O acompanhamento terapêutico como potente estratégia de cuidado nas clínicas da desinstitucionalização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rinaldo Conde Bueno
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AQHK7R
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo promover uma discussão teórico-conceitual sobre a noção de clínicas da desinstitucionalização e sobre as estratégias que podem ser alcançadas por meio de novos modos de se conceber e praticar clínica em saúde mental na atualidade, em especial pelo que experimentei com as andanças do Acompanhamento Terapêutico (AT). Em um percurso que se inicia pelo histórico e pela formação prática do AT pode-se inferir que esta variável clínica provoca a abertura de novos espaços para se trabalhar com pessoas em sofrimento mental, ultrapassando a ideia de que as intervenções devem acontecer em settings fechados. Entrelaçando-se com postulados de outras clínicas que buscam transcender o modelo médico-centrado, é pensada uma composição híbrida e itinerante de um coletivo de profissionais que possa favorecer novas formas de tratamento, indicadas aqui como um devirnômade. Não se pretende que a função desses profissionais seja a de ater-se a protocolos ou verdades previamente indicadas, mas sim a de ampliar seu campo de atuação na área e incluir nesta rede complexa a participação efetiva da população para uma gestão comum das ações em saúde mental e, principalmente, em direção ao exercício de uma cidadania plena. Para arealização desta pesquisa, fez-se uma exposição conceitual sobre a prática do AT, temas e reflexões relativas à concepção de território, desterritorialização e rizoma. Sobre as clínicas em saúde mental, foram apontadas tramas e indicações de suas formas de atuação, enquadre eincidência, assim como a exposição do processo de desinstitucionalização desde a sua origem até a inclusão deste tipo de reforma no âmbito da assistência em saúde mental no Brasil. Na composição da pesquisa, foram incorporados diários de campo de experimentações que o pesquisador fez em contextos distintos que aconteceram em Barcelona, na Espanha, e em Trieste, na Itália. Nestas cidades, foram observados e posteriormente transformados em material para a pesquisa em tela movimentos associativistas e, também, de profissionais, usuários e familiares que podem ser chamados de desinstitucionalizantes, pois sintonizamse com as práticas e propostas das clínicas da desinstitucionalização aqui estudadas. Tais práticas buscam o protagonismo de seus atores e o envolvimento de diversos setores societários para a consecução de um objetivo final, comum a todos os grupos estudados: viver uma cidadania plena, democrática, com a preservação dos direitos civis das pessoas, mesmo que em uma situação de desvantagem social. A pesquisa nos revelou várias facetas dessas práticas e das clínicas da desinstitucionalização capazes de operar na transformação da sociedade e com uma assistência mais qualificada e integralizada àqueles que precisam desses suportes. A essas práticas, infere-se que o AT pode ser uma importante estratégia para a realização dessa pretensão clínica estritamente ligada à questão social.
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Entrelaçando-se com postulados de outras clínicas que buscam transcender o modelo médico-centrado, é pensada uma composição híbrida e itinerante de um coletivo de profissionais que possa favorecer novas formas de tratamento, indicadas aqui como um devirnômade. Não se pretende que a função desses profissionais seja a de ater-se a protocolos ou verdades previamente indicadas, mas sim a de ampliar seu campo de atuação na área e incluir nesta rede complexa a participação efetiva da população para uma gestão comum das ações em saúde mental e, principalmente, em direção ao exercício de uma cidadania plena. Para arealização desta pesquisa, fez-se uma exposição conceitual sobre a prática do AT, temas e reflexões relativas à concepção de território, desterritorialização e rizoma. Sobre as clínicas em saúde mental, foram apontadas tramas e indicações de suas formas de atuação, enquadre eincidência, assim como a exposição do processo de desinstitucionalização desde a sua origem até a inclusão deste tipo de reforma no âmbito da assistência em saúde mental no Brasil. Na composição da pesquisa, foram incorporados diários de campo de experimentações que o pesquisador fez em contextos distintos que aconteceram em Barcelona, na Espanha, e em Trieste, na Itália. Nestas cidades, foram observados e posteriormente transformados em material para a pesquisa em tela movimentos associativistas e, também, de profissionais, usuários e familiares que podem ser chamados de desinstitucionalizantes, pois sintonizamse com as práticas e propostas das clínicas da desinstitucionalização aqui estudadas. Tais práticas buscam o protagonismo de seus atores e o envolvimento de diversos setores societários para a consecução de um objetivo final, comum a todos os grupos estudados: viver uma cidadania plena, democrática, com a preservação dos direitos civis das pessoas, mesmo que em uma situação de desvantagem social. A pesquisa nos revelou várias facetas dessas práticas e das clínicas da desinstitucionalização capazes de operar na transformação da sociedade e com uma assistência mais qualificada e integralizada àqueles que precisam desses suportes. A essas práticas, infere-se que o AT pode ser uma importante estratégia para a realização dessa pretensão clínica estritamente ligada à questão social.This research aims to have a theoretical and conceptual argument on the notion of Clinics of Deinstitutionalization and discusses the strategies that may be achieved through the new means of conceiving and practicing clinics in mental health nowadays, in special for what I have experienced during my travelings on . In a course that begins with the history and the practical training of the Therapeutic Accompaniment (AT) it may be inferred that this clinical variable brings on the opening of new space to work with people in mental distress surpassing the idea that interventions must happen in closed settings. Intertwined with postulates of other clinics which search for transcending the medical -centered standard, a hibrid and itinerant composition of a collective of professionals that may favour new ways of monitoring treatments is thought here as becoming-nomad. One does not intend the role of these professionals to be that of sticking up to protocols or truths previously indicated, but of enlarging its field of performance in the area and including in this complex network the effective participation of the population on a common management of actions in mental healthand mainly, concerning the exercise of a full citizenship. For accomplishing this research, a conceptual exhibition of AT practice, of themes and reflections about the conception of deterritorialization, rhizome and cartography was made. Regarding mental health clinics, plots and indications of its ways of performance, frame and incidence were pointed, as well as an exhibition of the process of deinstitutionalization from the origin to the inclusion of this type of reform in the ambit of assistance in mental health in Brazil. Composing the research, journals of field experiments performed by the researcher in distinct contexts that happened in Barcelona, Spain and Trieste, Italy are incorporated. In these cities were observed and subsequently transformed in material for the research in screen, associativist movements and also professionals, users and families which may be called deinstitutionalists - because they are tuned with the practices and proposals of Clinics of Deinstitutionalization studied here - were observed and subsequently transformed in material for the research in screen. These are practices that seek the protagonism of their actors and the involvement of several sections of society for a final objective, common to all the groups studied, which is the one of living a full, democratic citizenship and preserving civil rights of people even if they are in a situation of social disadvantage. The research reveals several facets of these autonomist practices and of Deinstitutionalization Clinics capable of operating in transforming the society and giving a more qualified and complete assistance to the ones who need this support. To these practices, we infer that the Therapeutic Accompaniment may be an important strategy for an accomplishment of this clinic intention strictly linked to the social matter.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGReforma psiquiátricaSaúde mentalClínicasPsicologiaReforma psiquiátricaAcompanhamento terapêuticoDesterritorializaçãomentalClínicas da desinstitucionalizaçãoSaúdeO acompanhamento terapêutico como potente estratégia de cuidado nas clínicas da desinstitucionalizaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALrinaldo_tese_final_15_ago17.pdfapplication/pdf1561778https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AQHK7R/1/rinaldo_tese_final_15_ago17.pdf9c7ab5ff5107989e6076f4f4b85db6daMD51TEXTrinaldo_tese_final_15_ago17.pdf.txtrinaldo_tese_final_15_ago17.pdf.txtExtracted texttext/plain462470https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AQHK7R/2/rinaldo_tese_final_15_ago17.pdf.txt5855735475750f144ca802c669b2846bMD521843/BUBD-AQHK7R2020-01-29 16:35:29.347oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AQHK7RRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-01-29T19:35:29Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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