O nome-do-pai em Jacques Lacan : declinações e negatividade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marcelo Fonseca Gomes de Souza
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/46613
Resumo: O presente trabalho objetiva circunscrever o conceito de Nome-do-Pai servindo-se, para isso, de duas vias complementares: a declinação e a negatividade. O primeiro termo – declinação – destaca a existência, ao longo do percurso do ensino de Lacan, de modificações referentes ao modo como este operador é concebido, bem como as principais injunções teóricas e clínicas às quais estas transformações respondem. Já o segundo termo - negatividade - é extraído de uma estratégia de leitura da dialética hegeliana e não apenas assinala uma dimensão do conceito que permanece constante durante a obra, como também autoriza uma reflexão sobre as balizas éticas que sustentam a práxis psicanalítica. A partir deste recorte metodológico, definimos dois diferentes eixos de pesquisa, que estruturam esta tese: (i) o primeiro diz respeito à delimitação da gênese do conceito de Nome-do-Pai, bem como o destaque conferido à centralidade deste significante na composição do programa lacaniano de retorno a Freud, desenvolvido, sobretudo, ao longo da década de 1950. O Nome-do-Pai é, aí, definido como um significante de exceção, suporte necessário para a transmissão da lei primordial e universal da cultura – a lei da interdição do incesto. Ele fundamenta, ademais, a coerência e consistência da estrutura simbólica, bem como se impõe como o ponto de ancoragem para a orientação do desejo, uma vez que se encontra - tal como a fórmula da metáfora paterna notadamente formaliza - conjugado com o símbolo fálico. Nesta primeira declinação, relacionamos o caráter negativo do Nome-do-Pai com a castração, ou seja, com a verificação, no campo do Outro, da inexistência de uma representação adequada do sexual, bem como com a sua impossibilidade de fornecer um objeto derradeiro para o desejo. O dispositivo clínico, pensado a partir desta trama conceitual, deve ter como telos o delineamento de uma estratégia que visa, justamente, a subjetivação da falta. (ii) Já o segundo eixo está relacionado com as consequências provenientes da introdução do conceito de objeto a na teoria psicanalítica, dentre as quais podem ser citadas: (a) a concepção de que a estrutura simbólica é incompleta e inconsistente, visto que, no limite êxtimo de seu escopo regulatório, é possível pressupor a existência de um resto real, não integralizado pelo significante; (b) a reintrodução, no interior do ensino lacaniano, de uma discussão meticulosa relativa às vicissitudes do corpo pulsional; (c) o acirramento do debate em torno do negativo na clínica psicanalítica, o que nos levou em direção à noção de ontologia negativa e a uma orientação da prática voltada para a possibilidade do acolhimento das experiências produtivas de indeterminação; e (d) a pluralização dos nomes do pai, que aparece tanto, por um lado, a partir da observação das múltiplas ficções criadas pelos sujeitos em torno da tentativa de contornarem a perda de gozo intrínseca à inserção na linguagem, quanto, por outro lado, surge como suporte topológico que torna possível o enodamento entre o desejo e o gozo.
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Já o segundo termo - negatividade - é extraído de uma estratégia de leitura da dialética hegeliana e não apenas assinala uma dimensão do conceito que permanece constante durante a obra, como também autoriza uma reflexão sobre as balizas éticas que sustentam a práxis psicanalítica. A partir deste recorte metodológico, definimos dois diferentes eixos de pesquisa, que estruturam esta tese: (i) o primeiro diz respeito à delimitação da gênese do conceito de Nome-do-Pai, bem como o destaque conferido à centralidade deste significante na composição do programa lacaniano de retorno a Freud, desenvolvido, sobretudo, ao longo da década de 1950. O Nome-do-Pai é, aí, definido como um significante de exceção, suporte necessário para a transmissão da lei primordial e universal da cultura – a lei da interdição do incesto. Ele fundamenta, ademais, a coerência e consistência da estrutura simbólica, bem como se impõe como o ponto de ancoragem para a orientação do desejo, uma vez que se encontra - tal como a fórmula da metáfora paterna notadamente formaliza - conjugado com o símbolo fálico. Nesta primeira declinação, relacionamos o caráter negativo do Nome-do-Pai com a castração, ou seja, com a verificação, no campo do Outro, da inexistência de uma representação adequada do sexual, bem como com a sua impossibilidade de fornecer um objeto derradeiro para o desejo. O dispositivo clínico, pensado a partir desta trama conceitual, deve ter como telos o delineamento de uma estratégia que visa, justamente, a subjetivação da falta. (ii) Já o segundo eixo está relacionado com as consequências provenientes da introdução do conceito de objeto a na teoria psicanalítica, dentre as quais podem ser citadas: (a) a concepção de que a estrutura simbólica é incompleta e inconsistente, visto que, no limite êxtimo de seu escopo regulatório, é possível pressupor a existência de um resto real, não integralizado pelo significante; (b) a reintrodução, no interior do ensino lacaniano, de uma discussão meticulosa relativa às vicissitudes do corpo pulsional; (c) o acirramento do debate em torno do negativo na clínica psicanalítica, o que nos levou em direção à noção de ontologia negativa e a uma orientação da prática voltada para a possibilidade do acolhimento das experiências produtivas de indeterminação; e (d) a pluralização dos nomes do pai, que aparece tanto, por um lado, a partir da observação das múltiplas ficções criadas pelos sujeitos em torno da tentativa de contornarem a perda de gozo intrínseca à inserção na linguagem, quanto, por outro lado, surge como suporte topológico que torna possível o enodamento entre o desejo e o gozo.This research aims to circumscribe the concept Name-of-the-Father serving up to it, in two complementary ways: the decline and negativity. The first term - Declination - highlights the existence, throughout Lacan's teaching, showing changes relating to the way this operator is designed, as well as a major theoretical and clinical injunctions to which these transformations respond. The second term - negativity - is extracted from a reading strategy of the Hegelian dialectic and not only marks a dimension of the concept that remains constant during the work, but also allows a reflection on the ethical goals that support the psychoanalytic practice. From this methodological approach, we define two different lines of research, structuring this thesis: (i) the first concerns the delimitation of the genesis of the concept Name-of-the-Father, and the emphasis on the centrality of this significant in the composition of Lacanian program that returns to Freud, developed especially during the decade of 1950. The Name-of-the-Father is, then, defined as a significant exception, a necessary support for the transmission of primordial and universal law of culture - the law of the prohibition of incest. It is based, moreover, on the coherence and consistency of the symbolic structure and imposes itself as the anchor point for the orientation of desire as it is -as the formula of the paternal metaphor notably formalized - in conjunction with phallic symbol. In this first declination, we relate the negativity character Name-of-the-Father with castration, that is, checking in the field of the Other, the lack of adequate representation of the sexual as well as their inability to provide a final object to desire. The clinical device thought from this conceptual plot, must have as its telos the design of a strategy aimed at precisely the subjectivity of the fault. (ii) The second axis is related to the impact from the introduction of the concept of the object in psychoanalytic theory, among which may be cited: (a) the design of the symbolic structure is incomplete and inconsistent, since, in „extime‟ limit of its regulatory scope, it can be assumed that there is a real rest, not paid by the signifier; (b) the reintroduction, into the Lacanian school, a thorough discussion on the vicissitudes of the instinctual body; (c) the intensification of the debate on the negativity in the psychoanalytic treatment, which led us toward the negativity ontology of sense and the guidance of dedicated practice to the possibility of hosting the productive experiences of indeterminacy; and (d) pluralization of the parent names, wich appears both, in one hand, from the observation of the subject created by the multiple fictions around the attempt to circumvent intrinsic loss of enjoyment of their insertion into the language, as the other hand, appears as a topological support that makes it possible to enlance joy and desire.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIAPsicologia - TesesPsicanálise lacaniana - TesesPsicanálise - TesesNome-do-PaiNluralização dos nomes do paiObjeto aDeclinaçãoNegatividadeO nome-do-pai em Jacques Lacan : declinações e negatividadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALO Nome do Pai em Jacques Lacan - declinações e negatividade Marcelo Fonseca Gomes de Souza.pdfO Nome do Pai em Jacques Lacan - declinações e negatividade Marcelo Fonseca Gomes de Souza.pdfapplication/pdf2305875https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46613/1/O%20Nome%20do%20Pai%20em%20Jacques%20Lacan%20-%20declina%c3%a7%c3%b5es%20e%20negatividade%20Marcelo%20Fonseca%20Gomes%20de%20Souza.pdf26f9464a720dbb99305ab470dcad2be0MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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