Mobilidade de rendimentos no Brasil: uma análise a partir dos dados cross-section e longitudinais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mariangela Furlan Antigo
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/AMSA-8BCK2B
Resumo: As análises existentes sobre a recente queda da desigualdade de rendimentos no Brasil mostram que essa caiu contínua e substancialmente entre 2001 e 2005, mas ainda permanece muito alta. Diante destes resultados favoráveis, colocam-se questões pertinentes à mobilidade de rendimentos. Esta tese tem, assim, por principal objetivo, analisar a mobilidade de rendimentos no Brasil, considerando o período anterior e posterior à queda da desigualdade de renda do país. Para que a distribuição de renda seja mais desconcentrada é preciso que haja um ganho para aqueles situados na base da pirâmide. Dado a heterogeneidade nos subgrupos de renda brasileira, avaliam-se como fatores individuais, do posto de trabalho e de cunho institucional, além das condições macroeconômicas, explicam a mobilidade nos diferentes estratos. Uma mobilidade ascendente na base da distribuição pode sustentar uma maior equalização dos rendimentos ao longo do tempo se os fatores individuais se sobrepõem aos macroeconômicos. Um estudo da mobilidade de longo prazo é realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), entre 1993 e 2007. O exercício empírico é realizado por meio de um pseudo-painel dinâmico e pelo modelo de idade-período-coorte. Para mensurar a mobilidade ao longo dos quantis da distribuição de renda, recorre-se ao método das regressões quantílicas, por meio dos dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), entre 1992 e 2009. A principal contribuição deste trabalho é, portanto, detectar uma possível relação entre a mobilidade e a desigualdade de rendimentos no Brasil e os fatores que levem a uma distribuição mais desconcentrada ao longo do tempo. Os resultados mostram que a queda da desigualdade foi acompanhada por uma maior mobilidade de rendimentos, sobretudo do trabalho principal, a partir de 2001. As variáveis de educação e de salário mínimo têm um papel chave para explicar a mobilidade dos mais pobres. Este resultado é muito importante quando se considera o impacto sobre a incerteza e sobre a restrição orçamentária destes indivíduos, pois tendem a agir no sentido de uma ruptura com o círculo vicioso da pobreza a que estão sujeitos. Nesse sentido, a distribuição de renda Brasil ao longo do tempo tende a se tornar mais equalizada.
id UFMG_811456b33dfe673a1b057990098c23a2
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/AMSA-8BCK2B
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Ana Flavia MachadoAna Maria Hermeto Camilo de OliveiraFlavia Lucia Chein FeresSERGIO PINHEIRO FIRPORAFAEL GUERREIRO OSORIOMariangela Furlan Antigo2019-08-10T20:09:19Z2019-08-10T20:09:19Z2010-03-05http://hdl.handle.net/1843/AMSA-8BCK2BAs análises existentes sobre a recente queda da desigualdade de rendimentos no Brasil mostram que essa caiu contínua e substancialmente entre 2001 e 2005, mas ainda permanece muito alta. Diante destes resultados favoráveis, colocam-se questões pertinentes à mobilidade de rendimentos. Esta tese tem, assim, por principal objetivo, analisar a mobilidade de rendimentos no Brasil, considerando o período anterior e posterior à queda da desigualdade de renda do país. Para que a distribuição de renda seja mais desconcentrada é preciso que haja um ganho para aqueles situados na base da pirâmide. Dado a heterogeneidade nos subgrupos de renda brasileira, avaliam-se como fatores individuais, do posto de trabalho e de cunho institucional, além das condições macroeconômicas, explicam a mobilidade nos diferentes estratos. Uma mobilidade ascendente na base da distribuição pode sustentar uma maior equalização dos rendimentos ao longo do tempo se os fatores individuais se sobrepõem aos macroeconômicos. Um estudo da mobilidade de longo prazo é realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), entre 1993 e 2007. O exercício empírico é realizado por meio de um pseudo-painel dinâmico e pelo modelo de idade-período-coorte. Para mensurar a mobilidade ao longo dos quantis da distribuição de renda, recorre-se ao método das regressões quantílicas, por meio dos dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), entre 1992 e 2009. A principal contribuição deste trabalho é, portanto, detectar uma possível relação entre a mobilidade e a desigualdade de rendimentos no Brasil e os fatores que levem a uma distribuição mais desconcentrada ao longo do tempo. Os resultados mostram que a queda da desigualdade foi acompanhada por uma maior mobilidade de rendimentos, sobretudo do trabalho principal, a partir de 2001. As variáveis de educação e de salário mínimo têm um papel chave para explicar a mobilidade dos mais pobres. Este resultado é muito importante quando se considera o impacto sobre a incerteza e sobre a restrição orçamentária destes indivíduos, pois tendem a agir no sentido de uma ruptura com o círculo vicioso da pobreza a que estão sujeitos. Nesse sentido, a distribuição de renda Brasil ao longo do tempo tende a se tornar mais equalizada.The analysis concerning the recent drop in Brazilian income inequality show that it has fallen steadily and substantially between 2001 and 2005, but still remains very high. Given these favorable results, it raises relevant questions about the earnings mobility. Thus, this thesis has the main aim of analyzing the Brazilian earnings mobility, considering the period before and after the fall of income inequality. For a more decentralized income distribution there must be a relative gain for those at the base of the pyramid. Given the heterogeneity in Brazilian income groups, there is evaluated how individual and institutional factors, and also job and macroeconomic conditions, can explain the mobility in different quantiles. An upward mobility in the base of distribution can support a greater equalization of income over time if the individual factors outweigh the macroeconomic. A study of long-term mobility is made based on data from the National Household Sample Survey (PNAD) from 1993 to 2007. The empirical exercise is carried out by means of a pseudo-dynamic panel model and the age-period-cohort model. To measure mobility over the quantiles of the income distribution, we employ a quantile regression, using data from the Monthly Employment Survey (PME) between 1992-2001 and 2002-2009. Therefore, the main contribution of this paper is to detect a relationship between mobility and income inequality in Brazil and the factors that lead to a more decentralized distribution over time. The results show that the fall in inequality was accompanied by increased mobility in income, especially the main job. The variables of education and minimum wage have a key role in explaining the mobility of the poor. This result is very important when considering the impact on uncertainty and the budget constraint of these individuals because they tend to act toward a break with the vicious cycle of poverty. Accordingly, the income distribution in Brazil over time tends to become more equalized.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGRenda Distribuição BrasilMobilidade social BrasilxxxMobilidade de rendimentos no Brasil: uma análise a partir dos dados cross-section e longitudinaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmariangela_furlan_antigo_2010.pdfapplication/pdf2239587https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-8BCK2B/1/mariangela_furlan_antigo_2010.pdf0a4e280a32f188462b37d7ee7f8c004bMD51TEXTmariangela_furlan_antigo_2010.pdf.txtmariangela_furlan_antigo_2010.pdf.txtExtracted texttext/plain312033https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-8BCK2B/2/mariangela_furlan_antigo_2010.pdf.txtf372a2edbac3f3f90ae6e595037dd338MD521843/AMSA-8BCK2B2019-11-14 09:01:04.683oai:repositorio.ufmg.br:1843/AMSA-8BCK2BRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:01:04Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Mobilidade de rendimentos no Brasil: uma análise a partir dos dados cross-section e longitudinais
title Mobilidade de rendimentos no Brasil: uma análise a partir dos dados cross-section e longitudinais
spellingShingle Mobilidade de rendimentos no Brasil: uma análise a partir dos dados cross-section e longitudinais
Mariangela Furlan Antigo
xxx
Renda Distribuição Brasil
Mobilidade social Brasil
title_short Mobilidade de rendimentos no Brasil: uma análise a partir dos dados cross-section e longitudinais
title_full Mobilidade de rendimentos no Brasil: uma análise a partir dos dados cross-section e longitudinais
title_fullStr Mobilidade de rendimentos no Brasil: uma análise a partir dos dados cross-section e longitudinais
title_full_unstemmed Mobilidade de rendimentos no Brasil: uma análise a partir dos dados cross-section e longitudinais
title_sort Mobilidade de rendimentos no Brasil: uma análise a partir dos dados cross-section e longitudinais
author Mariangela Furlan Antigo
author_facet Mariangela Furlan Antigo
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Ana Flavia Machado
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Ana Maria Hermeto Camilo de Oliveira
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Flavia Lucia Chein Feres
dc.contributor.referee3.fl_str_mv SERGIO PINHEIRO FIRPO
dc.contributor.referee4.fl_str_mv RAFAEL GUERREIRO OSORIO
dc.contributor.author.fl_str_mv Mariangela Furlan Antigo
contributor_str_mv Ana Flavia Machado
Ana Maria Hermeto Camilo de Oliveira
Flavia Lucia Chein Feres
SERGIO PINHEIRO FIRPO
RAFAEL GUERREIRO OSORIO
dc.subject.por.fl_str_mv xxx
topic xxx
Renda Distribuição Brasil
Mobilidade social Brasil
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Renda Distribuição Brasil
Mobilidade social Brasil
description As análises existentes sobre a recente queda da desigualdade de rendimentos no Brasil mostram que essa caiu contínua e substancialmente entre 2001 e 2005, mas ainda permanece muito alta. Diante destes resultados favoráveis, colocam-se questões pertinentes à mobilidade de rendimentos. Esta tese tem, assim, por principal objetivo, analisar a mobilidade de rendimentos no Brasil, considerando o período anterior e posterior à queda da desigualdade de renda do país. Para que a distribuição de renda seja mais desconcentrada é preciso que haja um ganho para aqueles situados na base da pirâmide. Dado a heterogeneidade nos subgrupos de renda brasileira, avaliam-se como fatores individuais, do posto de trabalho e de cunho institucional, além das condições macroeconômicas, explicam a mobilidade nos diferentes estratos. Uma mobilidade ascendente na base da distribuição pode sustentar uma maior equalização dos rendimentos ao longo do tempo se os fatores individuais se sobrepõem aos macroeconômicos. Um estudo da mobilidade de longo prazo é realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), entre 1993 e 2007. O exercício empírico é realizado por meio de um pseudo-painel dinâmico e pelo modelo de idade-período-coorte. Para mensurar a mobilidade ao longo dos quantis da distribuição de renda, recorre-se ao método das regressões quantílicas, por meio dos dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), entre 1992 e 2009. A principal contribuição deste trabalho é, portanto, detectar uma possível relação entre a mobilidade e a desigualdade de rendimentos no Brasil e os fatores que levem a uma distribuição mais desconcentrada ao longo do tempo. Os resultados mostram que a queda da desigualdade foi acompanhada por uma maior mobilidade de rendimentos, sobretudo do trabalho principal, a partir de 2001. As variáveis de educação e de salário mínimo têm um papel chave para explicar a mobilidade dos mais pobres. Este resultado é muito importante quando se considera o impacto sobre a incerteza e sobre a restrição orçamentária destes indivíduos, pois tendem a agir no sentido de uma ruptura com o círculo vicioso da pobreza a que estão sujeitos. Nesse sentido, a distribuição de renda Brasil ao longo do tempo tende a se tornar mais equalizada.
publishDate 2010
dc.date.issued.fl_str_mv 2010-03-05
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T20:09:19Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T20:09:19Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/AMSA-8BCK2B
url http://hdl.handle.net/1843/AMSA-8BCK2B
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-8BCK2B/1/mariangela_furlan_antigo_2010.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-8BCK2B/2/mariangela_furlan_antigo_2010.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 0a4e280a32f188462b37d7ee7f8c004b
f372a2edbac3f3f90ae6e595037dd338
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801677066211426304