Recuperação tardia da trabeculectomia através do agulhamento comMitomicina C
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/ECJS-84JJM6 |
Resumo: | OBJETIVOS: Avaliar a eficácia e a segurança do agulhamento com mitomicina C (MMC) na recuperação tardia da trabeculectomia, identificar os fatores associados a seu sucesso e estudar seus efeitos sobre o endotélio corneano. MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa consta de três trabalhos prospectivos. Para o primeiro e o segundo trabalho foram selecionados 125 olhos de 98 pacientes portadores de glaucoma sem controle adequado. Todos haviam sido submetidos apelo menos uma trabeculectomia e apresentavam a bolsa fistulante plana e o óstio interno pérvio à gonioscopia. O agulhamento associado à injeção subconjuntival de 8 µg de mitomicina C foi realizado no bloco cirúrgico, pela mesma cirurgiã, e repetido quando necessário. Para o terceiro trabalho, foram selecionados 42 olhos de 36 pacientes para que tivessem o endotélio corneano estudado e monitorizado antes e depois do agulhamento. A espessura corneana central (ECC) foi avaliada através da paquimetria ultra-sônica antes do agulhamento e após uma semana, 1, 3, 6 e 12 meses. A contagem endotelial foi realizada com microscópio especular de não contato antes do agulhamento e após 1, 6 e 12 meses. RESULTADOS: Foram realizados 186 agulhamentos nos 125 olhos (média de 1,49 ± 0,64 agulhamentos por olho). Setenta e três olhos (58,4%) foram submetidos a um agulhamento, 44 olhos (35,2%) a dois, sete olhos (5,6%) a três e um olho (0,8%) foi submetido a quatro agulhamentos. O fluxo foi restabelecido em 115 olhos (92%), nos quais obteve-se uma bolsa fistulante elevada. Após um seguimento médio de20,80 ± 11,96 meses, a pressão intraocular (PIO) média caiu de 20,07 ± 5,20 mmHg no pré-operatório para 13,15 mmHg ± 6,77 mmHg (p < 0,001), e o número médio de medicações hipotensoras por olho caiu de 2,35 ± 1,14 antes do agulhamento para 0,78 ± 1,30 (p < 0,001) na última consulta. A taxa global de sucesso (PIO = 16 mmHg) foi de 76% (58,4% sem medicação e 17,6% com o auxílio de medicações hipotensoras). As complicações incluíram hifema discreto (25,8%), câmara anterior rasa (18,3%), descolamento seroso da coróide (15,6%), extravasamento de humor aquoso pelo orifício de entrada da agulha (8,6%) e bolsa encapsulada (7,5%). A maioria das complicações foi leve e transitória, sem necessidade de tratamento. A principal variável associada ao sucesso foi a PIO baixa antes do agulhamento (p < 0,001). O sucesso também foi correlacionado a uma PIO baixa no primeiro dia apóso agulhamento (p = 0,005), um maior intervalo de tempo entre a trabeculectomia e o agulhamento (p = 0,030) e à idade (p = 0,050; significância limítrofe), sendo que quanto mais idoso o paciente, maior sua chance de sucesso. Observou-se maior tendência ao sucesso também nos pacientes brancos, em olhos pseudofácicos e em olhos com trabeculectomias de base fórnice. Não houve diferença estatisticamente significativa entre as medidas da ECC e da contagem endotelial antes e após o agulhamento, durante todo o primeiro ano de acompanhamento. CONCLUSÕES: O agulhamento com MMC é eficaz na recuperação de bolsas fistulantes falidas e planas, proporcionando um bom controle da PIO, mesmo quando realizado anos após a trabeculectomia. Com relação às complicações, o procedimento é relativamente seguro e parece não afetar o endotélio corneano. Maiores taxas de sucesso foram alcançadas em olhos com menor PIO préoperatória, menor PIO no primeiro dia após o agulhamento, maior intervalo de tempo entre a trabeculectomia e o agulhamento e em pacientes mais idosos. |
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Sebastiao Cronemberger SobrinhoNassim da Silveira CalixtoHomero Gusmao de AlmeidaAngelo Ferreira PassosCarlos Akira OmiHeloisa Andrade Maestrini2019-08-11T21:00:42Z2019-08-11T21:00:42Z2009-12-18http://hdl.handle.net/1843/ECJS-84JJM6OBJETIVOS: Avaliar a eficácia e a segurança do agulhamento com mitomicina C (MMC) na recuperação tardia da trabeculectomia, identificar os fatores associados a seu sucesso e estudar seus efeitos sobre o endotélio corneano. MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa consta de três trabalhos prospectivos. Para o primeiro e o segundo trabalho foram selecionados 125 olhos de 98 pacientes portadores de glaucoma sem controle adequado. Todos haviam sido submetidos apelo menos uma trabeculectomia e apresentavam a bolsa fistulante plana e o óstio interno pérvio à gonioscopia. O agulhamento associado à injeção subconjuntival de 8 µg de mitomicina C foi realizado no bloco cirúrgico, pela mesma cirurgiã, e repetido quando necessário. Para o terceiro trabalho, foram selecionados 42 olhos de 36 pacientes para que tivessem o endotélio corneano estudado e monitorizado antes e depois do agulhamento. A espessura corneana central (ECC) foi avaliada através da paquimetria ultra-sônica antes do agulhamento e após uma semana, 1, 3, 6 e 12 meses. A contagem endotelial foi realizada com microscópio especular de não contato antes do agulhamento e após 1, 6 e 12 meses. RESULTADOS: Foram realizados 186 agulhamentos nos 125 olhos (média de 1,49 ± 0,64 agulhamentos por olho). Setenta e três olhos (58,4%) foram submetidos a um agulhamento, 44 olhos (35,2%) a dois, sete olhos (5,6%) a três e um olho (0,8%) foi submetido a quatro agulhamentos. O fluxo foi restabelecido em 115 olhos (92%), nos quais obteve-se uma bolsa fistulante elevada. Após um seguimento médio de20,80 ± 11,96 meses, a pressão intraocular (PIO) média caiu de 20,07 ± 5,20 mmHg no pré-operatório para 13,15 mmHg ± 6,77 mmHg (p < 0,001), e o número médio de medicações hipotensoras por olho caiu de 2,35 ± 1,14 antes do agulhamento para 0,78 ± 1,30 (p < 0,001) na última consulta. A taxa global de sucesso (PIO = 16 mmHg) foi de 76% (58,4% sem medicação e 17,6% com o auxílio de medicações hipotensoras). As complicações incluíram hifema discreto (25,8%), câmara anterior rasa (18,3%), descolamento seroso da coróide (15,6%), extravasamento de humor aquoso pelo orifício de entrada da agulha (8,6%) e bolsa encapsulada (7,5%). A maioria das complicações foi leve e transitória, sem necessidade de tratamento. A principal variável associada ao sucesso foi a PIO baixa antes do agulhamento (p < 0,001). O sucesso também foi correlacionado a uma PIO baixa no primeiro dia apóso agulhamento (p = 0,005), um maior intervalo de tempo entre a trabeculectomia e o agulhamento (p = 0,030) e à idade (p = 0,050; significância limítrofe), sendo que quanto mais idoso o paciente, maior sua chance de sucesso. Observou-se maior tendência ao sucesso também nos pacientes brancos, em olhos pseudofácicos e em olhos com trabeculectomias de base fórnice. Não houve diferença estatisticamente significativa entre as medidas da ECC e da contagem endotelial antes e após o agulhamento, durante todo o primeiro ano de acompanhamento. CONCLUSÕES: O agulhamento com MMC é eficaz na recuperação de bolsas fistulantes falidas e planas, proporcionando um bom controle da PIO, mesmo quando realizado anos após a trabeculectomia. Com relação às complicações, o procedimento é relativamente seguro e parece não afetar o endotélio corneano. Maiores taxas de sucesso foram alcançadas em olhos com menor PIO préoperatória, menor PIO no primeiro dia após o agulhamento, maior intervalo de tempo entre a trabeculectomia e o agulhamento e em pacientes mais idosos.OBJECTIVES: To asses the efficacy and safety of needle revision with mitomycin C (MMC) in reviving failed filtering blebs during the late postoperative period, to identify factors associated with success, and to study its effect on the corneal endothelium. MATERIAL AND METHODS: This research consists of three prospective studies. The first and second studies investigated 125 eyes from 98 patients with uncontrolled glaucoma. All had at least one failed trabeculectomy, a flat filtering bleb, and a patent internal ostium on gonioscopy. Needle revision with subconjunctival injection of 8 µg of MMC was performed in the operating room, by a single surgeon, and repeated if necessary. The third paper included 42 eyes of 36 patients to study the corneal endothelium before and after needle revision. Central corneal thickness (CCT) was measured by ultrasonic pachymetry preoperatively and 1 week and 1, 3, 6, and 12 months after revision. Corneal endothelial cell density was measured with a noncontact specular microscope preoperatively and after 1, 6, and 12 months. RESULTS: Overall, 186 needling procedures were performed on 125 eyes (mean 1.49 ± 0.64 procedures per eye). Seventy-three eyes (58.4%) were needled once, 44 (35.2%) were needled twice, seven (5.6%) were needled three times, and one (0.8%) was needled four times. We reestablished aqueous flow and obtained a raised bleb in 115 eyes (92%). After an average follow-up of 20.80 ± 11.96 months, mean IOP decreased from 20.07 ± 5.20 mmHg preoperatively to 13.15 ± 6.77 mmHg (P < 0.001), and the mean number of hypotensive medications per eye decreased from 2.35 ± 1.14 at baseline to 0.78 ± 1.30 (P < 0.001) at the latest visit. The overall success rate (IOP = 16 mmHg) was 76% (58.4% without medication and 17.6% with hypotensive medications). Complications included mild hyphema (25.8%), shallow anterior chamber (18.3%), serous choroidal detachment (15.6%), bleb leakage (8.6%), and encapsulated bleb (7.5%). Most complications were minor, transient, and required no treatment. The most important variable associated with success was a lower pre-needling IOP (P < 0.001). Successful outcomes also correlated significantly with a lower IOP on the first postoperative day (P = 0.005), a longer time between trabeculectomy and needling (P = 0.030), and older age (P = 0.050; borderline significance). The success rates tended to be greater in whites, pseudophakic eyes, and in eyes with a previous fornix-based trabeculectomy. There was no statistically significant difference between preoperative and postoperative CCT and endothelialcell density during the first year of follow-up. CONCLUSIONS: Needle revision with adjunctive MMC is effective for reviving flat filtering blebs and controlling IOP, even several years after the original trabeculectomy, and seems to be safe for the corneal endothelium. Complications were minor and transient. Higher success rates were achieved in eyes with lowerpre-needling IOP, lower IOP on the first postoperative day, longer interval between trabeculectomy and needling, and in older patients.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGGlaucomaMitomicina C/administração & dosagemReoperaçãoTrabeculectomiaMitomicina C/uso terapêuticoEstudos prospectivosOftalmologiaEpitélio posteriorGlaucomaReoperaçãoTrabeculectomiaMitomicina c/ uso terapêuticoEpitélio posteriorMitomicina c/ administração e dosagemRecuperação tardia da trabeculectomia através do agulhamento comMitomicina Cinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALheloisa_andrade_maestrini.pdfapplication/pdf3208930https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-84JJM6/1/heloisa_andrade_maestrini.pdf488599d28ae11a5caf2f953e1ac81107MD51TEXTheloisa_andrade_maestrini.pdf.txtheloisa_andrade_maestrini.pdf.txtExtracted texttext/plain159279https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-84JJM6/2/heloisa_andrade_maestrini.pdf.txtbea4d57e7e66f304db7bbefd6044f151MD521843/ECJS-84JJM62019-11-14 10:14:09.183oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-84JJM6Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:14:09Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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OBJETIVOS: Avaliar a eficácia e a segurança do agulhamento com mitomicina C (MMC) na recuperação tardia da trabeculectomia, identificar os fatores associados a seu sucesso e estudar seus efeitos sobre o endotélio corneano. MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa consta de três trabalhos prospectivos. Para o primeiro e o segundo trabalho foram selecionados 125 olhos de 98 pacientes portadores de glaucoma sem controle adequado. Todos haviam sido submetidos apelo menos uma trabeculectomia e apresentavam a bolsa fistulante plana e o óstio interno pérvio à gonioscopia. O agulhamento associado à injeção subconjuntival de 8 µg de mitomicina C foi realizado no bloco cirúrgico, pela mesma cirurgiã, e repetido quando necessário. Para o terceiro trabalho, foram selecionados 42 olhos de 36 pacientes para que tivessem o endotélio corneano estudado e monitorizado antes e depois do agulhamento. A espessura corneana central (ECC) foi avaliada através da paquimetria ultra-sônica antes do agulhamento e após uma semana, 1, 3, 6 e 12 meses. A contagem endotelial foi realizada com microscópio especular de não contato antes do agulhamento e após 1, 6 e 12 meses. RESULTADOS: Foram realizados 186 agulhamentos nos 125 olhos (média de 1,49 ± 0,64 agulhamentos por olho). Setenta e três olhos (58,4%) foram submetidos a um agulhamento, 44 olhos (35,2%) a dois, sete olhos (5,6%) a três e um olho (0,8%) foi submetido a quatro agulhamentos. O fluxo foi restabelecido em 115 olhos (92%), nos quais obteve-se uma bolsa fistulante elevada. Após um seguimento médio de20,80 ± 11,96 meses, a pressão intraocular (PIO) média caiu de 20,07 ± 5,20 mmHg no pré-operatório para 13,15 mmHg ± 6,77 mmHg (p < 0,001), e o número médio de medicações hipotensoras por olho caiu de 2,35 ± 1,14 antes do agulhamento para 0,78 ± 1,30 (p < 0,001) na última consulta. A taxa global de sucesso (PIO = 16 mmHg) foi de 76% (58,4% sem medicação e 17,6% com o auxílio de medicações hipotensoras). As complicações incluíram hifema discreto (25,8%), câmara anterior rasa (18,3%), descolamento seroso da coróide (15,6%), extravasamento de humor aquoso pelo orifício de entrada da agulha (8,6%) e bolsa encapsulada (7,5%). A maioria das complicações foi leve e transitória, sem necessidade de tratamento. A principal variável associada ao sucesso foi a PIO baixa antes do agulhamento (p < 0,001). O sucesso também foi correlacionado a uma PIO baixa no primeiro dia apóso agulhamento (p = 0,005), um maior intervalo de tempo entre a trabeculectomia e o agulhamento (p = 0,030) e à idade (p = 0,050; significância limítrofe), sendo que quanto mais idoso o paciente, maior sua chance de sucesso. Observou-se maior tendência ao sucesso também nos pacientes brancos, em olhos pseudofácicos e em olhos com trabeculectomias de base fórnice. Não houve diferença estatisticamente significativa entre as medidas da ECC e da contagem endotelial antes e após o agulhamento, durante todo o primeiro ano de acompanhamento. CONCLUSÕES: O agulhamento com MMC é eficaz na recuperação de bolsas fistulantes falidas e planas, proporcionando um bom controle da PIO, mesmo quando realizado anos após a trabeculectomia. Com relação às complicações, o procedimento é relativamente seguro e parece não afetar o endotélio corneano. Maiores taxas de sucesso foram alcançadas em olhos com menor PIO préoperatória, menor PIO no primeiro dia após o agulhamento, maior intervalo de tempo entre a trabeculectomia e o agulhamento e em pacientes mais idosos. |
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