Uma experiência de conversação com adolescentes agressivos no espaço escolar: o que eles dizem?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9JFJJM |
Resumo: | Este trabalho tem como referencial teórico a Psicanálise e procura investigar, na escola, o que os adolescentes têm a dizer sobre a agressividade vivida dentro dela. A primeira hipótese levantada para realização da investigação concebia que a agressividade dos alunos considerados alunos-problema agressivos e com dificuldade de aprendizagem estaria relacionada às nomeações ofertadas pela escola. Este nome, ofertado e dito ao adolescente, nos leva a investigar, como cada um se posiciona em relação a ele. A discussão sobre a criança-problema, bem como o adolescente problema e que fracassa no espaço escolar, são antigas no Brasil. Esses estudos colocavam a hereditariedade, as doenças e os aspectos da vida social como causas dos comportamentos indesejáveis e desadaptados ao ambiente escolar que, na atualidade, ainda se fazem presente na Educação, pela escola. Na escola pesquisada, ao ouvirmos os gestores, eles elaboram suas hipóteses de que a agressividade e os problemas de aprendizagem estão entrelaçados aos conflitos vividos pelos adolescentes dentro de seus lares. Definindo como metodologia de trabalho o uso da Conversação, procuramos compreender o que os adolescentes tinham a dizer sobre a agressividade vivida no espaço escolar. A Conversação é um dos dispositivos da Pesquisa-Intervenção de Orientação Psicanalítica que abre espaço para a circulação da palavra em grupo, mas não no formato de uma enunciação coletiva. Ela propõe uma associação livre coletivizada da qual esperamos certo efeito de saber. Os adolescentes, na Conversação, nos apresentam uma solicitação em grupo um arranjo grupal para lidar com esse mal-estar via palavra e atos. Eles não são como concebem os gestores, os alunos agressivos, briguentos, indisciplinados. Nas palavras dos adolescentes, eles são os atentados, os valentes, os agredidos e os humilhados. Eles estão atentos às diferenças entre os professores folgados e professores humildes, aos injustiçados e oprimidos e aos impasses de uma autoridade autêntica e uma autoridade autoritária. Mais adiante, emerge nas palavras de um adolescente: eu sou o exemplo. O exemplo na família e, agora, na aula do professor Z. Nas Conversações, colhemos os tesouros que emergem das palavras dos adolescentes, quando se possibilita um espaço para uma saída singular. Uma saída que considere suas contingências, o aluno como Um. |
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Raquel Martins de AssisAna Lydia Bezerra SantiagoMaria José Gontijo SalumMarcia Regina de Mesquita2019-08-14T09:37:11Z2019-08-14T09:37:11Z2014-02-28http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9JFJJMEste trabalho tem como referencial teórico a Psicanálise e procura investigar, na escola, o que os adolescentes têm a dizer sobre a agressividade vivida dentro dela. A primeira hipótese levantada para realização da investigação concebia que a agressividade dos alunos considerados alunos-problema agressivos e com dificuldade de aprendizagem estaria relacionada às nomeações ofertadas pela escola. Este nome, ofertado e dito ao adolescente, nos leva a investigar, como cada um se posiciona em relação a ele. A discussão sobre a criança-problema, bem como o adolescente problema e que fracassa no espaço escolar, são antigas no Brasil. Esses estudos colocavam a hereditariedade, as doenças e os aspectos da vida social como causas dos comportamentos indesejáveis e desadaptados ao ambiente escolar que, na atualidade, ainda se fazem presente na Educação, pela escola. Na escola pesquisada, ao ouvirmos os gestores, eles elaboram suas hipóteses de que a agressividade e os problemas de aprendizagem estão entrelaçados aos conflitos vividos pelos adolescentes dentro de seus lares. Definindo como metodologia de trabalho o uso da Conversação, procuramos compreender o que os adolescentes tinham a dizer sobre a agressividade vivida no espaço escolar. A Conversação é um dos dispositivos da Pesquisa-Intervenção de Orientação Psicanalítica que abre espaço para a circulação da palavra em grupo, mas não no formato de uma enunciação coletiva. Ela propõe uma associação livre coletivizada da qual esperamos certo efeito de saber. Os adolescentes, na Conversação, nos apresentam uma solicitação em grupo um arranjo grupal para lidar com esse mal-estar via palavra e atos. Eles não são como concebem os gestores, os alunos agressivos, briguentos, indisciplinados. Nas palavras dos adolescentes, eles são os atentados, os valentes, os agredidos e os humilhados. Eles estão atentos às diferenças entre os professores folgados e professores humildes, aos injustiçados e oprimidos e aos impasses de uma autoridade autêntica e uma autoridade autoritária. Mais adiante, emerge nas palavras de um adolescente: eu sou o exemplo. O exemplo na família e, agora, na aula do professor Z. Nas Conversações, colhemos os tesouros que emergem das palavras dos adolescentes, quando se possibilita um espaço para uma saída singular. Uma saída que considere suas contingências, o aluno como Um.Having Psychoanalysis as a theoretical framework, this study intends to investigate what teenagers have to say about the aggressiveness they experience at the school environment. The first hypothesis raised to guide the research stated that: the aggressiveness of the students labeled problem-students aggressive, and presenting learning difficulties could be related to the labels the school gives them. Such labels, given and said to the adolescent, led us to investigate how each student stands in relation to it. For many years, in Brazil, there has been a discussion regarding the problem-child, as well as the problem-adolescent who fails at the school environment. These studies put heredity, diseases, and aspects of social life as the causes of behaviors that are undesired and inadequate to the school environment behaviors that are still a part of school Education. When we heard the managing board at the school where the research took place, they hypothesized that the aggressiveness and the learning difficulties are intertwined to the conflicts experienced by the teenagers at home. After the use of conversation was defined as our research methodology, we listened and tried to understand what the teenagers said about the aggressiveness experienced at the school environment. The Conversational approach is one of the resources of the Psychoanalytic Intervention Research Orientation that allows for a free talk in a group, still not in a collective enunciation format. This approach suggests a collectivized free association from which we hope to obtain certain knowledge effect. During Conversation, the teenagers presented to us a request of the group a group arrangement to deal with the discomfort through word and acts. They are not, as the school managing board think of them, aggressive, quarrelsome, and unruly. In their own words, they are the pesters, the jumpy, the troublemakers, and the humiliated ones. They are aware of the differences between the teachers who are lazy and teachers who are humble, the wronged ones and the oppressed ones. They are also attentive to the impasse between a real authority and an authoritarian authority. Later on, we hear from the words of a teenager: I am the example. He is the example at his family environment and, now, at professors Z classes. During Conversation, we harvested the treasures that emerged from the words of the teenagers when they are given a space for an unexploited solution. A solution that considers their contingencies, the student as One.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPsicanáliseEscolasAdolescentes Aspectos sociais Psicologia educacionalAgressividade (Psicologia)Psicanálise aplicadaConversaçãoAgressividadeAdolescentesEscolaAlunos-problemaUma experiência de conversação com adolescentes agressivos no espaço escolar: o que eles dizem?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserterta__o_m_rcia_mesquita_mar_o_de_2014.pdfapplication/pdf619759https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9JFJJM/1/disserterta__o_m_rcia_mesquita_mar_o_de_2014.pdfef1616266bfe43ec817bffec5c3fb6b0MD51TEXTdisserterta__o_m_rcia_mesquita_mar_o_de_2014.pdf.txtdisserterta__o_m_rcia_mesquita_mar_o_de_2014.pdf.txtExtracted texttext/plain295103https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9JFJJM/2/disserterta__o_m_rcia_mesquita_mar_o_de_2014.pdf.txtaba3e2744e7e525fac7a3ab1048feb9fMD521843/BUOS-9JFJJM2019-11-14 17:15:16.802oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9JFJJMRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T20:15:16Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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