O museu Beta: estratégias para um museu sempre contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lorena Melgaço Silva Marques
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/RAAO-8MHNMG
Resumo: No cenário de acelerado desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação notam-se mudanças importantes na sociedade. A informação se torna mais fluida, e com ela, a própriaprodução cultural do homem contemporâneo, se entende-se por cultura a produção cotidiana (como afirmam Vilém Flusser e Sharon Zukin). O museu, por sua vez, como instituição que representa a sociedade, tenta adaptar-se a este contexto como museu virtual. Para isso, tanto acolhe tais tecnologias em seu interior como se projeta na própria Internet. Ao mesmo tempo, os proponentes de tais museus alegam que estes tenham se tornado mais interativos, acompanhando a própria tendência da sociedade. O uso de computadores, telefones celulares, sensores e GPS, entre outros, é considerado fator determinante desta nova condição humana de estar sempreinterligado. O objetivo desta dissertação foi investigar os museus no contexto das discussões atuais sobre o virtual e o interativo. A motivação para tal foi a percepção de que o museu contemporâneo não é mais interativo somente por ter se adaptado ao contexto tecnológico atual. Similarmente, o uso da palavra virtual é deslocado, porque se baseia na produção eletrônica do conteúdo exposto. Para tal, a teoria da cibernética de segunda ordem, e em especial a cibernética social, foi utilizada como arcabouço teórico para a avaliação de alguns museus que exploram tal abordagem. Desta maneira, foram selecionados museus que ilustram o espectro físico-digital, isto é: museus físicos que usam as tecnologias dentro do seu espaço ou que criaram versões online semelhantes à física e museus que foram já criados para a Internet. A partir da análise destas diferentes estratégias museológicas, conclui-se que o museu não se adaptou de fato às novas demandas da sociedade. A instituição utilizou dos meios tecnólogicos mas não absorveu outras mudanças que vão além do meio, refletidas nas próprias relações entre as pessoas. As novas tecnologias nos possibilitam usar o espaço dos museus como lugar da descoberta mútua, em uma interação entre os participantes, o espaço e a obra, mas não é isso que acontece. No geral, o museu ainda está preso a preceitos tradicionalistas tanto de autoria e controle restritivo do participante quanto da arquitetura determinista. Prova disso é a importância dada à parâmetros arquitetônicos do museu mesmo quando não existe a possibilidade de um engajamento corporal. Conclui-se com a discussão de outras abordagens culturais alternativas às museológicas apresentadas, de forma a sugerir novas instituições que abordem a possibilidade de explorar a arquitetura e as relações efêmeras entre as pessoas a partir do evento. E, por isso, levando em consideração a virtualidade do evento viabiliza-se interações entre as pessoas, o lugar e a própria produção artística/cultural em forma de diálogos no espaço. Estes museus propostos seriam museus sempre Beta, em constante processo de desenvolvimento, por seu caráter experimental e mutável.
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O uso de computadores, telefones celulares, sensores e GPS, entre outros, é considerado fator determinante desta nova condição humana de estar sempreinterligado. O objetivo desta dissertação foi investigar os museus no contexto das discussões atuais sobre o virtual e o interativo. A motivação para tal foi a percepção de que o museu contemporâneo não é mais interativo somente por ter se adaptado ao contexto tecnológico atual. Similarmente, o uso da palavra virtual é deslocado, porque se baseia na produção eletrônica do conteúdo exposto. Para tal, a teoria da cibernética de segunda ordem, e em especial a cibernética social, foi utilizada como arcabouço teórico para a avaliação de alguns museus que exploram tal abordagem. Desta maneira, foram selecionados museus que ilustram o espectro físico-digital, isto é: museus físicos que usam as tecnologias dentro do seu espaço ou que criaram versões online semelhantes à física e museus que foram já criados para a Internet. A partir da análise destas diferentes estratégias museológicas, conclui-se que o museu não se adaptou de fato às novas demandas da sociedade. A instituição utilizou dos meios tecnólogicos mas não absorveu outras mudanças que vão além do meio, refletidas nas próprias relações entre as pessoas. As novas tecnologias nos possibilitam usar o espaço dos museus como lugar da descoberta mútua, em uma interação entre os participantes, o espaço e a obra, mas não é isso que acontece. No geral, o museu ainda está preso a preceitos tradicionalistas tanto de autoria e controle restritivo do participante quanto da arquitetura determinista. Prova disso é a importância dada à parâmetros arquitetônicos do museu mesmo quando não existe a possibilidade de um engajamento corporal. Conclui-se com a discussão de outras abordagens culturais alternativas às museológicas apresentadas, de forma a sugerir novas instituições que abordem a possibilidade de explorar a arquitetura e as relações efêmeras entre as pessoas a partir do evento. E, por isso, levando em consideração a virtualidade do evento viabiliza-se interações entre as pessoas, o lugar e a própria produção artística/cultural em forma de diálogos no espaço. Estes museus propostos seriam museus sempre Beta, em constante processo de desenvolvimento, por seu caráter experimental e mutável.Important changes in society can be seen in the context of accelerated development of information and communication technologies. The Information becomes more fluid and accessible, and with it, the cultural production of the contemporary man, if culture is taken as the production of the everyday objects and processes (as points out Vilém Flusser and Sharon Zukin). The museum, in turn, as an institution that represents society, tries to adapt itself as virtual museums among other names. For that, it houses such technologies as well as it projects itself onto the Internet. At the same time, the proponents of these museums allege that it has more interaction, accompanying the tendencies of the society itself. The use of computer, mobile phones, sensors and GPS, among others, is considered a key factor of this new human condition of being always online. The aim of this dissertation was to investigate museums in the current virtual and interactive context. The motivation for such a research was the impression that the contemporary museum is not more interactive just because it has adapted itself to the contemporary technological context. Similarly, the use of the word virtual is misplaced, or at least misleading, because it is based on the electronic production of content. Therefore, theories of second order cybernetics were used as a framework to evaluate some museum that use such an approach. Different strategies that illustrate the physical-digital spam were selected, i.e. physical museums that use technologies as part of their collection as well as those that have created an online version of themselves, and those which have been designed only for the Internet. From the analysis of those different strategies, it is possible to conclude that the museum has not in fact adapted to the new demands of society. Although the institution uses technological means to produce content or even itself, it has not absorbed other changes that go beyond the means of production towards different relationships among people. The new technologies give us the possibility to use the museum as the place of mutual discoveries through interactions of people with themselves, the space and the work, but it is not what usually happens. Generally, the museum is still attached to traditionalist precepts, such as authorship, restrictive control and deterministic architecture. A proof of that is the importance given to architectural parameters of the museum even when a embodied engagement to such space is impossible. To conclude, a discussion of other alternative cultural approaches have been presented in order to suggest that we can benefit from other institutions that explore the possibilities of architecture and ephemeral encounters while considering the virtualities that enable interaction among people, place and cultural/artistic production as dialogues in the space. These proposed museums can be called Beta Museums, for their experimental and mutable character, always in process of development.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMultimidia interativaCiberneticaArquitetura de museusMuseu contemporâneoO museu Beta: estratégias para um museu sempre contemporâneoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmelga_o__lorena._o_museu_beta___estrat_gias_para_um_museu_sempre__contempor_neo.pdfapplication/pdf11492468https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/RAAO-8MHNMG/1/melga_o__lorena._o_museu_beta___estrat_gias_para_um_museu_sempre__contempor_neo.pdfa18599a0a24ab0d13304c3231b1ab75bMD51TEXTmelga_o__lorena._o_museu_beta___estrat_gias_para_um_museu_sempre__contempor_neo.pdf.txtmelga_o__lorena._o_museu_beta___estrat_gias_para_um_museu_sempre__contempor_neo.pdf.txtExtracted texttext/plain431643https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/RAAO-8MHNMG/2/melga_o__lorena._o_museu_beta___estrat_gias_para_um_museu_sempre__contempor_neo.pdf.txt7e05647532ef1b9c714c1b973a51d426MD521843/RAAO-8MHNMG2019-11-14 07:37:02.753oai:repositorio.ufmg.br:1843/RAAO-8MHNMGRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:37:02Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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