Fatores associados à prevalência de edentulismo em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise: um estudo transversal em Minas Gerais

• Autor(a) principal: Natalia Mendes de Matos Cardoso
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A3NRZA
• topic: Higiene bucal; Diálise renal; Assistência odontológica; Perda dentária; Edentulismo; Hemodiálise; Odontologia; Higiene bucal; Diálise renal; Assistência odontológica; Hemodiálise

Os indivíduos com doença renal crônica podem apresentar, além das alterações sistêmicas decorrentes da doença, um maior comprometimento da saúde bucal quando comparados à população geral. Dentre as manifestações bucais mais frequentes está a doença periodontal, a cárie, o acúmulo de cálculo dentário, a xerostomia e o edentulismo. A falta de informações relacionadas aos cuidados com a cavidade bucal e sobre a influência da saúde bucal na saúde geral, a baixa motivação com o cuidado dos dentes e uma maior preocupação com as condições sistêmicas são fatores que podem estar relacionados a uma higiene bucal precária em grande parte dessa população. Este estudo objetivou identificar a prevalência de edentulismo nos indivíduos com doença renal crônica, atendidos em um serviço de hemodiálise, e os fatores associados. Foi realizado um estudo transversal com 650 pacientes, na faixa etária de 18 a 90 anos, atendidos em duas clínicas de hemodiálise localizadas em Belo Horizonte e Contagem, região sudeste do Brasil. Enquanto os participantes eram submetidos à sessão de hemodiálise, os dados foram coletados por meio de questionário estruturado e exame clínico. O questionário continha itens sobre características gerais, hábitos de comportamento e história médica e odontológica dos participantes. O exame clínico identificou a presença de edentulismo e alterações da mucosa bucal. A calibração intra e inter-examinador, o teste/reteste do instrumento e um estudo piloto foram realizadas previamente ao estudo principal. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais. Os resultados revelaram que a média de idade dos pacientes foi de 53,9 anos (+14,3). A maior parte da amostra foi composta por indivíduos do sexo masculino (55,2%), negro ou pardo (80,2%), classe econômica mais favorecida/favorecida (84,0%) e com menos de 8 anos de escolaridade (72,3%). O edentulismo foi identificado em 183 participantes (28,2%), sendo que 140 deles afirmaram usar prótese removível (76,5%). O tempo em que o participante encontrava-se em hemodiálise, o uso de medicamentos e a presença de outras doenças não foram variáveis associadas ao edentulismo. Os indivíduos que possuíam menor escolaridade (OR= 3,99; 95% IC: 2,34-6,79), que relataram não realizar consultas odontológicas nos últimos 6 meses (OR = 2,49; 95% IC: 1,52-4,08), que declararam uma percepção positiva do próprio sorriso (OR = 2,00; 95% IC: 1,35-2,97) e que foram diagnosticados com alguma alteração na mucosa (OR= 4,17; 95% IC: 2,83-6,13) apresentaram maior chance de pertenceram ao grupo de edêntulos. A baixa escolaridade, a ausência de consulta odontológica nos últimos seis meses, uma percepção positiva do sorriso e a presença de alteração de mucosa foram associadas ao edentulismo em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise.