Desempenho cognitivo de pacientes com esclerose múltipla: influência de sintomas depressivos

• Autor(a) principal: Patricia Semionato Andrade
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B3WNLF
• topic: Esclerose múltipla; Disfunção cognitiva; Avaliação neuropsicológica; Depressão Memória; Depressão; Memória; Disfunção cognitiva; Neurociências; Esclerose multipla

Introdução: A esclerose múltipla (EM) é a doença desmielinizante mais comum do sistema nervoso central. De caráter autoimune, ela apresenta como um de seus principais sintomas a disfunção cognitiva, a qual não é comumente acessada no exame neurológico de rotina. A cognição, ao influenciar as atividades funcionais, laborativas e sociais, é preditora da qualidade de vida dos pacientes. O perfil cognitivo da população brasileira com EM é desconhecido, pois os estudos ainda são escassos. Objetivo: Descrever o perfil cognitivo de pacientes com EM, comparando-os a um grupo controle, e avaliar a influência de características clínicas e psiquiátricas (sintomas de depressão) no desempenho cognitivo. Métodos: Dados clínicos (idade, escolaridade, duração da doença e tratamento) e exame neurológico (EDSS - Expanded Disability Status Scale) foram coletados de pacientes com EM acompanhados em um hospital terciário do Rio de Janeiro. Após avaliação de transtorno depressivo (MINI - Mini International Neuropsychiatric Interview e BDI - Beck Depression Inventory), a amostra foi submetida à avaliação neuropsicológica. Esta continha os testes PASAT (Paced Auditory Serial Addition Test), SDMT (Symbol Digit Modalities Test), RALVT (Rey Auditory Verbal Learning Test), Span de dígitos e Teste de fluência verbal (letras F, A e S e categoria animais). Resultados: Os pacientes (n=35) apresentaram desempenho significativamente pior, em relação aos controles (n=33), em quase todos os testes aplicados. A frequência de disfunção cognitiva no grupo dos pacientes foi de 68,6%. O domínio cognitivo mais afetado foi a memória episódica (45,7%), seguido da fluência verbal (42,8%) e da velocidade do processamento de informações VPI (22,8%). Ao comparar os pacientes com e sem alteração cognitiva, em relação às variáveis clínicas, psiquiátricas e sociodemográficas, não foi demonstrada diferença estatisticamente significativa entre os subgrupos. A EDSS apresentou correlação inversa com o SDMT. Conclusões: A disfunção cognitiva é frequente entre os pacientes com EM. Foi demonstrado comprometimento da memória episódica e da função executiva. O transtorno depressivo não interferiu no desempenho dos pacientes nos testes, embora a incapacidade física tenha exercido influência sobre a VPI