Funções dos músculos do assoalho pélvico e suas relações com a gravidade da incontinência urinária após prostatectomia radical

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria Cristina da Cruz
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9JWJE9
Resumo: Introdução: A prostatectomia radical é a principal opção terapêutica para controle do câncer de próstata. A incontinência urinária (IU) é uma das comorbidades pós-cirúrgicas mais importantes, tanto pela prevalência quanto pelo impacto negativo na qualidade de vida (QV) de homens pós-prostatectomizados. Os músculos do assoalho pélvico (MAP) são um dos principais responsáveis pelo mecanismo de continência urinária após a prostatectomia radical, principalmente em situações de esforço. Deficiências nos MAP parecem comprometer o bom funcionamento esfíncteriano. As funções dos MAP são potenciais fatores de risco para a gravidade da IU de homens submetidos à prostatectomia radical. Objetivos: Documentar as funções de capacidade de contração, coordenação, força e resistência dos MAP de homens pós-prostatectomizados, investigar a relação entre elas e suas influências na gravidade da IU após a cirurgia de prostatectomia radical. Além de investigar a relação entre gravidade da IU e a QV. Método: Trata-se de um estudo transversal em que dados de 83 homens com IU pós-prostatectomia radical foram levantados em dois hospitais públicos no Brasil. Por aplicação de questionário fechado, análise de registros hospitalares e exame físico, dados sociodemográficos, clínicos e sobre as funções dos MAP foram documentados. Estatística descritiva caracterizou a amostra; testes de correlação e de diferenças testaram a relação entre as funções dos MAP; análises de regressão uni e multivariada testaram 16 potenciais fatores de risco para a gravidade da IU (Pad test 24 h) e com =0,05. Para investigar a influência da gravidade da IU sobre a QV (ICIQ-SF) foi realizada uma análise de regressão. Resultados: Todos os participantes estavam incontinentes quando da avaliação, aproximadamente 18 dias após a cirurgia. A perda urinária média, mensurada pelo Pad test 24 h, foi de 341,85g. Quanto às funções dos MAP, 89,2% apresentavam capacidade de contração e somente 26,5% coordenação, avaliadas por observação. A força média dos MAP, mensurada por perineômetro, foi 101,31 cmH2O e a resistência média dos MAP, mensurada por cronômetro foi de 11,7 segundos. Dentre os oito preditores identificados nas análises univariadas, análises multivariadas selecionaram resistência muscular (p = 0,001) e idade (p = 0,003) ou força muscular (p=0,014) e idade (p=0,001). A QV, mensurada pelo ICIQ-SF, apresentou média de 12,23 e esta relacionada à gravidade da IU. Conclusão: A maioria dos participantes foi capaz de contrair os MAP, entretanto poucos apresentaram coordenação adequada. A força está positivamente relacionada à coordenação e resistência dos MAP. Além da idade, força e resistência dos MAP estão associadas à gravidade da IU, o que reforça a importância destas na continência urinária após a prostatectomia radical. Uma avaliação adequada das funções dos MAP antes de se iniciar o TMAP poderá acelerar o processo de recuperação do paciente além de poupá-lo de condutas desnecessárias. A QV dos pacientes é afetada pela IU e deve ser acompanhada pelo profissional de saúde.
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Objetivos: Documentar as funções de capacidade de contração, coordenação, força e resistência dos MAP de homens pós-prostatectomizados, investigar a relação entre elas e suas influências na gravidade da IU após a cirurgia de prostatectomia radical. Além de investigar a relação entre gravidade da IU e a QV. Método: Trata-se de um estudo transversal em que dados de 83 homens com IU pós-prostatectomia radical foram levantados em dois hospitais públicos no Brasil. Por aplicação de questionário fechado, análise de registros hospitalares e exame físico, dados sociodemográficos, clínicos e sobre as funções dos MAP foram documentados. Estatística descritiva caracterizou a amostra; testes de correlação e de diferenças testaram a relação entre as funções dos MAP; análises de regressão uni e multivariada testaram 16 potenciais fatores de risco para a gravidade da IU (Pad test 24 h) e com =0,05. Para investigar a influência da gravidade da IU sobre a QV (ICIQ-SF) foi realizada uma análise de regressão. Resultados: Todos os participantes estavam incontinentes quando da avaliação, aproximadamente 18 dias após a cirurgia. A perda urinária média, mensurada pelo Pad test 24 h, foi de 341,85g. Quanto às funções dos MAP, 89,2% apresentavam capacidade de contração e somente 26,5% coordenação, avaliadas por observação. A força média dos MAP, mensurada por perineômetro, foi 101,31 cmH2O e a resistência média dos MAP, mensurada por cronômetro foi de 11,7 segundos. Dentre os oito preditores identificados nas análises univariadas, análises multivariadas selecionaram resistência muscular (p = 0,001) e idade (p = 0,003) ou força muscular (p=0,014) e idade (p=0,001). A QV, mensurada pelo ICIQ-SF, apresentou média de 12,23 e esta relacionada à gravidade da IU. Conclusão: A maioria dos participantes foi capaz de contrair os MAP, entretanto poucos apresentaram coordenação adequada. A força está positivamente relacionada à coordenação e resistência dos MAP. Além da idade, força e resistência dos MAP estão associadas à gravidade da IU, o que reforça a importância destas na continência urinária após a prostatectomia radical. Uma avaliação adequada das funções dos MAP antes de se iniciar o TMAP poderá acelerar o processo de recuperação do paciente além de poupá-lo de condutas desnecessárias. A QV dos pacientes é afetada pela IU e deve ser acompanhada pelo profissional de saúde.Introduction: Radical prostatectomy (RP) is the most common type of surgery performed to treat prostate cancer. Urinary incontinence (UI) after RP is one of the most important comorbidities because of its high prevalence and impact on quality of life affecting patients physical activity and social well-being. The pelvic floor muscles (PFM) are one of the most important structures responsible for the continence mechanism. Impairment of the PFM may lead to deficiency of the sphincteric mechanism. Therefore, functions of the PFM might be associated to the severity of the UI after RP. Objectives: to describe the following PFM functions in men with UI after RP: capacity of contraction, coordination, strengh and endurance; to investigate the association among these functional variables; to develop predictive models for UI severity based on these functional and clinical variables; and finally to investigate the association between the severity of UI and quality of life in men who underwent RP. Method: this cross-sectional study investigated 83 men with UI who underwent RP in two public hospitals in Brazil. Clinical evaluation was performed after catheter removal to investigate PFM functions (capacity of contraction, coordination, strengh and endurance); sociodemografic and clinical data were collected from hospital records and questionnaires. The severity of UI was investigated by the 24-hour pad test. Quality of life was investigated by the ICIQ-SF. Descriptive statistics, tests of correlation and differences; univariate and multivariate analyses tested 16 potential predictors of severity of UI; significance level was set at 5%. Results: all 83 participants were incontinent at the time of data collection which underwent between 18 days after RP. The mean of the 24-hour pad test was 341,85g. Regarding the PFM functions, 89,2% of the participants presented capacity of contraction but only 26,5% presented coordination, both measured by inspection. The mean strengh, measured by a perineometer was 101,31 cmH2O and the mean endurance, measured using a cronometer, was 11,7 segundos. From the eight preditive factors selected by the univariate analisys, multivariate analyses identified the following: endurance of the PFM (p = 0,001) and age (p = 0,003) or strengh of the PFM (p=0,014) and age (p=0,001) as predictive of the severity of UI. The mean score of the ICIQ-SF was 12,23 and it was positively associated (r = 0,57; p < 0,001) with the severity of UI. Conclusion: the majority of participants were able to contract the PFM, however few presented coordination of the PFM. Strengh was positively associated with coordination and endurance of the PFM. Age, endurance and strengh were indetified as predictors of the severity of the UI in men after RP. PFM function differ among individuals, and have major impact on the severity of UI. Attention should be paid on specific evaluation and training of those functions during the PFM training in order to provide effective rehabilitation and to avoid desnecessary disconfort and embarrassment. Patients quality of life is affected and needs to be addressed by the health care providers.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGUrina IncontinênciaServiços de saúdeProstatectomiaIncontinência urináriaMúsculos do assoalho pélvicoProstatectomia radicalFunções dos músculos do assoalho pélvico e suas relações com a gravidade da incontinência urinária após prostatectomia radicalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_maria_cristina.pdfapplication/pdf826097https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9JWJE9/1/disserta__o_maria_cristina.pdf4a2440ea34604085d69aaf0fa84d1610MD51TEXTdisserta__o_maria_cristina.pdf.txtdisserta__o_maria_cristina.pdf.txtExtracted texttext/plain115818https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9JWJE9/2/disserta__o_maria_cristina.pdf.txte725af7f077914e7e5b7a06125a93f9eMD521843/BUOS-9JWJE92019-11-14 13:58:25.332oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9JWJE9Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T16:58:25Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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