Atividade biológico de compostos ftalimido-Tiazóis sobre Leishmania infantum (Nicolle, 1908)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ALIANÇA, Amanda Silva dos Santos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17557
Resumo: A leishmaniose é uma doença infecciosa, não contagiosa de caráter zoonótico, causada por vários tipos de protozoários do gênero Leishmania. Em humanos, a doença apresenta três principais formas clínicas, dependendo das espécies envolvidas de Leishmania: a cutânea, mucocutânea e visceral (LV), sendo esta última a forma mais grave que quando não tratada pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. O agente etiológico da LV compreende Leishmania donovani na Índia e leste da África; Leishmania infantum na China, Ásia central, Europa, África, América do Sul e Central. Calcula-se que a prevalência mundial de leishmaniose esteja em torno de 12 milhões de pessoas, acometendo 80 países e com uma estimativa de 400.000 novos casos da doença por ano. O tratamento atual para a leishmaniose é baseado na utilização de antimoniais pentavalentes como o estibogluconato de sódio (Pentostan®) e o antimoniato de meglumina (Glucantime®), este apresenta várias dificuldades como toxicidade, via de administração intravenosa e tempo prolongado de tratamento, que levam a sua descontinuação. Diante deste cenário, os compostos sintéticos são de grande importância na terapêutica por representarem 85% dos fármacos disponíveis. As ftalimidas e os tiazóis são importantes classes de compostos sintéticos e apresentam amplo espectro de atividades biológicas, como ansiolítica, anti-Parkinson, anti-Alzheimer, analgésica, anti-inflamatória, imunomoduladora e antibacteriana. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade in vitro frente a L. infantum e a células de mamíferos de uma série de 15 derivados ftalimido-tiazóis. Os compostos foram avaliados frente a formas promastigotas e amastigotas de L. infantum, quanto à citotoxicidade frente a células vero, macrófagos J774 e macrófagos peritoneais, a produção de óxido nítrico e alterações sobre alvos intracelulares do parasito. Os resultados mostram que os compostos oriundos da hibridação da ftalimida com 1,3 tiazol apresentaram atividade leishmanicida contra formas promastigota de L. infantum, baixa citotoxicidade às células de mamíferos testadas e aumentaram a produção de ON em relação às células controles nos macrófagos não infectados. Os compostos 2j e 2m se mostraram como os mais potentes contra as formas promastigotas da série testada, estes foram testados frente as formas amastigotas, os compostos reduziram a sobrevivência de amastigotas intracelulares e apresentaram baixa citotoxicidade para os macrófagos peritoneais. Formas promastigotas tratadas com esses compostos apresentaram alterações ultraestruturais como: encolhimento do corpo celular, perda da integridade da membrana celular, vacuolização do citoplasma, perfis de membranas circundando organelas e inchaço da mitocôndria. Quando avaliada a marcação pelo iodeto de propídio e pela rodamina 123, formas promastigotas tratadas com os compostos 2j e 2m apresentaram aumento no número de células marcadas com o iodeto de propídio e induziram alterações significativas no potencial de membrana mitocondrial. Dessa maneira, os compostos ftalimido-tiazóis apresentam atividades leishmanicida e devem formar a base para futuros estudos experimentais.
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Calcula-se que a prevalência mundial de leishmaniose esteja em torno de 12 milhões de pessoas, acometendo 80 países e com uma estimativa de 400.000 novos casos da doença por ano. O tratamento atual para a leishmaniose é baseado na utilização de antimoniais pentavalentes como o estibogluconato de sódio (Pentostan®) e o antimoniato de meglumina (Glucantime®), este apresenta várias dificuldades como toxicidade, via de administração intravenosa e tempo prolongado de tratamento, que levam a sua descontinuação. Diante deste cenário, os compostos sintéticos são de grande importância na terapêutica por representarem 85% dos fármacos disponíveis. As ftalimidas e os tiazóis são importantes classes de compostos sintéticos e apresentam amplo espectro de atividades biológicas, como ansiolítica, anti-Parkinson, anti-Alzheimer, analgésica, anti-inflamatória, imunomoduladora e antibacteriana. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade in vitro frente a L. infantum e a células de mamíferos de uma série de 15 derivados ftalimido-tiazóis. Os compostos foram avaliados frente a formas promastigotas e amastigotas de L. infantum, quanto à citotoxicidade frente a células vero, macrófagos J774 e macrófagos peritoneais, a produção de óxido nítrico e alterações sobre alvos intracelulares do parasito. Os resultados mostram que os compostos oriundos da hibridação da ftalimida com 1,3 tiazol apresentaram atividade leishmanicida contra formas promastigota de L. infantum, baixa citotoxicidade às células de mamíferos testadas e aumentaram a produção de ON em relação às células controles nos macrófagos não infectados. Os compostos 2j e 2m se mostraram como os mais potentes contra as formas promastigotas da série testada, estes foram testados frente as formas amastigotas, os compostos reduziram a sobrevivência de amastigotas intracelulares e apresentaram baixa citotoxicidade para os macrófagos peritoneais. Formas promastigotas tratadas com esses compostos apresentaram alterações ultraestruturais como: encolhimento do corpo celular, perda da integridade da membrana celular, vacuolização do citoplasma, perfis de membranas circundando organelas e inchaço da mitocôndria. Quando avaliada a marcação pelo iodeto de propídio e pela rodamina 123, formas promastigotas tratadas com os compostos 2j e 2m apresentaram aumento no número de células marcadas com o iodeto de propídio e induziram alterações significativas no potencial de membrana mitocondrial. Dessa maneira, os compostos ftalimido-tiazóis apresentam atividades leishmanicida e devem formar a base para futuros estudos experimentais.CAPEsLeishmaniasis is an infectious disease, non-contagious with zoonotic characteristic, caused by several types of protozoa of the genus Leishmania. In humans, the disease has three main clinical forms, depending on the species of Leishmania involved: cutaneous, mucocutaneous and visceral, the latter being the more severe if left untreated can lead to death in more than 90% of cases. The etiologic agent of LV comprises Leishmania donovani in India and East Africa; Leishmania infantum in China, Central Asia, Europe, Africa, South and Central America. It is estimated that the worldwide prevalence of leishmaniasis is around 12 million people in 80 countries and 400,000 new cases per year. The current treatment for leishmaniasis is based on the use of pentavalent antimonials such as stibogluconate sodium (Pentostan®) and meglumine antimonate (Glucantime®), this presents several problems such as difficulties such as toxicity, intravenous route of administration and prolonged treatment, which leads to its discontinuation of the treatment. The phthalimides and thiazoles are important classes of synthetic compounds and have a broad spectrum of biological activities such as anxiolytic, anti-Parkinsons, anti-Alzheimer, analgesic, antiinflammatory, immunomodulating and antibacterial. This study aimed to evaluate the in vitro activity against L. infantum and mammalian cells in a series of 15-phthalimido thiazoles derivatives. The present work report the in vitro activity of a phthalimido-thiazoles derivatives series. The activities were evaluated against promastigotes and amastigotes of Leishmania infantum, front of cytotoxicity to vero cells, J774 macrophages and peritoneal macrophages, the effect on production of nitric oxide (NO) and changes of intracellular targets on the parasite. The results show that the compounds arising from the hybridization of phthalimido 1, 3 thiazole showed leishmanicidal activity against promastigotes forms of L. infantum, low cytotoxicity to mammalian cells and increased the NO production compared to control cells in uninfected macrophages. The compounds 2j and 2m are shown as the most potent against promastigotes of the test series, these were tested against amastigote forms, the compounds reduced the survival of intracellular amastigotes and showed low cytotoxicity peritoneal macrophages. The promastigotes treated with these compounds exhibited ultrastructural changes such as cell body shrinkage, loss of cell membrane integrity, vacuolization of the cytoplasm membranes surrounding organelles profiles and swelling of mitochondria. The compounds 2j and 2m were the most potent of the series tested and the parasites treated with these compounds showed ultrastructural changes such as cell body shrinkage, loss of cellular membrane integrity, vacuolization of cytoplasm, membrane profiles surrounding organelles and swelling of mitochondria. When assessed by propidium iodide tag and the rhodamine 123 promastigotes treated with the compounds 2j and 2m showed an increase in the number of cells stained with propidium iodide and induced significant changes in mitochondrial membrane potential. Thus, the phthalimido-thiazoles compounds have leishmanicide activities and should form the basis for future experimental studies.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Medicina TropicalUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessLeishmanioseLeishmaniose visceralLeishmania infantumFtalimidaTiazolLeishmaniasisVisceral LeishmaniasisLeishmania infantumPhthalimidoThiazolAtividade biológico de compostos ftalimido-Tiazóis sobre Leishmania infantum (Nicolle, 1908)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE_Amanda Aliança_digital.pdf.jpgTESE_Amanda Aliança_digital.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1223https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17557/5/TESE_Amanda%20Alian%c3%a7a_digital.pdf.jpg770f5c2779ec01fa1f0ce8192946af3dMD55ORIGINALTESE_Amanda Aliança_digital.pdfTESE_Amanda Aliança_digital.pdfTESEapplication/pdf2689265https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17557/1/TESE_Amanda%20Alian%c3%a7a_digital.pdf0b25cf703fd666da539c3034a8c40823MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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