A análise da influência translinguística entre o PB e o inglês através da construção passiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mara Passos Guimaraes
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MGSS-A7GHHU
Resumo: Neste estudo, investigamos a existência de uma discrepância distribucional da construção passiva no português brasileiro (PB) e no inglês. Investigamos ainda se há influência translinguística da L2 para a L1 (ou transferência reversa) em relação à produção da construção em bilíngues de alta proficiência do par linguístico PB-inglês, comparada àquela dos monolíngues do PB. A construção passiva é tomada como equivalente no inglês e no PB devido à sua congruência morfossintática, embora no PB seu licenciamento pragmático seja influenciado pela existência de construções rivais para o alcance dos efeitos semântico-pragmáticos possibilitados no inglês apenas pela passiva. Este trabalho baseia-se na Gramática de Construções como proposta por Goldberg (1995) para defender a visão não-transformacional da construção passiva, assim como nos modelos de reconhecimento bilíngue de palavras e sentenças de Djikstra e Van Heuven (2002), de acesso lexical na produção de Levelt et al. (1999) e de produção bilíngue de Hartsuiker et al. (2004) para argumentar que a compreensão e a produção bilíngue sofrem influência constante de uma língua sobre a outra. Sendo atestada a existência da diferença distribucional da passiva no inglês e no PB, suspeita-se que a interação entre a L1 e a L2 na mente do bilíngue irá apresentar efeitos de facilitação ou inibição da construção, resultando em comportamentos diferentes entre bilíngues e monolíngues. Esta pesquisa lançou mão de quatro estudos para avaliar o estado da construção passiva no PB e no inglês, assim como a influência da L2 inglês sobre a produção da construção pelo bilíngue na L1 PB: uma análise de corpora de fala das duas línguas, que confirmou as suspeitas da diferença distribucional da construção; um julgamento de gramaticalidade, que mostrou que falantes do PB em geral aceitam a construção passiva com naturalidade; e duas tarefas de produção (escrita e oral), que mostraram que os bilíngues produzem mais passivas do que os monolíngues. A diferença na produção de passivas entre bilíngues e monolíngues foi atribuída à influência da L2 inglês, na qual a construção ocorre com frequência significativamente maior do que no PB.
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Este trabalho baseia-se na Gramática de Construções como proposta por Goldberg (1995) para defender a visão não-transformacional da construção passiva, assim como nos modelos de reconhecimento bilíngue de palavras e sentenças de Djikstra e Van Heuven (2002), de acesso lexical na produção de Levelt et al. (1999) e de produção bilíngue de Hartsuiker et al. (2004) para argumentar que a compreensão e a produção bilíngue sofrem influência constante de uma língua sobre a outra. Sendo atestada a existência da diferença distribucional da passiva no inglês e no PB, suspeita-se que a interação entre a L1 e a L2 na mente do bilíngue irá apresentar efeitos de facilitação ou inibição da construção, resultando em comportamentos diferentes entre bilíngues e monolíngues. Esta pesquisa lançou mão de quatro estudos para avaliar o estado da construção passiva no PB e no inglês, assim como a influência da L2 inglês sobre a produção da construção pelo bilíngue na L1 PB: uma análise de corpora de fala das duas línguas, que confirmou as suspeitas da diferença distribucional da construção; um julgamento de gramaticalidade, que mostrou que falantes do PB em geral aceitam a construção passiva com naturalidade; e duas tarefas de produção (escrita e oral), que mostraram que os bilíngues produzem mais passivas do que os monolíngues. A diferença na produção de passivas entre bilíngues e monolíngues foi atribuída à influência da L2 inglês, na qual a construção ocorre com frequência significativamente maior do que no PB.In this study, we investigated the existence of a difference in the distributional properties of the passive construction in Brazilian Portuguese (BP) and in English. We also investigated if there are crosslinguistic influences from the L2 to the L1 (also known as reverse transfer) regarding the production of the construction by high-proficiency L1 BP L2 English bilinguals, compared to that of the BP monolinguals. The passive is considered equivalent in English and BP due to its morphosyntactic correspondence, although its pragmatic licensing in BP is constrained by the existence of rival constructions that allow the semantic-pragmatic effects achieved in English only by the passive construction. This research finds support on the Construction Grammar (Goldberg, 1995) to stand by the non-transformational view of the passive construction, as well as on the BIA+ model of word and sentence recognition proposed by Djikstra e Van Heuven (2002), the lexical access model of production proposed by Levelt et al. (1999), and the model of bilingual production proposed by Hartsuiker et al. (2004) to argue that bilingual comprehension and production are under constant influence of one language over the other. Having found the difference in the passive construction distributional properties in the two languages, we suspect that the interaction between the L1 and the L2 in the bilinguals mind will have effects of either facilitation or inhibition of the construction, rendering the bilingual behavior different from that of the monolingual. The analysis of the state of the passive construction in BP and English, as well as the investigation on the influence of L2 English on the production of passives in L1 BP, were carried on by means of four studies. First, there was an analysis of spoken corpora, which confirmed the difference in distributional properties of the construction. Second, an acceptability judgment was carried out, which showed that BP speakers in general consider the passive natural in their L1. Finally, two sentence elicitation tasks (written and oral) showed that bilinguals produce more passives than monolinguals. This difference in the production of passives between bilinguals and monolinguals was attributed to the influence of L2 English, language in which the construction occurs with significantly higher frequency than in BP.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLíngua inglesa Voz passivaLíngua portuguesa Brasil Voz passivaAquisição da segunda linguagemPsicolingüísticaconstrução passivatransferência reversabilinguismoA análise da influência translinguística entre o PB e o inglês através da construção passivainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_mara_guimar_es_fev_2016.pdfapplication/pdf1702332https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-A7GHHU/1/disserta__o_mara_guimar_es_fev_2016.pdf109a37c3cd15572f74856cc96a8e2300MD51TEXTdisserta__o_mara_guimar_es_fev_2016.pdf.txtdisserta__o_mara_guimar_es_fev_2016.pdf.txtExtracted texttext/plain146038https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-A7GHHU/2/disserta__o_mara_guimar_es_fev_2016.pdf.txt11812aba27991db74a23e202b9e3d8e8MD521843/MGSS-A7GHHU2019-11-14 16:39:42.159oai:repositorio.ufmg.br:1843/MGSS-A7GHHURepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:39:42Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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