O redobro de clítico no português brasileiro dialetal
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/MGSS-AAPNQP |
Resumo: | Esta tese investiga estruturas de Redobro de Clítico (RC) no Português Brasileiro (PB) dialetal, a partir de dados orais e escritos de Minas Gerais. Sob a perspectiva da sintaxe formal, quatro problemas centrais são discutidos: (i) a opcionalidade das construções de RC no PB; (ii) a restrição de ocorrência dessas estruturas para a 1.ª e a 2.ª pessoas pronominais, apenas; (iii) a amplitude de contextos sintáticos que permitem o redobramento com as formas me e te; e (iv) o estatuto categorial das formas me e te. Argumentamos que as construções de RC do PB são casos de concordância opcional. Essa opcionalidade, no entanto, não é irrestrita, mas condicionada por um traço formal específico, qual seja, o traço [uautor:±], hospedado na projeção clítica ClP. É também devido a este traço que a ocorrência de RC se dá apenas com a 1.ª e a 2.ª pessoas. Uma vez que elementos de 3.ª pessoa não são especificados para o traço relevante da projeção clítica, eles não permitem a presença dessa projeção na derivação. Os RC no PB dialetal podem ocorrer com acusativos, dativos, possessivos, em construções de sujeito ECM, em miniorações e também com objetos dentro de expressões idiomáticas. Embora haja essa variedade de contextos, propomos que a estrutura básica do RC no PB é cl-V-DP. Para que a estrutura de RC seja possível, dois critérios precisam ser atendidos: (a) o DP precisa conter uma contraparte valorado do traço [autor]; e (b), é preciso que o argumento redobrado tenha seu traço de Caso valorado. Assumimos ainda que as formas me e te do PB dialetal não podem ser consideradas pronomes clíticos no sentido tradicional do termo, mas se aproximam do comportamento das marcas de concordância. A análise se filia, dessa forma, a uma corrente de propostas que localizam os fenômenos de RC dentro do conjunto das operações gerais de concordância. |
id |
UFMG_ef144574a7f775819cf7e572f48c1501 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/MGSS-AAPNQP |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Jania Martins RamosLorenzo Teixeira VitralLilian Teixeira de SousaMaria Aparecida Torres de MoraisHeloisa Maria Moreira Lima SallesRicardo Machado Rocha2019-08-14T06:23:21Z2019-08-14T06:23:21Z2016-02-18http://hdl.handle.net/1843/MGSS-AAPNQPEsta tese investiga estruturas de Redobro de Clítico (RC) no Português Brasileiro (PB) dialetal, a partir de dados orais e escritos de Minas Gerais. Sob a perspectiva da sintaxe formal, quatro problemas centrais são discutidos: (i) a opcionalidade das construções de RC no PB; (ii) a restrição de ocorrência dessas estruturas para a 1.ª e a 2.ª pessoas pronominais, apenas; (iii) a amplitude de contextos sintáticos que permitem o redobramento com as formas me e te; e (iv) o estatuto categorial das formas me e te. Argumentamos que as construções de RC do PB são casos de concordância opcional. Essa opcionalidade, no entanto, não é irrestrita, mas condicionada por um traço formal específico, qual seja, o traço [uautor:±], hospedado na projeção clítica ClP. É também devido a este traço que a ocorrência de RC se dá apenas com a 1.ª e a 2.ª pessoas. Uma vez que elementos de 3.ª pessoa não são especificados para o traço relevante da projeção clítica, eles não permitem a presença dessa projeção na derivação. Os RC no PB dialetal podem ocorrer com acusativos, dativos, possessivos, em construções de sujeito ECM, em miniorações e também com objetos dentro de expressões idiomáticas. Embora haja essa variedade de contextos, propomos que a estrutura básica do RC no PB é cl-V-DP. Para que a estrutura de RC seja possível, dois critérios precisam ser atendidos: (a) o DP precisa conter uma contraparte valorado do traço [autor]; e (b), é preciso que o argumento redobrado tenha seu traço de Caso valorado. Assumimos ainda que as formas me e te do PB dialetal não podem ser consideradas pronomes clíticos no sentido tradicional do termo, mas se aproximam do comportamento das marcas de concordância. A análise se filia, dessa forma, a uma corrente de propostas que localizam os fenômenos de RC dentro do conjunto das operações gerais de concordância.This dissertation investigates Clitic Doubling (CD) structures in dialectal Brazilian Portuguese (BP), taking into account oral and written data from the state of Minas Gerais. Under a formal syntax perspective, four core problems are discussed: (i) the optionality of BP CD constructions; (ii) the person restriction of occurrence of CD, limited to 1st and 2nd person pronouns only; (iii) the amplitude of syntactic contexts that allow doubling with the forms me and te; and (iv) the syntactic status of the forms me and te. We argue that BP CD constructions are instances of optional agreement. This optionality is not unrestricted, however, but conditioned by an specific formal feature, namely, [uauthor:±], which is hosted by the projection ClP. It is also due to this feature that CD takes place only with 1st and 2nd person. Since 3rd person elements are underspecified for the relevant feature of the clitic projection, they do not allow for that projection to be present in the derivation. Dialectal BP CD can occur with accusatives, datives, possessives and within ECM subject constructions, small-clauses and idioms. Despite this variety of contexts, we propose that the basic structure of BP CD is cl-V-DP. Two requirements must be met, for the CD structure to obtain: (a) the DP must bear a valued counterpart of the [author] feature; and (b) the doubled argument must have its Case feature valued. We also assume that the dialectal BP forms me and te cannot be treated as clitics pronouns, in traditional terms. Instead their behavior resembles agreement marks. Therefore this analysis is affiliated to a line of approaches that situate CD phenomena within a broader set of agreement operations.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLíngua portuguesa ConcordânciaLíngua portuguesa Regionalismos Minas GeraisLíngua portuguesa PronomesConcordânciaRedobro de clíticoVariação dialetal1ª e 2ª pessoasPronomesO redobro de clítico no português brasileiro dialetalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL1372d.pdfapplication/pdf2083725https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-AAPNQP/1/1372d.pdf73467cab3daa454839e1bb90f412ae19MD51TEXT1372d.pdf.txt1372d.pdf.txtExtracted texttext/plain227000https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-AAPNQP/2/1372d.pdf.txtba603296af5740240c730d9c1988e851MD521843/MGSS-AAPNQP2019-11-14 03:03:29.928oai:repositorio.ufmg.br:1843/MGSS-AAPNQPRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T06:03:29Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
O redobro de clítico no português brasileiro dialetal |
title |
O redobro de clítico no português brasileiro dialetal |
spellingShingle |
O redobro de clítico no português brasileiro dialetal Ricardo Machado Rocha Concordância Redobro de clítico Variação dialetal 1ª e 2ª pessoas Pronomes Língua portuguesa Concordância Língua portuguesa Regionalismos Minas Gerais Língua portuguesa Pronomes |
title_short |
O redobro de clítico no português brasileiro dialetal |
title_full |
O redobro de clítico no português brasileiro dialetal |
title_fullStr |
O redobro de clítico no português brasileiro dialetal |
title_full_unstemmed |
O redobro de clítico no português brasileiro dialetal |
title_sort |
O redobro de clítico no português brasileiro dialetal |
author |
Ricardo Machado Rocha |
author_facet |
Ricardo Machado Rocha |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Jania Martins Ramos |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Lorenzo Teixeira Vitral |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Lilian Teixeira de Sousa |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Maria Aparecida Torres de Morais |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Heloisa Maria Moreira Lima Salles |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ricardo Machado Rocha |
contributor_str_mv |
Jania Martins Ramos Lorenzo Teixeira Vitral Lilian Teixeira de Sousa Maria Aparecida Torres de Morais Heloisa Maria Moreira Lima Salles |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Concordância Redobro de clítico Variação dialetal 1ª e 2ª pessoas Pronomes |
topic |
Concordância Redobro de clítico Variação dialetal 1ª e 2ª pessoas Pronomes Língua portuguesa Concordância Língua portuguesa Regionalismos Minas Gerais Língua portuguesa Pronomes |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Língua portuguesa Concordância Língua portuguesa Regionalismos Minas Gerais Língua portuguesa Pronomes |
description |
Esta tese investiga estruturas de Redobro de Clítico (RC) no Português Brasileiro (PB) dialetal, a partir de dados orais e escritos de Minas Gerais. Sob a perspectiva da sintaxe formal, quatro problemas centrais são discutidos: (i) a opcionalidade das construções de RC no PB; (ii) a restrição de ocorrência dessas estruturas para a 1.ª e a 2.ª pessoas pronominais, apenas; (iii) a amplitude de contextos sintáticos que permitem o redobramento com as formas me e te; e (iv) o estatuto categorial das formas me e te. Argumentamos que as construções de RC do PB são casos de concordância opcional. Essa opcionalidade, no entanto, não é irrestrita, mas condicionada por um traço formal específico, qual seja, o traço [uautor:±], hospedado na projeção clítica ClP. É também devido a este traço que a ocorrência de RC se dá apenas com a 1.ª e a 2.ª pessoas. Uma vez que elementos de 3.ª pessoa não são especificados para o traço relevante da projeção clítica, eles não permitem a presença dessa projeção na derivação. Os RC no PB dialetal podem ocorrer com acusativos, dativos, possessivos, em construções de sujeito ECM, em miniorações e também com objetos dentro de expressões idiomáticas. Embora haja essa variedade de contextos, propomos que a estrutura básica do RC no PB é cl-V-DP. Para que a estrutura de RC seja possível, dois critérios precisam ser atendidos: (a) o DP precisa conter uma contraparte valorado do traço [autor]; e (b), é preciso que o argumento redobrado tenha seu traço de Caso valorado. Assumimos ainda que as formas me e te do PB dialetal não podem ser consideradas pronomes clíticos no sentido tradicional do termo, mas se aproximam do comportamento das marcas de concordância. A análise se filia, dessa forma, a uma corrente de propostas que localizam os fenômenos de RC dentro do conjunto das operações gerais de concordância. |
publishDate |
2016 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2016-02-18 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-08-14T06:23:21Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-08-14T06:23:21Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/MGSS-AAPNQP |
url |
http://hdl.handle.net/1843/MGSS-AAPNQP |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-AAPNQP/1/1372d.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MGSS-AAPNQP/2/1372d.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
73467cab3daa454839e1bb90f412ae19 ba603296af5740240c730d9c1988e851 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1797971417713606656 |