Ocorrência de hemoparasitos e ectoparasitos em veado-catingueiro (Mazama gouzoubira Fischer, 1814), veado-campeiro (Ozotocerus bezoarticus Linnaeus, 1758) e cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus Illiger, 1815): utilização de métodos parasitológicos e moleculares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Julia Angelica Goncalves da Silveira
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8S8HGJ
Resumo: Os cervídeos são ruminantes selvagens que estão em contato com os ruminantes domésticos em várias regiões do Brasil, facilitando, assim, o trânsito de patógenos entre os dois grupos. Esse grupo de ruminantes possui espécies ameaçadas de extinção. Em relação aos animais de cativeiro, o trânsito de animais entre zoológicos ou criatórios favorece a introdução de micro-organismos infecciosos em outro plantel. O objetivo deste trabalho foi pesquisar a presença de hemoparasitos e ectoparasitos em populações de cervídeos brasileiros, já que esse conhecimento é importante para os profissionais envolvidos na preservação e sanidade desses animais, além do papel desses ruminantes como possível reservatório desses agentes infecciosos para os animais domésticos e seres humanos. Foram analisadas amostras sanguíneas de 89 cervídeos, sendo 29 amostras de animais pertencentes ao estado de Minas Gerais (MG) e 60 amostras de Mato Grosso do Sul (MS). As amostras de MS foram de veados-campeiros (Ozotocerus bezoarticus) de vida livre, e as amostras dos animais de Minas Gerais originaram-se de veados-catingueiros (Mazama gouazoubira) e cervos-do-pantanal (Blastocerus dichotomus). Nas amostras sanguíneas, foi realizada a pesquisa de DNA dos parasitos dos gêneros Anaplasma, Ehrlichia, Babesia, Theileria e Trypanosoma, através de nested ou semi-nested PCR seguido de sequenciamento das amostras positivas. Quanto às riquétsias, dos 29 animais pertencentes ao estado de Minas Gerais, 27 (93,1%) apresentaram-se positivos para espécies de Anaplasmataceae, sendo 79,3% para A. marginale, 17,2% para Anaplasma spp. (similaridade com A. phagocytophilum e A. platys), 3,4% para E. chaffeensis e 3,4% para A. bovis. Dos 60 veados-campeiros do MS, 29 (48,3%) foram positivos para A. marginale. Na pesquisa de hemoprotozoários, 72,4% dos cervídeos de Minas Gerais estavam infectados. Desses, 80,9% por Theileria cervi, 9,5% por Theileria sp., 4,7% por B. bovis e um 4,7% por B. bigemina. Dos cervídeos do Mato Grosso do Sul, 38,3% foram positivos. Desses, 52,2% para T. cervi, 8,7% para B. bigemina, 13,0% para B. bovis e 10,0% não obtiveram sucesso no sequenciamento. Trypanosoma evansi foi detectado em 24,1% dos 29 cervídeos de Minas Gerais e em 18,3% dos veados-campeiros do Mato Grosso do Sul. Nenhum animal foi positivo para T. vivax. Além dos hemoparasitos, nos animais de MG foram detectados carrapatos das espécies Dermacentor nitens, Amblyomma cajennense e Rhipicephalus (Boophilus) microplus, além de pulgas da espécie Rhopalopsyllus lugubris lugubris, piolhos da espécie Solenopotes binipilosus e sarnas do gênero Psoroptes. Através de análises moleculares, foi verificada a ocorrência de A. marginale nas glândulas salivares de carrapatos da espécie R. microplus, e foi sugestivo a presença de Theileria sp. nas glândulas salivares de carrapatos da espécie D. nitens. O cultivo em células IDE8 de A. marginale oriundo de cervídeo não apresentou estabelecimento efetivo, e as amostras de A. marginale oriundas dos cervídeos mostraram baixa virulência ao serem inoculadas em ruminantes domésticos. De acordo com a literartura pesquisada, o presente trabalho envolve os primeiros registros de parasitos da espécie A. bovis em cervídeos brasileiros e de Theileria spp. neles e em carrapatos D. nitens que parasitavam esses animais, sendo que foi observada uma alta percentagem de animais infectados por Theileria.
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O objetivo deste trabalho foi pesquisar a presença de hemoparasitos e ectoparasitos em populações de cervídeos brasileiros, já que esse conhecimento é importante para os profissionais envolvidos na preservação e sanidade desses animais, além do papel desses ruminantes como possível reservatório desses agentes infecciosos para os animais domésticos e seres humanos. Foram analisadas amostras sanguíneas de 89 cervídeos, sendo 29 amostras de animais pertencentes ao estado de Minas Gerais (MG) e 60 amostras de Mato Grosso do Sul (MS). As amostras de MS foram de veados-campeiros (Ozotocerus bezoarticus) de vida livre, e as amostras dos animais de Minas Gerais originaram-se de veados-catingueiros (Mazama gouazoubira) e cervos-do-pantanal (Blastocerus dichotomus). Nas amostras sanguíneas, foi realizada a pesquisa de DNA dos parasitos dos gêneros Anaplasma, Ehrlichia, Babesia, Theileria e Trypanosoma, através de nested ou semi-nested PCR seguido de sequenciamento das amostras positivas. 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Além dos hemoparasitos, nos animais de MG foram detectados carrapatos das espécies Dermacentor nitens, Amblyomma cajennense e Rhipicephalus (Boophilus) microplus, além de pulgas da espécie Rhopalopsyllus lugubris lugubris, piolhos da espécie Solenopotes binipilosus e sarnas do gênero Psoroptes. Através de análises moleculares, foi verificada a ocorrência de A. marginale nas glândulas salivares de carrapatos da espécie R. microplus, e foi sugestivo a presença de Theileria sp. nas glândulas salivares de carrapatos da espécie D. nitens. O cultivo em células IDE8 de A. marginale oriundo de cervídeo não apresentou estabelecimento efetivo, e as amostras de A. marginale oriundas dos cervídeos mostraram baixa virulência ao serem inoculadas em ruminantes domésticos. De acordo com a literartura pesquisada, o presente trabalho envolve os primeiros registros de parasitos da espécie A. bovis em cervídeos brasileiros e de Theileria spp. neles e em carrapatos D. nitens que parasitavam esses animais, sendo que foi observada uma alta percentagem de animais infectados por Theileria.Os cervídeos são ruminantes selvagens que estão em contato com os ruminantes domésticos em várias regiões do Brasil, facilitando, assim, o trânsito de patógenos entre os dois grupos. Esse grupo de ruminantes possui espécies ameaçadas de extinção. Em relação aos animais de cativeiro, o trânsito de animais entre zoológicos ou criatórios favorece a introdução de micro-organismos infecciosos em outro plantel. O objetivo deste trabalho foi pesquisar a presença de hemoparasitos e ectoparasitos em populações de cervídeos brasileiros, já que esse conhecimento é importante para os profissionais envolvidos na preservação e sanidade desses animais, além do papel desses ruminantes como possível reservatório desses agentes infecciosos para os animais domésticos e seres humanos. Foram analisadas amostras sanguíneas de 89 cervídeos, sendo 29 amostras de animais pertencentes ao estado de Minas Gerais (MG) e 60 amostras de Mato Grosso do Sul (MS). As amostras de MS foram de veados-campeiros (Ozotocerus bezoarticus) de vida livre, e as amostras dos animais de Minas Gerais originaram-se de veados-catingueiros (Mazama gouazoubira) e cervos-do-pantanal (Blastocerus dichotomus). Nas amostras sanguíneas, foi realizada a pesquisa de DNA dos parasitos dos gêneros Anaplasma, Ehrlichia, Babesia, Theileria e Trypanosoma, através de nested ou semi-nested PCR seguido de sequenciamento das amostras positivas. 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Julia Angelica Goncalves da Silveira
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