Estruturas mediadoras da polinização em philodendron adamantinum mart. ex schott (ARACEAE): morfologia e aspectos funcionais
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Publication Date: | 2014 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional da UFMG |
Download full: | http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9UKFAC |
Summary: | Philodendron adamantinum é uma espécie rupícola de distribuição restrita, polinizada pelo besouro Erioscelis emarginata. Essa espécie apresenta diversas características que favorecem a cantarofilia, como liberação de odor envolvida na atração do polinizador; termogênese; tecido nutritivo; protoginia e a presença de câmara que abriga os polinizadores. A liberação de resina na inflorescência, característica exclusiva do gênero, também auxilia no processo de polinização. Em busca de maior compreensão da complexa interação entre P. adamantinum e seu polinizador específico, a relação entre estrutura e funcionamento dos osmóforos, tecido nutritivo e canais secretores de resina foram explorados neste trabalho. Os osmóforos são formados por células secretoras dispersas na região apical estéril dos estames e no ápice dos estaminódios. Os estaminódios apresentam reserva lipídica que é, em sua maior parte, utilizada nos processos de termogênese e liberação de odor. O restante da reserva, bem como as células com citoplasma denso, ricas em compostos estruturais, são utilizados pelo besouro como recurso nutritivo. Somada à oferta nutritiva, a localização dos estaminódios no interior da câmara, além de manter os besouros na inflorescência até a liberação do pólen, auxilia na proteção das partes férteis, evitando o consumo destas pelos polinizadores. Os canais de resina apresentam características comuns a essas estruturas observadas em outras espécies. Porém, o mecanismo de liberação de resina para o meio externo é descrito pela primeira vez e apresenta forte correlação com a atividade dos polinizadores. O aumento do volume das células do canal, principalmente da camada subjacente ao epitélio secretor, resulta no aumento da pressão exercida sobre a resina no lume. A natureza extremamente péctica da parede das células parenquimáticas próximas ao ápice do canal sugere uma rota de abertura. Assim, aliando a pressão aumentada a um ponto de fragilidade, a epiderme é rompida e a resina extravasa. As estruturas estudadas neste trabalho medeiam a interação entre P. adamantinum e seu polinizador exclusivo, participando de uma sequência de eventos sincronizada, controlada por mecanismos precisos, que culmina na polinização dessa espécie. |
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Elder Antonio Sousa e PaivaArlete Aparecida SoaresClemens Peter SchlindweinPatricia Goncalves de Souza2019-08-13T10:13:36Z2019-08-13T10:13:36Z2014-07-30http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9UKFACPhilodendron adamantinum é uma espécie rupícola de distribuição restrita, polinizada pelo besouro Erioscelis emarginata. Essa espécie apresenta diversas características que favorecem a cantarofilia, como liberação de odor envolvida na atração do polinizador; termogênese; tecido nutritivo; protoginia e a presença de câmara que abriga os polinizadores. A liberação de resina na inflorescência, característica exclusiva do gênero, também auxilia no processo de polinização. Em busca de maior compreensão da complexa interação entre P. adamantinum e seu polinizador específico, a relação entre estrutura e funcionamento dos osmóforos, tecido nutritivo e canais secretores de resina foram explorados neste trabalho. Os osmóforos são formados por células secretoras dispersas na região apical estéril dos estames e no ápice dos estaminódios. Os estaminódios apresentam reserva lipídica que é, em sua maior parte, utilizada nos processos de termogênese e liberação de odor. O restante da reserva, bem como as células com citoplasma denso, ricas em compostos estruturais, são utilizados pelo besouro como recurso nutritivo. Somada à oferta nutritiva, a localização dos estaminódios no interior da câmara, além de manter os besouros na inflorescência até a liberação do pólen, auxilia na proteção das partes férteis, evitando o consumo destas pelos polinizadores. Os canais de resina apresentam características comuns a essas estruturas observadas em outras espécies. Porém, o mecanismo de liberação de resina para o meio externo é descrito pela primeira vez e apresenta forte correlação com a atividade dos polinizadores. O aumento do volume das células do canal, principalmente da camada subjacente ao epitélio secretor, resulta no aumento da pressão exercida sobre a resina no lume. A natureza extremamente péctica da parede das células parenquimáticas próximas ao ápice do canal sugere uma rota de abertura. Assim, aliando a pressão aumentada a um ponto de fragilidade, a epiderme é rompida e a resina extravasa. As estruturas estudadas neste trabalho medeiam a interação entre P. adamantinum e seu polinizador exclusivo, participando de uma sequência de eventos sincronizada, controlada por mecanismos precisos, que culmina na polinização dessa espécie.Philodendron adamantinum is a rupiculous species of restricted distribution, pollinated by beetles Erioscelis emarginata. This Araceae species presents several traits that favour cantharophily, such as release of attractive scents; thermogenesis; nutritive tissue; protogyny and the presence of sheltering chamber for pollinators. The release of resin in the inflorescence, which occurs exclusively in Philodendron, also assists in the pollination process. Searching for better understand the complex interaction between P. adamantinum and its specific pollinator, the relationship between structure and function of osmophores, nutritive tissue and resin secretory ducts were evaluated in this work. The osmophores are composed by scattered secretory cells in infertile apical region of the stamens and in the apex of staminodes. The staminodes present lipid reserves that are, in the most part, used in the thermogenesis and scent release. The beetles use the remaining reserves as well as cells with dense cytoplasm rich in structural compounds as food source. Added to the nutrient supply, the position of staminodes into a chamber favors protection the fertile structures against pollinators damages and keeps the beetles in the inflorescence until the pollen release. The resiniferous ducts have typical characteristics observed in other species. However, the mechanism of resin release to the external environment is first described in this work and shows strong correlation with pollinators activity. The increase in volume of the cells of duct, especially the adjacent secretory epithelium layer, results in increased pressure on the resin in the lumen. The very high pectic nature of the wall of parenchyma cells near the apex of the duct suggests a route for duct opening. Thus, combining increased pressure to a weakness point, the epidermis is ruptured and the resin overflows. The structures studied in this work mediate the interaction between P. adamantinum and its exclusive pollinator, participating in a synchronized sequence of events controlled by precise mechanisms, culminating in the pollination of this species.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBotânicaAraceaePhilodendronMorfologia vegetalPolinizaçãoAnatomia vegetalUltraestrutura celularTecido nutritivoAraceaeOsmóforosPhilodendronCanais resiníferosEstruturas mediadoras da polinização em philodendron adamantinum mart. ex schott (ARACEAE): morfologia e aspectos funcionaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALcapa.pdfapplication/pdf226343https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9UKFAC/1/capa.pdfc0180e5b291dfbb8bbc2edfde6620fb0MD51disserta__o.pdfapplication/pdf4534933https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9UKFAC/2/disserta__o.pdf261da124daaa4afd9b52ab10656c8d48MD52TEXTcapa.pdf.txtcapa.pdf.txtExtracted texttext/plain1159https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9UKFAC/3/capa.pdf.txt42071b265b55534a03a09b8f6713fb4dMD53disserta__o.pdf.txtdisserta__o.pdf.txtExtracted texttext/plain114163https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9UKFAC/4/disserta__o.pdf.txt8b3c95dfbe9410c4863be42c1c9a7f2eMD541843/BUBD-9UKFAC2019-11-14 22:30:23.562oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9UKFACRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T01:30:23Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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Philodendron adamantinum é uma espécie rupícola de distribuição restrita, polinizada pelo besouro Erioscelis emarginata. Essa espécie apresenta diversas características que favorecem a cantarofilia, como liberação de odor envolvida na atração do polinizador; termogênese; tecido nutritivo; protoginia e a presença de câmara que abriga os polinizadores. A liberação de resina na inflorescência, característica exclusiva do gênero, também auxilia no processo de polinização. Em busca de maior compreensão da complexa interação entre P. adamantinum e seu polinizador específico, a relação entre estrutura e funcionamento dos osmóforos, tecido nutritivo e canais secretores de resina foram explorados neste trabalho. Os osmóforos são formados por células secretoras dispersas na região apical estéril dos estames e no ápice dos estaminódios. Os estaminódios apresentam reserva lipídica que é, em sua maior parte, utilizada nos processos de termogênese e liberação de odor. O restante da reserva, bem como as células com citoplasma denso, ricas em compostos estruturais, são utilizados pelo besouro como recurso nutritivo. Somada à oferta nutritiva, a localização dos estaminódios no interior da câmara, além de manter os besouros na inflorescência até a liberação do pólen, auxilia na proteção das partes férteis, evitando o consumo destas pelos polinizadores. Os canais de resina apresentam características comuns a essas estruturas observadas em outras espécies. Porém, o mecanismo de liberação de resina para o meio externo é descrito pela primeira vez e apresenta forte correlação com a atividade dos polinizadores. O aumento do volume das células do canal, principalmente da camada subjacente ao epitélio secretor, resulta no aumento da pressão exercida sobre a resina no lume. A natureza extremamente péctica da parede das células parenquimáticas próximas ao ápice do canal sugere uma rota de abertura. Assim, aliando a pressão aumentada a um ponto de fragilidade, a epiderme é rompida e a resina extravasa. As estruturas estudadas neste trabalho medeiam a interação entre P. adamantinum e seu polinizador exclusivo, participando de uma sequência de eventos sincronizada, controlada por mecanismos precisos, que culmina na polinização dessa espécie. |
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