation of two distinct VACV populations (virulent and non-virulent strains). The results indicate the absence of VACV circulation in the Amazon region, highlighting the possibility of a dilution effect, probably due to the highly preserved natural environment studied, although a great diversity of species were sampled. Another curious fact to be highlighted is the absence or reduced number of cattle herds in the studied environment when compared to Brazil and other South American countries. Certainly, most studies regarding VACV in Brazil were focused on outbreaks involving bovines and humans, and it is speculated that these animals could act as an excellent amplifying hosts, since the cattle are the main impacted hosts during BV due to the nature of infection. On the other hand, the results presented here suggest the circulation of VACV in wild and urban environments in Brazil, correlating with the risks for human health and consequently impact on public health. Our data also suggests that preventive strategies should be included to improve the surveillance in regions of high probability for the occurrence of EID such as VACV. Furthermore, the improvement of pathogens detection to the better understanding of their reservoirs, as well as the evaluation of some exposure factors that could favor emerging pathogens should be also considered. A further investigation of the dynamics between pathogens, environment, and hosts will be of great validity and could help reduce the impact on public health.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em MicrobiologiaUFMGBrasilICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAShttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessMicrobiologiaDoenças transmissíveis emergentesOrthopoxvirusVírus VacciniaEpidemiologiaDoenças infecciosas emergentesOrthopoxvirusVaccinia virusAmbiente urbanoAmbiente silvestreEcologiaEpidemiologiaSaúde públicaEcoepidemiologia do Vaccinia virus: conectando patógeno, hospedeiros e o ambienteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE Galileu Barbosa Costa FINAL.pdfTESE Galileu Barbosa Costa FINAL.pdfapplication/pdf11542599https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35566/1/TESE%20Galileu%20Barbosa%20Costa%20FINAL.pdfcb44c7e8cb864769f2e523570fd26804MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35566/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35566/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/355662021-04-07 12:17:03.336oai:repositorio.ufmg.br:1843/35566TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-04-07T15:17:03Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Ecoepidemiologia do Vaccinia virus: conectando patógeno, hospedeiros e o ambiente
title Ecoepidemiologia do Vaccinia virus: conectando patógeno, hospedeiros e o ambiente
spellingShingle Ecoepidemiologia do Vaccinia virus: conectando patógeno, hospedeiros e o ambiente
Galileu Barbosa Costa
Doenças infecciosas emergentes
Orthopoxvirus
Vaccinia virus
Ambiente urbano
Ambiente silvestre
Ecologia
Epidemiologia
Saúde pública
Microbiologia
Doenças transmissíveis emergentes
Orthopoxvirus
Vírus Vaccinia
Epidemiologia
title_short Ecoepidemiologia do Vaccinia virus: conectando patógeno, hospedeiros e o ambiente
title_full Ecoepidemiologia do Vaccinia virus: conectando patógeno, hospedeiros e o ambiente
title_fullStr Ecoepidemiologia do Vaccinia virus: conectando patógeno, hospedeiros e o ambiente
title_full_unstemmed Ecoepidemiologia do Vaccinia virus: conectando patógeno, hospedeiros e o ambiente
title_sort Ecoepidemiologia do Vaccinia virus: conectando patógeno, hospedeiros e o ambiente
author Galileu Barbosa Costa
author_facet Galileu Barbosa Costa
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Giliane de Souza Trindade
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6461673057467882
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Flávio Guimarães da Fonseca
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Danielle da Glória de Souza
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Jane Megid
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Cíntia Lopes de Brito Magalhães
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6747023730058093
dc.contributor.author.fl_str_mv Galileu Barbosa Costa
contributor_str_mv Giliane de Souza Trindade
Flávio Guimarães da Fonseca
Danielle da Glória de Souza
Jane Megid
Cíntia Lopes de Brito Magalhães
dc.subject.por.fl_str_mv Doenças infecciosas emergentes
Orthopoxvirus
Vaccinia virus
Ambiente urbano
Ambiente silvestre
Ecologia
Epidemiologia
Saúde pública
topic Doenças infecciosas emergentes
Orthopoxvirus
Vaccinia virus
Ambiente urbano
Ambiente silvestre
Ecologia
Epidemiologia
Saúde pública
Microbiologia
Doenças transmissíveis emergentes
Orthopoxvirus
Vírus Vaccinia
Epidemiologia
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Microbiologia
Doenças transmissíveis emergentes
Orthopoxvirus
Vírus Vaccinia
Epidemiologia
description A maioria das doenças infecciosas emergentes (DIE) são causadas por patógenos zoonóticos. É sugerido que o aumento na ocorrência das DIE se dê por uma falta de vigilância para prevenir e controlar a disseminação de novos patógenos, o que gera um impacto significativo para a saúde pública, e de um modo geral, para as economias locais e globais. O Vaccinia virus (VACV) é o agente causador da Vaccinia Bovina (VB), uma zoonose ocupacional que afeta a economia leiteira do Brasil desde o final da década de 90. Entretanto, aspectos sobre a circulação do VACV para diferentes ambientes, populações de mamíferos susceptíveis e com potencial de distribuição e disseminação para outros hospedeiros, além dos riscos para a saúde pública, permanecem pouco explorados. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a distribuição do VACV em diferentes ambientes, fatores de risco/exposição associados, bem como o potencial de disseminação para populações susceptíveis e os riscos para a saúde pública. Foram avaliadas diferentes coleções de mamíferos amostrados em ambientes diversos, dentre os quais: 1) roedores silvestres e marsupiais capturados numa região extremamente preservada da Floresta Amazônica; 2) felinos domésticos de grandes centros urbanos no Brasil; e 3) canídeos domésticos de uma área urbana em Belo Horizonte e quatis (Nasua nasua) provenientes do Parque Municipal das Mangabeiras, uma importante área natural fronteiriça ao ambiente urbano localizada na zona sul da mesma cidade. Para a detecção de anticorpos neutralizantes anti-Orthopoxvirus (OPV), foi realizado o ensaio de neutralização por redução de placa em amostras de soro. Alternativamente, um ensaio de ELISA (Enzime-linked immunosorbent assay) foi realizado para a detecção de anticorpos IgG em amostras de soro de roedores silvestres e marsupiais. Além disso, o DNA viral foi detectado através de técnicas de PCR em tempo real e PCR convencional em amostras de soro e swab retal, tendo como alvos os genes C11R, A56R e A26L, sendo os resultados confirmados por sequenciamento. Após as análises sorológicas e moleculares, não foram observadas amostras de roedores, marsupiais ou morcegos positivas para VACV ou OPV, destacando a ausência de circulação deste importante vírus emergente numa região altamente preservada da Floresta Amazônica entre 2005–2015. Entretanto, os resultados demonstraram a detecção do VACV em quatis de área ambiente silvestre limítrofe ao ambiente urbano, destacando uma soroprevalência de 14.4% de anticorpos neutralizantes anti-OPV. Além disso, também foi observada uma soroprevalência de 19.1% em cães domésticos e 5.8% em felinos domésticos. Adicionalmente, foi confirmada a presença de DNA viral em 4 amostras de quatis, 5 amostras de cães e 6 amostras de felinos domésticos, demonstrando a circulação de duas populações distintas de VACV (amostras do grupo virulento e não virulento). Os resultados que apontam a ausência da circulação do VACV na região Amazônica refletem a possibilidade de efeito diluidor, fruto de um ambiente natural altamente preservado, além da grande diversidade de espécies amostradas. Outro fato curioso a ser destacado é a ausência ou número reduzido de rebanhos bovinos no ambiente estudado quando comparado ao Brasil e outros países da América do Sul. Certamente, a maioria dos estudos sobre VACV no Brasil é focada em surtos envolvendo bovinos e humanos, e especula-se que esses animais atuem como excelentes hospedeiros amplificadores, visto que os bovinos são os principais hospedeiros impactados pela VB devido à natureza da infecção. Por outro lado, os resultados aqui apresentados sugerem a circulação do VACV em ambientes silvestres e urbanos do Brasil, correlacionados aos riscos para a saúde humana e consequentemente um impacto na saúde pública. Nossos dados sugerem que estratégias preventivas devem ser incluídas para melhoria da vigilância em regiões de alta probabilidade para o surgimento de DIE, melhoria na detecção de patógenos para um melhor entendimento dos seus reservatórios, bem como a avaliação de alguns fatores de exposição que favorecem o surgimento de patógenos emergentes. Uma melhor compreensão da dinâmica entre patógenos, ambiente e hospedeiros é de grande validade e auxilia na diminuição do impacto para a saúde pública.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018-03-01
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-04-07T15:17:03Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-04-07T15:17:03Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/35566
url http://hdl.handle.net/1843/35566
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35566/1/TESE%20Galileu%20Barbosa%20Costa%20FINAL.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35566/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35566/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv cb44c7e8cb864769f2e523570fd26804
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
34badce4be7e31e3adb4575ae96af679
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676973241532416