Incidência de hanseníase nos contatos submetidos ao teste sorológico ML Flow em municípios de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ana Regina Coelho de Andrade
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-96ZHJR
Resumo: A hanseníase é, ainda, um problema de saúde pública no Brasil. As ações epidemiológicas de controle baseiam-se no diagnóstico e tratamento e na vigilância de contatos. O exame dos contatos é atividade de suma importância no controle da endemia, mas a sua execução sistematizada não é realizada a contento. Os testes sorológicos existentes, entre os quais o ML Flow, permitem a classificação e o tratamento adequado dos pacientes, bem como ajudam a identificar, entre os contatos, aqueles com maior risco de desenvolver hanseníase. Esse teste foi aplicado em 2.840 contatos intradomiciliares de casos novos da doença, diagnosticados no período de outubro de 2002 a março de 2004, em Minas Gerais. Esses contatos foram acompanhados através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), durante sete a nove anos, para avaliar a incidência da hanseníase em relação com a soroprevalência. A incidência da hanseníase foi maior nos contatos soropositivos (3,95%) do que nos negativos (2,23%) (p=0,027) (RR=1,72), e maior nos maiores (3,16%) do que nos menores (1,25%) de 15 anos (p<0,01). Os contatos soropositivos dos municípios hiperendêmicos tiveram maior incidência de hanseníase (5,35%) bem como os de média endemia (4,94%). A incidência da hanseníase, entre os soropositivos, não mostrou diferença significativa entre os sexos, classificação do caso índice, cicatriz de BCG. Analisando o grupo que desenvolveu hanseníase, a soropositividade foi maior no sexo masculino, no grau 1 de incapacidade, nos maiores de 15 anos, e com até cinco lesões cutâneas, mas sem diferença significativa. A soropositividade foi maior e significativa nos multibacilares, naqueles com forma dimorfa e com dois ou mais nervos acometidos. A média de tempo de adoecimento foi semelhante nos soropositivos e soronegativos, sen do que 50% dos contatos foram diagnosticados em até 10 meses e 90% até 20 meses, demonstrando a necessidade de acompanhamento e exame dos contatos no primeiro ano após o diagnóstico do caso índice.
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Esses contatos foram acompanhados através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), durante sete a nove anos, para avaliar a incidência da hanseníase em relação com a soroprevalência. A incidência da hanseníase foi maior nos contatos soropositivos (3,95%) do que nos negativos (2,23%) (p=0,027) (RR=1,72), e maior nos maiores (3,16%) do que nos menores (1,25%) de 15 anos (p<0,01). Os contatos soropositivos dos municípios hiperendêmicos tiveram maior incidência de hanseníase (5,35%) bem como os de média endemia (4,94%). A incidência da hanseníase, entre os soropositivos, não mostrou diferença significativa entre os sexos, classificação do caso índice, cicatriz de BCG. Analisando o grupo que desenvolveu hanseníase, a soropositividade foi maior no sexo masculino, no grau 1 de incapacidade, nos maiores de 15 anos, e com até cinco lesões cutâneas, mas sem diferença significativa. A soropositividade foi maior e significativa nos multibacilares, naqueles com forma dimorfa e com dois ou mais nervos acometidos. A média de tempo de adoecimento foi semelhante nos soropositivos e soronegativos, sen do que 50% dos contatos foram diagnosticados em até 10 meses e 90% até 20 meses, demonstrando a necessidade de acompanhamento e exame dos contatos no primeiro ano após o diagnóstico do caso índice.Leprosy is still a public health problem in Brazil. Epidemiological control activities are based on diagnosis, treatment and contact surveillance. Contact surveillance is an extremely important activity for endemy control, but is presently not carried out in a systematic and adequate way. The existing serological tests, including ML Flow, enable patient classification and adequate treatment, as well as identification of contacts with a greater risk of developing leprosy. This test was applied to 2,840 household contacts of new cases detected from October 2002 to March 2004 in Minas Gerais. These contacts were monitored through the Disease Notification Information System (SINAN) during seven to nine years to evaluate the incidence of leprosy related to seropositivity. The incidence of leprosy was higher among the seropositive contacts (3.95%) than among the seronegative ones (2.23%) (p=0.027) (RR=1.72), and higher in those over 15 years of age (3.16%) than in those under 15 (1.25%) (p<0.01). Seropositive contacts who lived in hyper endemic municipalities showed a greater incidence of leprosy (5.35%). This also happened in those who lived in municipalities where the endemy is classified as moderate (4.94%). The incidence of leprosy among seropositives did not show a significant difference by gender, classification of the index case or BCG scar. When analyzing the group that developed leprosy, seropositivity was higher in men, in disability grade 1, in those older than 15, and in those with more than five skin lesions, but the difference was not statistically significant. Seropositivity was greater and significant in those with multibacillary leprosy, in those with borderline leprosy and with two or more nerves involved. The average time from testing to diagnosis was similar in both the seropositive and the seronegative groups. Results showed that 50% of the contacts were diagnosed in less than 10 months, and 90% in less than 20 months, demonstrating the need for monitoring and contact examination in the first year after diagnosis of the index case.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGInfectologiaEstudos soroepidemiológicosHanseníase/diagnósticoHanseníase/prevenção & controleTestes sorológicosHanseníase/transmissãoHanseníaseBrasilHanseniaseHanseníase/epidemiologiaEpidemiologiaHanseníase/epidemiologiaHanseníaseSorologiaHanseníase/prevenção e controleIncidência de hanseníase nos contatos submetidos ao teste sorológico ML Flow em municípios de Minas Geraisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_doutorado_ana_regina_vers_o_200213.pdfapplication/pdf1836618https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-96ZHJR/1/tese_doutorado_ana_regina_vers_o_200213.pdf9cbc3b0d0362f92f26c1eaca77835dabMD51TEXTtese_doutorado_ana_regina_vers_o_200213.pdf.txttese_doutorado_ana_regina_vers_o_200213.pdf.txtExtracted texttext/plain179393https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-96ZHJR/2/tese_doutorado_ana_regina_vers_o_200213.pdf.txtd8a02468e9545f74205138c04a29aed2MD521843/BUOS-96ZHJR2019-11-14 08:53:53.72oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-96ZHJRRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:53:53Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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