Prevalência e fatores de risco para leishmaniose visceral em cães de Juatuba, Minas Gerais, 2010

• Autor(a) principal: Luiz Felipe Nunes Menezes Borges
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-97CFPY
• topic: Conhecimento; Leishmaniose visceral; Prevenção; Prevalência; Fatores de risco; Cães; Cão Doenças

Este estudo teve como objetivos estimar a prevalência canina e verificar a presença de fatores de risco relacionados à leishmaniose visceral (LV) em cães do município de Juatuba, Minas Gerais, no ano de 2010. Foi realizado um estudo observacional transversal por meio de coleta de amostras sanguíneas de 957 cães, definidos aleatoriamente e aplicação de questionários aos seus proprietários. No diagnóstico sorológico foram utilizados os testes Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA), preconizados pelo Ministério da Saúde (MS). Foram ainda marcadas as coordenadas geográficas dos imóveis participantes da pesquisa para verificar a distribuição espacial dos casos caninos. A prevalência da leishmaniose visceral canina (LVC) foi estimada em 11,01%, estando distribuída em 70,6% dos 36 bairros do município, os quais apresentaram características epidemiológicas favoráveis para a manutenção da doença. Na distribuição espacial foram encontrados três clusters em Juatuba, observando aumento de 2,80 vezes mais chances em adquirir a LVC no cluster primário. O município foi caracterizado por apresentar uma população de classe econômica com baixo poder aquisitivo e com baixo índice de escolaridade. As variáveis presença de bovinos, cão de grande porte, cão com sinal clínico, e limpeza quinzenal do peridomicílio apresentaram associação significativa com a ocorrência de casos da doença em cães (p0,05). As variáveis morte de cães no imóvel por LV, vacinação contra LV, realização de exame sorológico para a doença e cão originário do bairro Satélite 1 também apresentaram diferença significativa em relação aos casos de LV, provavelmente devido ao fato dos entrevistados já terem tido um conhecimento prévio da doença. Verificou-se baixo conhecimento da população entrevistada sobre a LV, além de confundimento com outras doenças. A maioria dos entrevistados não executava práticas preventivas ou de controle da doença, ou quando as realizavam, estas eram poucas e inespecíficas. O fato de conhecer a LV aumentou as chances de realização de medidas preventivas direcionadas ao cão, ao ambiente e individualmente. Trabalhos envolvendo educação em saúde com toda a população são necessários para a disseminação do conhecimento e para a prática de atividades de prevenção e controle, a fim de evitar uma maior disseminação da doença entre os cães e a ocorrência de novos casos humanos na região.