O saneamento rural e suas implicações nas relações de gênero : um estudo em três localidades brasileiras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bárbarah Brenda Silva Rocha
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/52979
Resumo: O quadro de exclusão sanitária atinge uma parcela significativa da população brasileira, sobretudo das áreas rurais e periferias das cidades. Diante do papel socialmente atribuído às mulheres, faz-se imperativa a adoção de uma perspectiva de gênero nas políticas públicas de saneamento e nas soluções sanitárias destinadas à população, que busquem respostas às causas estruturais da exclusão sanitária e sejam capazes de publicizar essa situação adversa e fomentar discussões que promovam a ruptura de padrões culturalmente estabelecidos, que penalizam as mulheres. Assim, a relevância desta pesquisa se insere na contribuição para o enfrentamento das desigualdades de gênero no abastecimento de água e no esgotamento sanitário, por seu caráter inovador ao se ancorar em fundamentos teóricos pertencentes a diferentes campos do saber. Tendo em vista as lacunas teóricas inerentes ao tema e o atual estado da arte que o envolve, o objetivo geral desta tese é analisar como as desigualdades de gênero se manifestam nas estratégias adotadas no abastecimento de água e no esgotamento sanitário, em domicílios rurais no Brasil. Para tanto, é utilizada a metodologia qualitativa, por meio da realização de entrevistas semiestruturadas, observação direta e análise temática-categorial. A referência empírica desta pesquisa contemplou três comunidades rurais brasileiras: Barreiro Amarelo e Nova Esperança, na Bahia, e o Assentamento Pontal do Buriti, em Goiás. Esta pesquisa adota a linha feminista, assumindo como referências teórico-metodológicas os estudos sobre o patriarcado contemporâneo e a divisão sexual do trabalho. Os resultados sugerem que, pautados na lógica organizacional patriarcal das áreas rurais, mulheres e homens possuem esferas de atuação dicotômicas e excludentes. As mulheres são responsabilizadas pelas tarefas privadas, reprodutivas e não-remuneradas, assumindo, assim, o manejo do saneamento no âmbito domiciliar. Diante da divisão sexual do trabalho, constatou-se que tal dedicação é invisibilizada, não-valorizada financeira e socialmente, e ocasiona maior ônus e reflexos negativos na vida das mulheres. Quanto mais precária a solução sanitária, maior é o nível de estresse, sobrecarga, cansaço e adoecimento das mulheres. A influência de tradições e comportamentos massificados, reprodutores da cultura dominante, sobre a divisão do trabalho coloca as mulheres em desvantagem e maior vulnerabilidade em relação aos homens. Nesses termos, o paradigma que molda a divisão sexual do trabalho, nas famílias das comunidades estudadas, reforça as desigualdades de gênero. Mudar essa situação requererá políticas públicas transversais e correlacionadas, respaldadas por estudos científicos, e que considerem as teorias feministas na identificação e superação de situações que levam à desigualdades de gênero.
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Assim, a relevância desta pesquisa se insere na contribuição para o enfrentamento das desigualdades de gênero no abastecimento de água e no esgotamento sanitário, por seu caráter inovador ao se ancorar em fundamentos teóricos pertencentes a diferentes campos do saber. Tendo em vista as lacunas teóricas inerentes ao tema e o atual estado da arte que o envolve, o objetivo geral desta tese é analisar como as desigualdades de gênero se manifestam nas estratégias adotadas no abastecimento de água e no esgotamento sanitário, em domicílios rurais no Brasil. Para tanto, é utilizada a metodologia qualitativa, por meio da realização de entrevistas semiestruturadas, observação direta e análise temática-categorial. A referência empírica desta pesquisa contemplou três comunidades rurais brasileiras: Barreiro Amarelo e Nova Esperança, na Bahia, e o Assentamento Pontal do Buriti, em Goiás. Esta pesquisa adota a linha feminista, assumindo como referências teórico-metodológicas os estudos sobre o patriarcado contemporâneo e a divisão sexual do trabalho. Os resultados sugerem que, pautados na lógica organizacional patriarcal das áreas rurais, mulheres e homens possuem esferas de atuação dicotômicas e excludentes. As mulheres são responsabilizadas pelas tarefas privadas, reprodutivas e não-remuneradas, assumindo, assim, o manejo do saneamento no âmbito domiciliar. Diante da divisão sexual do trabalho, constatou-se que tal dedicação é invisibilizada, não-valorizada financeira e socialmente, e ocasiona maior ônus e reflexos negativos na vida das mulheres. Quanto mais precária a solução sanitária, maior é o nível de estresse, sobrecarga, cansaço e adoecimento das mulheres. A influência de tradições e comportamentos massificados, reprodutores da cultura dominante, sobre a divisão do trabalho coloca as mulheres em desvantagem e maior vulnerabilidade em relação aos homens. Nesses termos, o paradigma que molda a divisão sexual do trabalho, nas famílias das comunidades estudadas, reforça as desigualdades de gênero. Mudar essa situação requererá políticas públicas transversais e correlacionadas, respaldadas por estudos científicos, e que considerem as teorias feministas na identificação e superação de situações que levam à desigualdades de gênero.Water and sanitary exclusion affects a significant portion of the Brazilian population, especially in rural areas and on the outskirts of cities. In view of the role socially assigned to women, it is imperative to adopt a gender perspective in public water and sanitation policies and in health solutions aimed at the population, which seek answers to the structural causes of health exclusion and are capable of publicizing this adverse situation and encourage discussions that promote the rupture of culturally established patterns that penalize women. Thus, the relevance of this research is inserted in the contribution to confronting gender inequalities in water supply and sanitary, due to its innovative character when anchored in theoretical foundations belonging to different fields of knowledge. Bearing in mind the theoretical gaps inherent to the theme and the current state of the art that surrounds it, the general objective of this thesis is to analyze how gender inequalities are manifested in the strategies adopted in water supply and sanitary sewage, in rural households in Brazil. For that, a qualitative methodology is used, through semi-structured interviews, direct observation and thematic-categorical analysis. The empirical reference of this research included three Brazilian rural communities: Barreiro Amarelo and Nova Esperança, in Bahia, and the Settlement Pontal do Buriti, in Goiás. This research adopts the feminist line, assuming as theoretical-methodological references the studies on contemporary patriarchy and the sexual division of labor. The results suggest that, based on the patriarchal organizational logic of rural areas, women and men have dichotomous and exclusive spheres of action. Women are responsible for private, reproductive and non-remunerated tasks, thus assuming the management of water and sanitation at home. Faced with the sexual division of labor, it was found that such dedication is made invisible, not financially and socially valued, and causes greater burden and negative effects on women's lives. The more precarious the water and sanitary solution, bigger is the level of stress, overload, tiredness and illness of women. The influence of mass traditions and behaviors, which reproduce the dominant culture, on the division of labor places women at a disadvantage and greater vulnerability in relation to men. In these terms, the paradigm that shapes the sexual division of labor in the families of the studied communities reinforces gender inequalities. Changing this situation will require transversal and correlated public policies, supported by scientific studies, and that consider feminist theories in identifying and overcoming situations that lead to gender inequalities.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoFAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos HídricosUFMGBrasilENG - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTALEngenharia sanitáriaSaneamentoAbastecimento de águaSaneamento ruralMulheresAbastecimento de águaEsgotamento sanitárioRuralGêneroMulheresO saneamento rural e suas implicações nas relações de gênero : um estudo em três localidades brasileirasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE_Barbarah Silva_2022.pdfTESE_Barbarah Silva_2022.pdfTese Bárbarah Brenda Silva Rochaapplication/pdf6280027https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52979/1/TESE_Barbarah%20Silva_2022.pdf44eee084dafaf834d7057dbc628d30ffMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52979/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/529792023-05-09 16:18:23.306oai:repositorio.ufmg.br:1843/52979TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-05-09T19:18:23Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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