Arranjos ocupacionais na aposentadoria de idosos saudáveis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cecilia Melo Neves Xavier
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9N8GUM
Resumo: Devido ao acelerado envelhecimento populacional e aumento da expectativa de vida, pessoas que se aposentam têm a possibilidade de se manter engajadas em ocupações por mais 20 ou 30 anos. Para tanto, os aposentados terão a necessidade de criar um novo arranjo ocupacional para suas vidas, sem o trabalho realizado ao longo de todo aquele tempo. Sabe-se que a necessidade de ser ativo é vital e faz com que as ocupações desempenhem papel central na vida. O trabalho é considerado como uma delas e recebe atenção especial na fase adulta. Funciona como uma das principais atividades reguladoras do dia a dia e costuma preencher grande parte das horas produtivas do cotidiano, sendo responsável por desenvolver habilidades e gerar reconhecimento social. Romper com ele implica na necessidade de reorganização do conjunto de ocupações que preenchem a vida com significado, em função do tempo livre que se amplia. Na literatura, percebe-se uma lacuna na compreensão desse processo de organização no que se refere ao modo como o sujeito vai acessar as ocupações que irão constituir essa nova rotina. O objetivo deste trabalho é a compreensão e discussão, a partir da percepção do idoso aposentado, do modo como as ocupações realizadas no percurso de vida participam do processo de reorganização das ocupações na aposentadoria. Trata-se de estudo qualitativo com entrevistas semi-estruturadas, cujo paradigma life span foi utilizado como âncora teórica, pois possui premissas em sintonia com o objeto do estudo. Considera-se o desenvolvimento como um processo contínuo, heterogêneo e contextualizado com as situações vividas na história subjetiva. Das entrevistas realizadas, emergiram quatro categorias: por toda a vida; antigos sentidos, novas ocupações; agora eu posso; outras possibilidades: a descoberta. Os resultados revelaram que ocupações realizadas no percurso de vida se tornam referências significativas na aposentadoria. Nas três primeiras categorias, os entrevistados indicaram um sentido de continuidade experimentado de formas diferentes, seja ele pela prática das mesmas ocupações, inclusive daquelas resgatadas após uma interrupção, ou de significados que perduram. A continuidade linear da ocupação é encontrada apenas na primeira categoria. Trata-se da permanência da ocupação em si de forma mais evidente. Diferentemente, na segunda, a continuidade se manifesta na prevalência do sentido e, na terceira, no resgate de uma ocupação interrompida. Encontrou-se, ainda, o surgimento da prática de novas ocupações, nunca antes realizadas, comprovando que esse momento pode também ser visto como tempo de abertura. As mudanças que se dão no arranjo ocupacional a partir do rompimento com o trabalho podem trazer outros interesses e possibilidades de ocupações não realizadas ou imaginadas anteriormente. Ao estudar a aposentadoria, constatou-se que o aposentado pode encontrar-se em pleno desenvolvimento, dando continuidade às suas ocupações, ou descobrindo outras novas.
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Romper com ele implica na necessidade de reorganização do conjunto de ocupações que preenchem a vida com significado, em função do tempo livre que se amplia. Na literatura, percebe-se uma lacuna na compreensão desse processo de organização no que se refere ao modo como o sujeito vai acessar as ocupações que irão constituir essa nova rotina. O objetivo deste trabalho é a compreensão e discussão, a partir da percepção do idoso aposentado, do modo como as ocupações realizadas no percurso de vida participam do processo de reorganização das ocupações na aposentadoria. Trata-se de estudo qualitativo com entrevistas semi-estruturadas, cujo paradigma life span foi utilizado como âncora teórica, pois possui premissas em sintonia com o objeto do estudo. Considera-se o desenvolvimento como um processo contínuo, heterogêneo e contextualizado com as situações vividas na história subjetiva. Das entrevistas realizadas, emergiram quatro categorias: por toda a vida; antigos sentidos, novas ocupações; agora eu posso; outras possibilidades: a descoberta. Os resultados revelaram que ocupações realizadas no percurso de vida se tornam referências significativas na aposentadoria. Nas três primeiras categorias, os entrevistados indicaram um sentido de continuidade experimentado de formas diferentes, seja ele pela prática das mesmas ocupações, inclusive daquelas resgatadas após uma interrupção, ou de significados que perduram. A continuidade linear da ocupação é encontrada apenas na primeira categoria. Trata-se da permanência da ocupação em si de forma mais evidente. Diferentemente, na segunda, a continuidade se manifesta na prevalência do sentido e, na terceira, no resgate de uma ocupação interrompida. Encontrou-se, ainda, o surgimento da prática de novas ocupações, nunca antes realizadas, comprovando que esse momento pode também ser visto como tempo de abertura. As mudanças que se dão no arranjo ocupacional a partir do rompimento com o trabalho podem trazer outros interesses e possibilidades de ocupações não realizadas ou imaginadas anteriormente. Ao estudar a aposentadoria, constatou-se que o aposentado pode encontrar-se em pleno desenvolvimento, dando continuidade às suas ocupações, ou descobrindo outras novas.Due to accelerated aging and increased life expectancy, retired people have been presenting conditions for engaging in activities for over 20 or 30 years more. With this in mind, retired people will need to come up with new occupational arrangements for their lives without work throughout that time. It is known that the need to be active is vital and that makes occupation play a central role in life. Work is one of these occupations and it gets special attention during adulthood. It functions as a key regulatory activity of daily life and it usually fills much of everyday productive hours, being responsible for developing skills and generating social recognition. To break away with it entails the need of reorganizing the set of occupations that bring meaning to life, based on the increasing amount of spare time. There is large a gap on this theme's literature on understanding this organization process, in what concerns the way individuals will access the occupations that will constitute this new routine. The aim of this work is to understand and discuss, from the perception of the retired elderly, how the occupations performed in the course of life play a role in the reorganization of occupations in the retirement process. This is a qualitative study using semi-structured interviews, whose life span paradigm was used as a theoretical anchor, because it has premises in line with the object of study. Development is perceived as a continuous and heterogeneous process that is contextualized to the experienced circumstances in one's subjective story. Of the interviews that were carried out, four categories emerged: for life; old ways, new occupations: now I can, other possibilities: the discovery. Results revealed that occupations performed in the course of life become meaningful references during retirement. In the first three categories respondents indicated a sense of continuity experienced in different ways, whether by the practice of the same occupations, including those retrieved after a gap, or of more enduring meanings. Occupation's linear continuity is found only in the first category. It is the permanence of the occupation itself in a more clear way. In contrast, in the second category the continuity is expressed by the prevalence of meaning, and in the third category, in the retrieving of an interrupted occupation. The emergence of new occupations practice were also detected, some which never before performed, proving that this moment can also be seen as a starting time. The changes that occur in occupational arrangements from the breach with work can bring other interests and possibilities of previously not performed or imagined occupations. By studying retirement, it was found that the retired person may find himself/herself in full development by continuing to perform their ongoing occupations or learning new ones.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGIdosos Saúde e higieneQualidade de vidaIdosos AposentadoriaIdosoAposentadoriaOcupaçãoArranjos ocupacionais na aposentadoria de idosos saudáveisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL29_julho.pdfapplication/pdf861651https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9N8GUM/1/29_julho.pdfe46c1c10bf686a0c8a5945c7cb54e19aMD51TEXT29_julho.pdf.txt29_julho.pdf.txtExtracted texttext/plain112899https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9N8GUM/2/29_julho.pdf.txt91c34cbd4e4a4e8d89cc5d5fef22bf87MD521843/BUOS-9N8GUM2019-11-14 16:43:47.988oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9N8GUMRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:43:47Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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