Mitos e verdades sobre a indústria de venture capital

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Solange Gomes Leonel
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/AMSA-9K9LVA
Resumo: Esta tese discute alguns mitos e verdades sobre a indústria de venture capital (VC) com foco no seu papel e na sua localização institucional dentro do sistema de inovação, bem como sua replicabilidade fora de seu país de origem os Estados Unidos. O principal objetivo é reunir elementos que possibilitem avaliar se essa indústria poderia contribuir para o desenvolvimento tecnológico brasileiro. O ponto de partida é a análise do inter-relacionamento entre finanças e inovação à luz da abordagem evolucionária. Essa análise revela que a inovação é um processo sistêmico, que envolve inúmeros atores e demanda diferentes tipos de arranjos financeiros, incluindo a indústria de VC. Os dados utilizados mostram que a indústria de VC desempenha um papel muito pequeno no financiamento da inovação. Em geral, ela tende a ser mais útil no estágio em que as empresas já comercializam os resultados de suas atividades de P&D. Além disso, ela possui um foco bastante estreito, investindo em setores com alto potencial de crescimento e com grande mercado consumidor. Tal estratégia facilita o futuro desinvestimento via oferta pública de ações ou venda estratégica. A indústria de VC não é, portanto, a resposta para as empresas inseridas em setores de baixo crescimento ou cuja tecnologia ainda não provou o seu valor de mercado. Esses não são, porém, os maiores empecilhos. Observa-se que as captações de recursos e os investimentos da indústria de VC sofrem com as oscilações do mercado financeiro, tornando-o uma fonte de capital instável. No entanto, o grande problema é que a indústria de VC é fortemente dependente da base institucional que a legitimou. Ou seja, ela não é facilmente replicável. Esse problema se torna mais claro quando se estuda o desenvolvimento dessa indústria no Brasil. A indústria de VC brasileira demonstra ter um baixo apetite para o risco, apostando em empresas com trajetórias tecnológicas bem-desenvolvidas ou produtos que são cópias de modelos de negócios bem-sucedidos em outros países. Além disso, existe pouca diferenciação no papel excercido pelo VC público e privado, sendo o Estado o maior protagonista da indústria no Brasil. A conclusão que se chega é que a indústria de VC brasileira tem um papel secundário no financiamento do desenvolvimento tecnológico que o Brasil precisa para realizar o tão almejado catching up.
id UFMG_a286ee815a1132cbf19186c466f9c334
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/AMSA-9K9LVA
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Eduardo da Motta e AlbuquerqueMarco Aurelio Crocco AfonsoMarcia Siqueira RapiniJosé Eduardo CassiolatoCarlos Alberto Arruda de OliveiraSolange Gomes Leonel2019-08-09T13:50:31Z2019-08-09T13:50:31Z2014-04-01http://hdl.handle.net/1843/AMSA-9K9LVAEsta tese discute alguns mitos e verdades sobre a indústria de venture capital (VC) com foco no seu papel e na sua localização institucional dentro do sistema de inovação, bem como sua replicabilidade fora de seu país de origem os Estados Unidos. O principal objetivo é reunir elementos que possibilitem avaliar se essa indústria poderia contribuir para o desenvolvimento tecnológico brasileiro. O ponto de partida é a análise do inter-relacionamento entre finanças e inovação à luz da abordagem evolucionária. Essa análise revela que a inovação é um processo sistêmico, que envolve inúmeros atores e demanda diferentes tipos de arranjos financeiros, incluindo a indústria de VC. Os dados utilizados mostram que a indústria de VC desempenha um papel muito pequeno no financiamento da inovação. Em geral, ela tende a ser mais útil no estágio em que as empresas já comercializam os resultados de suas atividades de P&D. Além disso, ela possui um foco bastante estreito, investindo em setores com alto potencial de crescimento e com grande mercado consumidor. Tal estratégia facilita o futuro desinvestimento via oferta pública de ações ou venda estratégica. A indústria de VC não é, portanto, a resposta para as empresas inseridas em setores de baixo crescimento ou cuja tecnologia ainda não provou o seu valor de mercado. Esses não são, porém, os maiores empecilhos. Observa-se que as captações de recursos e os investimentos da indústria de VC sofrem com as oscilações do mercado financeiro, tornando-o uma fonte de capital instável. No entanto, o grande problema é que a indústria de VC é fortemente dependente da base institucional que a legitimou. Ou seja, ela não é facilmente replicável. Esse problema se torna mais claro quando se estuda o desenvolvimento dessa indústria no Brasil. A indústria de VC brasileira demonstra ter um baixo apetite para o risco, apostando em empresas com trajetórias tecnológicas bem-desenvolvidas ou produtos que são cópias de modelos de negócios bem-sucedidos em outros países. Além disso, existe pouca diferenciação no papel excercido pelo VC público e privado, sendo o Estado o maior protagonista da indústria no Brasil. A conclusão que se chega é que a indústria de VC brasileira tem um papel secundário no financiamento do desenvolvimento tecnológico que o Brasil precisa para realizar o tão almejado catching up.This thesis discusses some myths and realities about the venture capital (VC) industry, trying to clarify its role and institutional aspects as a component of the national innovation system, as well as its replicability outside the United States. The main goal is to bring together elements that help to understand whether VC firms could be part of a catching up friendly financial system to help Brazil in its quest for technological catching up. The discussion starts with the analysis of the relationship between finance and innovation based on the evolutionary approach. This analysis reveals that innovation is a systematic process that involves many actors and demands different types of financial arrangement, including the VC industry. Data from the U.S economy show that VC firms play only a minor role in funding the first stage of the innovation process the period in which a firm begins to produce basic scientific knowledge and initial prototypes of new products. They tend to be more helpful when innovative new firms begin to commercialize the outcomes of their R&D activities. They also have a tendency to concentrate their investments in few industries, particularly in fast-growing segments. VC investments in high-growth segment are likely to have an exit by an initial public offering or trade sale. More disturbing than those trends for the financing of innovation is the high volatility of the venture capital industry. VC firms fundraising and investments are influenced by the fluctuations of the financial market. However, the big issue is that the VC industry is strongly dependent on institutions and mechanism that are not easily replicated. This becomes clearer when evidences from the Brazilian VC industry come out. The Brazilian VC industry has a low appetite for risk. By and large, it invests in firms from sectors with technology trajectories known or copycats from established and successful business models. Moreover, the boundaries between the role played by VC public and private are not clear. Nevertheless, there is no doubt that in Brazil the government is the main character of the Brazilian VC industry. The conclusion is that the VC firms play only a minor role in funding new opportunities for the Brazilian technological dynamism and catching-up.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGCapital de risco ses BrasilInovações tecnológicasInovaçãoVenture capitalFinanciamento da inovaçãoMitos e verdades sobre a indústria de venture capitalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_solange_leonel_versao_entrega_cedeplar_1.4.pdfapplication/pdf1444100https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-9K9LVA/1/tese_solange_leonel_versao_entrega_cedeplar_1.4.pdfad8e1a014521f1d51acd05e4a341e94bMD51TEXTtese_solange_leonel_versao_entrega_cedeplar_1.4.pdf.txttese_solange_leonel_versao_entrega_cedeplar_1.4.pdf.txtExtracted texttext/plain433606https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-9K9LVA/2/tese_solange_leonel_versao_entrega_cedeplar_1.4.pdf.txtf950a7b7be9b22ca91df146a136b6a33MD521843/AMSA-9K9LVA2019-11-14 07:28:25.247oai:repositorio.ufmg.br:1843/AMSA-9K9LVARepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:28:25Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Mitos e verdades sobre a indústria de venture capital
title Mitos e verdades sobre a indústria de venture capital
spellingShingle Mitos e verdades sobre a indústria de venture capital
Solange Gomes Leonel
Inovação
Venture capital
Financiamento da inovação
Capital de risco ses Brasil
Inovações tecnológicas
title_short Mitos e verdades sobre a indústria de venture capital
title_full Mitos e verdades sobre a indústria de venture capital
title_fullStr Mitos e verdades sobre a indústria de venture capital
title_full_unstemmed Mitos e verdades sobre a indústria de venture capital
title_sort Mitos e verdades sobre a indústria de venture capital
author Solange Gomes Leonel
author_facet Solange Gomes Leonel
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Eduardo da Motta e Albuquerque
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Marco Aurelio Crocco Afonso
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Marcia Siqueira Rapini
dc.contributor.referee3.fl_str_mv José Eduardo Cassiolato
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Carlos Alberto Arruda de Oliveira
dc.contributor.author.fl_str_mv Solange Gomes Leonel
contributor_str_mv Eduardo da Motta e Albuquerque
Marco Aurelio Crocco Afonso
Marcia Siqueira Rapini
José Eduardo Cassiolato
Carlos Alberto Arruda de Oliveira
dc.subject.por.fl_str_mv Inovação
Venture capital
Financiamento da inovação
topic Inovação
Venture capital
Financiamento da inovação
Capital de risco ses Brasil
Inovações tecnológicas
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Capital de risco ses Brasil
Inovações tecnológicas
description Esta tese discute alguns mitos e verdades sobre a indústria de venture capital (VC) com foco no seu papel e na sua localização institucional dentro do sistema de inovação, bem como sua replicabilidade fora de seu país de origem os Estados Unidos. O principal objetivo é reunir elementos que possibilitem avaliar se essa indústria poderia contribuir para o desenvolvimento tecnológico brasileiro. O ponto de partida é a análise do inter-relacionamento entre finanças e inovação à luz da abordagem evolucionária. Essa análise revela que a inovação é um processo sistêmico, que envolve inúmeros atores e demanda diferentes tipos de arranjos financeiros, incluindo a indústria de VC. Os dados utilizados mostram que a indústria de VC desempenha um papel muito pequeno no financiamento da inovação. Em geral, ela tende a ser mais útil no estágio em que as empresas já comercializam os resultados de suas atividades de P&D. Além disso, ela possui um foco bastante estreito, investindo em setores com alto potencial de crescimento e com grande mercado consumidor. Tal estratégia facilita o futuro desinvestimento via oferta pública de ações ou venda estratégica. A indústria de VC não é, portanto, a resposta para as empresas inseridas em setores de baixo crescimento ou cuja tecnologia ainda não provou o seu valor de mercado. Esses não são, porém, os maiores empecilhos. Observa-se que as captações de recursos e os investimentos da indústria de VC sofrem com as oscilações do mercado financeiro, tornando-o uma fonte de capital instável. No entanto, o grande problema é que a indústria de VC é fortemente dependente da base institucional que a legitimou. Ou seja, ela não é facilmente replicável. Esse problema se torna mais claro quando se estuda o desenvolvimento dessa indústria no Brasil. A indústria de VC brasileira demonstra ter um baixo apetite para o risco, apostando em empresas com trajetórias tecnológicas bem-desenvolvidas ou produtos que são cópias de modelos de negócios bem-sucedidos em outros países. Além disso, existe pouca diferenciação no papel excercido pelo VC público e privado, sendo o Estado o maior protagonista da indústria no Brasil. A conclusão que se chega é que a indústria de VC brasileira tem um papel secundário no financiamento do desenvolvimento tecnológico que o Brasil precisa para realizar o tão almejado catching up.
publishDate 2014
dc.date.issued.fl_str_mv 2014-04-01
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-09T13:50:31Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-09T13:50:31Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/AMSA-9K9LVA
url http://hdl.handle.net/1843/AMSA-9K9LVA
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-9K9LVA/1/tese_solange_leonel_versao_entrega_cedeplar_1.4.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-9K9LVA/2/tese_solange_leonel_versao_entrega_cedeplar_1.4.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv ad8e1a014521f1d51acd05e4a341e94b
f950a7b7be9b22ca91df146a136b6a33
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1797971277266288640