Recuperação de pasto, associada à produção de silagem de sorgo e madeira, em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta

• Autor(a) principal: Fabiana Lopes Ramos de Oliveira
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/NCAP-8QSFZZ
• topic: Consórcio; Sistemas agrossilvipastoris; Eucalyptus sp; Silagem Shorgum; Acácia mangium; Sombreamento; Ciências Agrárias

Os sistemas de Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) vêm se destacando como uma alternativa à recuperação de pastagens degradadas no âmbito ecológico. Na região do norte de Minas Gerais a situação das pastagens não se difere muito do que se observa no país, sendo comumente encontradas pastagens em típica situação de degradação. Diante da importância da busca de alternativas para a recuperação e renovação de pastagens degradadas nessa região, bem como, para o restante do país, e da necessidade de conhecer o real potencial da ILPF na renovação destas áreas e alternativas para a alimentação do gado diante da escassez de alimentos na época da seca, foram realizados três experimentos. Os ensaios foram realizados com intuito de avaliar: 1 - a produtividade de sorgo forrageiro, gramíneas forrageiras perenes e estilosantes; 2 - a produção de árvores de eucalipto clonal (Eucalyptus grandis Hill ex Maiden x E. urophylla ST Blake) e acácia (Acacia mangium Willd.) quando cultivados na ILPF; e 3 - as características fermentativas da silagem de sorgo adicionadas de diferentes porcentagens de forrageiras. Os experimentos foram conduzidos em uma área de ILPF estabelecida há 11 meses, localizado no Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, em Montes Claros - MG. Testaram-se três espécies de gramíneas forrageiras em consórcio com sorgo e eucalipto ou sorgo e eucalipto + acácia: Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich) Stapf cv. Marandu, Brachiaria decumbens Stapf., cv. Basilisk e Panicum maximum Jacq., cv. Tanzânia, cultivados ou não, em consórcio com estilosantes (Stylosanthes capitata Vog. + S. macrocephala M.B. Ferr. et Sousa Cost, cv. Campo Grande). As semeaduras do sorgo e das forrageiras foram realizadas em janeiro de 2010, em sistema de plantio direto. O espaçamento do sorgo foi de 0,5 m entre fileiras e as forrageiras semeadas a lanço, respeitando-se 1,0 m de distância das plantas arbóreas nas parcelas consorciadas e colhido aos 98 dias após semeadura (DAS). As árvores de eucalipto e acácia tinham 11 meses de idade com alturas médias de 3,83 m e 2,47 m, respectivamente, e foram cultivadas no espaçamento 10 x 2 m, nas parcelas consorciadas da ILPF e também estabelecidos em monocultivo no espaçamento 3 x 2 m. As características de produtividade do sorgo e das forrageiras perenes foram obtidas na época de colheita, aos 98 DAS, e o crescimento e produtividade das árvores foram mensuradas aos 13, 18 e 25 meses após o transplantio. O eucalipto, acácia e as espécies forrageiras não influenciaram a produtividade de sorgo para silagem, porém o estabelecimento da pastagem foi comprometido, devido diminuição do estande de forrageiras avaliado aos 30 e 98 dias após a semeadura. A proximidade com as árvores e a competição imposta por esse componente diminuiu o crescimento das plantas de sorgo. Em relação aos componentes arbóreos, observou-se que o crescimento em altura de eucalipto foi influenciado pelo consórcio com acácia nos arranjos estudados na ILPF, porém o diâmetro na altura do peito não foi influenciado pelos arranjos. O arranjo das espécies de eucalipto e acácia consorciados na mesma linha de plantio tem volumes por hectare, e incrementos médios anuais aos 25 meses de idade semelhantes ao observado no arranjo utilizando apenas eucalipto nas linhas de plantio da ILPF. Na avaliação das características bromatológicas da silagem de sorgo, com adição de 15 e 25% de capim-marandu e capim-tanzânia na porcentagem de matéria verde total de sorgo cultivado na ILPF, colhido aos 98 dias após semeadura, obteve-se que a adição de capim-marandu e capim-tanzânia diminue a qualidade das silagens de sorgo produzidas, em função da maior proporção de fibra desses capins; diminui os teores de proteína, principalmente, em razão do aumento do teor proteína associada à porção indisponível do nitrogênio. O incremento dos capins produziu silagens com valores mais elevados de pH, mas os teores de nitrogênio amoniacal e nitrogênio insolúvel em detergente ácido obtidos são indicativos de silagens bem conservadas. Assim, a ensilagem de sorgo com até 25% de capim-marandu ou capim-tanzânia, porcentagens comuns em áreas de integração lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, reduz a qualidade da silagem produzida, porém, não inviabiliza sua produção e seu uso na alimentação animal.