Papel da capsaicina de uso tópico em modelo murino de alergia alimentar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Elandia Aparecida dos Santos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/43128
Resumo: A alergia alimentar é uma reação de hipersensibilidade imediata mediada por IgE que ocorre com a ingestão de alimentos alergênicos após sensibilização prévia. É considerada um importante problema de saúde pública mundial, afetando cerca de 7% de crianças e 2% de adultos, com crescente prevalência em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Hipoteticamente, agentes anti-inflamatórios poderiam contribuir para o controle de algumas manifestações da alergia. Um candidato a tal efeito é a capsaicina (8-metil-N-6-vanilil-nonenamida), principal componente picante da pimenta, que possui ação analgésica e anti-inflamatória quando aplicada topicamente. Este estudo avaliou o efeito do uso tópico de capsaicina nas manifestações da alergia alimentar. Para tanto, camundongos BALB/c foram sensibilizados com ovalbumina (OVA) com posterior desafio oral com solução de clara de ovo a 20%. A partir do desafio oral até a eutanásia, animais do grupo capsaicina (ALE-CAP) foram tratados com creme capsaicina a 0,075%, enquanto que animais alérgicos (ALE) foram tratados apenas com o creme base. Os resultados mostram o aumento da concentração sérica de IgE e IgG1 anti-OVA em ambos os grupos, como esperado pelo protocolo de sensibilização. Porém, em relação ao grupo alérgico (ALE), animais do grupo ALE CAP apresentaram um perfil mais favorável, como visto pela maior ingestão do alergeno, menor perda de peso, redução da infiltração de eosinófilos e neutrófilos (avaliados indiretamente pela atividade de enzimas EPO e MPO, respectivamente) e menor produção de muco pelas células caliciformes. Os resultados sugerem que o tratamento tópico com capsaicina leva a uma melhora de algumas das manifestações mais importantes da alergia como a inflamação intestinal e a perda de peso. Esse fato pode estar relacionado à inibição do canal TRPV1, atuando indiretamente em vias de sinalização de células TCD4+, mastócitos e basófilos, aumentando o limiar de ativação de tais células e, assim, diminuindo o processo inflamatório. Adicionalmente, a maior tolerância da ingestão do alérgeno pode estar relacionada ao efeito analgésico da capsaicina pela dessensibilização de nociceptores via TRPV1, o que possibilitaria à maior ingestão de clara de ovo. Mais estudos são necessários para elucidar os mecanismos envolvidos na utilização tópica de capsaicina frente às doenças alérgicas, especialmente em alergia alimentar.
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Para tanto, camundongos BALB/c foram sensibilizados com ovalbumina (OVA) com posterior desafio oral com solução de clara de ovo a 20%. A partir do desafio oral até a eutanásia, animais do grupo capsaicina (ALE-CAP) foram tratados com creme capsaicina a 0,075%, enquanto que animais alérgicos (ALE) foram tratados apenas com o creme base. Os resultados mostram o aumento da concentração sérica de IgE e IgG1 anti-OVA em ambos os grupos, como esperado pelo protocolo de sensibilização. Porém, em relação ao grupo alérgico (ALE), animais do grupo ALE CAP apresentaram um perfil mais favorável, como visto pela maior ingestão do alergeno, menor perda de peso, redução da infiltração de eosinófilos e neutrófilos (avaliados indiretamente pela atividade de enzimas EPO e MPO, respectivamente) e menor produção de muco pelas células caliciformes. Os resultados sugerem que o tratamento tópico com capsaicina leva a uma melhora de algumas das manifestações mais importantes da alergia como a inflamação intestinal e a perda de peso. Esse fato pode estar relacionado à inibição do canal TRPV1, atuando indiretamente em vias de sinalização de células TCD4+, mastócitos e basófilos, aumentando o limiar de ativação de tais células e, assim, diminuindo o processo inflamatório. Adicionalmente, a maior tolerância da ingestão do alérgeno pode estar relacionada ao efeito analgésico da capsaicina pela dessensibilização de nociceptores via TRPV1, o que possibilitaria à maior ingestão de clara de ovo. Mais estudos são necessários para elucidar os mecanismos envolvidos na utilização tópica de capsaicina frente às doenças alérgicas, especialmente em alergia alimentar.Food allergy is an immediate hypersensitivity reaction mediated by IgE which occurs with the ingestion of allergenic foods after previous sensitization. It is considered a major problem of public health worldwide, affecting about 7% of children and 2% of adults, with increasing prevalence in developed and developing countries. Hypothetically, anti-inflammatory agents could contribute to the control some allergy symptoms. A candidate for this purpose is the capsaicin (8-methyl-N-vanillyl-6- nonenamide), the main pungent component of red pepper, having analgesic and anti- inflammatory actions when applied topically. This study evaluated the effect of topical treatment of capsaicin in some food allergy maniestations. For this purpose BALB/c mice were sensitized with ovalbumin (OVA) with subsequent oral challenge with 20% egg yolk solution. From the oral challenge to euthanasia, animals of capsaicin group (CAP) were topically treated with a capsaicin cream (0.075% in cream base) while the allergic group (ALE) were treated with the cream base (without capsaicin). The results showed that there was an increase in serum IgE and anti-OVA IgG1 in both groups, as expected with thisfrom sensitization protocol. However, compared to allergic group (ALE), animals from CAP group presented a more favorable profile, as suggested by the higher intake of allergen, reduced weight loss, reduced eosinophil and neutrophil infiltrations (assessed indirectly by the activity of the enzymes EPO and MPO, respectively) and lower production of mucus by goblet cells. The results suggest that topical treatment with capsaicin leads to an improvement of some of the most important manifestations allergy such as intestinal inflammation and weight loss. These effects may be related to inhibition of TRPV1 channel, acting indirectly on CD4+ T cell, mast cells and basophils signaling, increasing their activation threshold and thus decreasing the inflammatory process. Additionally, the improvement of allergen tolerance may be related to the analgesic effect of capsaicin, leading to the nociceptors desensitization via TRPV1, which would allow the higher intake of egg white. More studies are needed to elucidate the mechanisms involved in the use of topical capsaicin front of allergic diseases, especially in food allergy.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Nutrição e SaúdeUFMGBrasilENF - DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃOHipersensibilidade ImediataCapsaicinaCanais de Cátion TRPVOvalbuminaHipersensibilidade tipo ICapsaicinaCanais de cátion TRPVOvalbuminaPapel da capsaicina de uso tópico em modelo murino de alergia alimentarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/43128/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD52ORIGINALDissertação Elandia Santos Repositorio.pdfDissertação Elandia Santos Repositorio.pdfapplication/pdf1498229https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/43128/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Elandia%20Santos%20Repositorio.pdf16e6fff2f7c80066f89d8e80530b62caMD511843/431282022-07-11 09:42:31.215oai:repositorio.ufmg.br:1843/43128TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-07-11T12:42:31Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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