A trágica e ambígua racialização do discurso musicológico brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jonatha Maximiniano do Carmo
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/AAGS-9RQNTQ
Resumo: O presente trabalho aborda a racialização do discurso musicológico brasileiro, que atinge de forma decisiva a construção de um pensamento musical no Brasil. Irei propor o acompanhamento de momentos cruciais na construção dessas narrativas musicológicas, observando os diversos panoramas vividos em torno das teorias raciais no pensamento ocidental e seus reflexos nos processos civilizatórios da cultura brasileira. Buscarei compreender como o discurso racial se formulou intrinsecamente na historiografia brasileira, fazendo com que fossem assimiladas pelas várias disciplinas do conhecimento e, consequentemente, acabariam por serem utilizadas também nos discursos musicológicos. Para tanto, pretendo partir, de maneira breve, de um estudo das questões que circundam as relações raciais no mundo em que vivemos, a fim de entender como a cor da pele, independente da origem, foi historicamente transformada em signo de depreciação. Farei isso em busca de uma aproximação de questões que vão muito além de uma simplificação do pensamento. Foram escolhidos, a princípio, os dois primeiros autores que sistematizaram uma história da música brasileira, sendo eles Guilherme de Mello e Renato Almeida. Todavia, ao longo do texto, trarei para a discussão os textos de diversos outros autores, a fim de demonstrar as tendências que os aproximam e que acabam por inscrever certa previsibilidade do discurso musicológico. A partir dessa percepção, percebe-se a criação de cânones, que principalmente ao longo do século XX, foram responsáveis pela construção do que reconhecemos omo discurso musicológico brasileiro nos dias atuais.
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