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Jose Raimundo Maia NetoIvan DominguesVitor Cei SantosPaulo Roberto Margutti PintoAlex Sander Luiz CamposAlex Lara Martins2019-08-14T06:55:36Z2019-08-14T06:55:36Z2018-09-18http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9BEPNA obra ficcional de Machado de Assis apresenta componentes céticos. De um lado, o ceticismo está alinhado a uma tradição de pensamento que pretende responder à crise de pensamento do século XVII sobre os critérios da fé, da verdade e do conhecimento natural. Este evento pode ser caracterizado pela retomada de argumentos céticos antigos durante o contexto da Reforma Protestante e de posições agostinianas. De outro lado, o ceticismo machadiano é mobilizado para explicar a moralidade e as relações sociais de uma comunidade bem localizada geograficamente. O conhecimento sobre a arte e a literatura não era obtido separadamente a outros bolsões culturais, como a ciência e a filosofia. A abertura para os fazeres artísticos, científicos e filosóficos, no caso da geração de Machado de Assis, ocorria ao redor da imprensa escrita. A tese principal é que a ficção machadiana apresenta uma alternativa à tradição que cristianiza o ceticismo. Percorreuse os caminhos desta tradição no Brasil, a partir da recepção do ecletismo de Victor Cousin e a sua interpretação pirrônica de Pascal. As questões decorrentes do processo histórico e filosófico da cristianização do ceticismo são redirecionadas pela ficção machadiana, de sorte que o resultado de sua reflexão seja aquilo que pretendo denominar de descristianização do ceticismo. Os estudos de fontes filosóficas já apontam Pascal como a principal influência filosófica de nosso literato. Considerando o contexto intelectual brasileiro do século XIX, eu pretendo mostrar que as desenvolturas autorreflexiva e aporética das narrativas têm como finalidade a reconstrução irônica de uma antropologia tipicamente pascaliana. A bestialização do ser humano e a crítica ao caráter opiniático das relações sociais são alguns dos temas pascalianos que a ficção urge descristianizar.The fictional work of Machado de Assis exhibits skeptical components. On the one hand, skepticism is aligned with an intellectual tradition that intends to respond to the 17th century intellectual crisis related to the criteria of faith, truth and natural knowledge. Such a philosophical event would be characterized by revitalizing ancient skeptical arguments in the face of a dispute around the Reformation and the revival of Augustinianism. On the other hand, Machados skepticism is mobilized to explain the morality and social relations of a well-localized community in which knowledge about art and literature was not obtained separately from other embodied cultural capital, such as science and philosophy. Around the written press, Machado de Assiss generation received and produced its artistic, scientific and philosophical acts. The main thesis is that Machados fiction presents an alternative to a tradition that Christianizes skepticism. The paths of this tradition in Brazil were analyzed from the standpoint of the reception of Victor Cousins eclecticism and Pyrrhonian interpretation of Pascal. The questions arising from the historical and philosophical development of the Christianization of skepticism are redirected by Machados fiction. The main consequence of this reflection is what I called the dechristianization of skepticism. Studies of Machados philosophical sources have already singled out Pascal as a major influence. Considering the 19th century Brazilian intellectual background, and its own reception of Pascals thought, I intend to show that the self-reflexive and aporetic developments of the Machadean narratives aimed an ironic reconstruction of a typically Pascalian anthropology. The beastliness of the human being and the view of the opinionated model of social relations are some of the Pascalian themes that fiction urges to dechristianize.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAssis, Machado de, 1839-1908Pascal, Blaise, 1623-1662FilosofiaCeticismoMachado de AssisBlaise PascalCeticismoDescristianizaçãoO anjo e a besta: Pascal, Machado de Assis e a descristianização do ceticismoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALalex_lara___tese_completo_final___com_ata.pdfapplication/pdf3279730https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9BEPN/1/alex_lara___tese_completo_final___com_ata.pdf8859c0cbaed583abedfe9e4fb58511faMD51TEXTalex_lara___tese_completo_final___com_ata.pdf.txtalex_lara___tese_completo_final___com_ata.pdf.txtExtracted texttext/plain839114https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9BEPN/2/alex_lara___tese_completo_final___com_ata.pdf.txt18ff0e1d0ed4dd6e345870df7595f583MD521843/BUOS-B9BEPN2019-11-14 12:33:34.869oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B9BEPNRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T15:33:34Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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