Impacto do processo de internação em UTI na funcionalidade de pacientes adultos ventilados mecanicamente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiza Martins Faria
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-97GGBR
Resumo: Introdução: Pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) comumente desenvolvem fraqueza muscular generalizada em consequência da inatividade, do uso de ventilação mecânica (VM) prolongada, da alteração da condição nutricional, da inflamação e do uso de agentes farmacológicos. A permanência prolongada na UTI prejudica a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes, e pode persistir até cinco anos após a alta. Apesar de o estado funcional de pacientes internados em UTI ser cada vez mais estudado, em função das repercussões na vida diária dos pacientes, o real impacto do processo de internação na funcionalidade ainda não está estabelecido. Objetivo: Avaliar o impacto do processo de internação em UTI na funcionalidade de pacientes adultos ventilados mecanicamente. Materiais e método: A capacidade funcional de 50 pacientes, submetidos a VM por tempo igual ou superior a 48h, foi avaliada por meio da Medida de Independência Funcional (MIF) antes da internação (por relato de familiar ou do paciente referindo-se a um mês antes), durante a internação na UTI e dois dias após a alta dessa unidade (observação do pesquisador e entrevista com o enfermeiro responsável). Adicionalmente foi avaliada a força muscular periférica (FMP) na UTI, 24h após a retirada da sedação e dois dias após a alta dessa unidade pela escala Medical Research Council (MRC), e após a alta da UTI foi avaliada a capacidade de deambulação. Resultados: A capacidade funcional dos pacientes reduziu significativamente durante a internação na UTI, comparada a um mês antes da admissão, e manteve-se baixa após a alta dessa unidade (p<0,001). Os fatores associados a essa redução incluíram a idade, APACHE II, tempo de sedação, tempo de VM, presença de comorbidades, uso de traqueostomia (TQT), sucesso no desmame da VM, capacidade e tempo de deambulação, a FMP, tempo de internação na UTI e hospitalar. A FMP, apesar de melhorar após a saída da UTI (p<0,005), apresentou importante redução (MRC<48) nos dois momentos avaliados, e os fatores associados a essa redução foram a idade, saída do leito, tempo de VM, presença de comorbidades, uso de TQT, sucesso no desmame da VM, capacidade de deambulação, tempo de internação na UTI e hospitalar. Em relação à capacidade de deambulação, 70% dos pacientes acompanhados não foram capaz de deambular após a alta da UTI. Os fatores que explicaram a redução da capacidade funcional foram a idade, o tempo de VM e a capacidade de deambulação. A redução da FMP, por sua vez, foi explicada pela capacidade de deambulação e o tempo de internação hospitalar. Conclusão: A maioria dos pacientes internados na UTI, que são ventilados mecanicamente por período igual ou superior à 48h, apresenta redução importante da capacidade funcional imediatamente após a alta dessa unidade. Os fatores que mais contribuíram para a perda funcional desses pacientes foramidade, o tempo de VM e a capacidade de deambulação. O conhecimento dos fatores relacionados e daqueles que mais influenciam na perda funcional do paciente internado em UTI contribui para aprimoramento da prática assistencial dos profissionais que atuam nessa unidade, melhorando as perspectivas em relação ao desfecho no tratamento dos pacientes.
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Materiais e método: A capacidade funcional de 50 pacientes, submetidos a VM por tempo igual ou superior a 48h, foi avaliada por meio da Medida de Independência Funcional (MIF) antes da internação (por relato de familiar ou do paciente referindo-se a um mês antes), durante a internação na UTI e dois dias após a alta dessa unidade (observação do pesquisador e entrevista com o enfermeiro responsável). Adicionalmente foi avaliada a força muscular periférica (FMP) na UTI, 24h após a retirada da sedação e dois dias após a alta dessa unidade pela escala Medical Research Council (MRC), e após a alta da UTI foi avaliada a capacidade de deambulação. Resultados: A capacidade funcional dos pacientes reduziu significativamente durante a internação na UTI, comparada a um mês antes da admissão, e manteve-se baixa após a alta dessa unidade (p<0,001). Os fatores associados a essa redução incluíram a idade, APACHE II, tempo de sedação, tempo de VM, presença de comorbidades, uso de traqueostomia (TQT), sucesso no desmame da VM, capacidade e tempo de deambulação, a FMP, tempo de internação na UTI e hospitalar. A FMP, apesar de melhorar após a saída da UTI (p<0,005), apresentou importante redução (MRC<48) nos dois momentos avaliados, e os fatores associados a essa redução foram a idade, saída do leito, tempo de VM, presença de comorbidades, uso de TQT, sucesso no desmame da VM, capacidade de deambulação, tempo de internação na UTI e hospitalar. Em relação à capacidade de deambulação, 70% dos pacientes acompanhados não foram capaz de deambular após a alta da UTI. Os fatores que explicaram a redução da capacidade funcional foram a idade, o tempo de VM e a capacidade de deambulação. A redução da FMP, por sua vez, foi explicada pela capacidade de deambulação e o tempo de internação hospitalar. Conclusão: A maioria dos pacientes internados na UTI, que são ventilados mecanicamente por período igual ou superior à 48h, apresenta redução importante da capacidade funcional imediatamente após a alta dessa unidade. Os fatores que mais contribuíram para a perda funcional desses pacientes foramidade, o tempo de VM e a capacidade de deambulação. O conhecimento dos fatores relacionados e daqueles que mais influenciam na perda funcional do paciente internado em UTI contribui para aprimoramento da prática assistencial dos profissionais que atuam nessa unidade, melhorando as perspectivas em relação ao desfecho no tratamento dos pacientes.Introduction: Intensive Care Unit (ICU) patients generally develop general muscle weakness in consequence of the inactivity, prolonged use of mechanical ventilation (MV), nutrition conditions, inflammation and pharmacological agents. The prolonged ICU stay is harmful to the patients functional condition and the quality of life, and it can persist up to five years after discharge. Despite the functional status being increasingly studied, because of the reduction consequences, the real hospitalization process impact in the functionality and the best tool to measure it are not well established. Purpose: Evaluate the hospitalization ICU process impact in functional status of the adults patients mechanically ventilated. Methods: The functional status of the 50 mechanically ventilated patients, more or at least 48hs, was accessed by the Functional Independence Measure (FIM) before hospitalization (familiar or patient reporting about one month before), in the ICU and two days after it discharge (research observation and nurse reporting). The peripheral muscle strength (PMS) was also accessed in the ICU and after it discharge by the Medical Research Council (MRC) scale. The ambulation capacity was accessed after discharge from ICU. Results: The patients functional status significantly reduced during ICU hospitalization, compared to a month before admission, and remained reduced after discharge from ICU (p<0,001). This reduced associated factors included the age, APACHE II, sedation time, MV time, comorbidities, tracheostomy (TQT) use, weaned MV success, ambulation capacity and time, the PMS, ICU and total hospitalization time. Despite improvement after discharge (p<0,005), the PMS significantly reduced (MRC<48) in the two time points and the it reduced associated factors were the age, output bed, MV time, comorbidities, tracheostomy (TQT) use, weaned MV success, ambulation capacity and time, ICU and total hospitalization time. About the ambulation capacity, 70% of the participating patients were not able to walk after discharge from ICU. The independents factors that explained the functional status reduction were the age, MV time and the ambulation capacity and to the PMS reduction were the ambulation capacity and the hospitalization time. Conclusion: The majority of the ICU patients, that are mechanical ventilated for the less 48hs, shows important functional capacity reduction immediately after discharge from ICU. The knowledge of the associated factors and that the most influence in the functional loss and of the ICU patients, contributes to improve the health ICU professionals practice and for better treatment outcomes prospects.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMedicina de reabilitaçãoFisioterapiaAtividades cotidianasVentilação mecânicaUnidade de terapia intensivaImpacto do processo de internação em UTI na funcionalidade de pacientes adultos ventilados mecanicamenteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_luiza_17_05__2013.pdfapplication/pdf1928292https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-97GGBR/1/dissertacao_luiza_17_05__2013.pdf3b19dca224b2554bb9fc8c7d834617adMD51TEXTdissertacao_luiza_17_05__2013.pdf.txtdissertacao_luiza_17_05__2013.pdf.txtExtracted texttext/plain101251https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-97GGBR/2/dissertacao_luiza_17_05__2013.pdf.txte37631819ae0078e6f0028bc85a03fe9MD521843/BUOS-97GGBR2019-11-14 06:13:15.173oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-97GGBRRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T09:13:15Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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