Força de mordida e atividade elétrica dos músculos mastigatórios em pessoas com doença de Parkinson

• Autor(a) principal: SILVA, Taysa Vannoska de Almeida
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30987
• topic: Doença de Parkinson; Eletromiografia; Força de mordida; Músculos mastigatórios; Transtornos da articulação temporomandibular

A doença de Parkinson (DP) é uma síndrome clínica degenerativa e progressiva, do sistema nervoso central, apresentando as seguintes manifestações motoras: tremor de repouso, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural. Tais sinais e sintomas levam a movimentos mandibulares involuntários e a dificuldade em deglutir devido aos déficits motores da faringe, o que compromete a função mastigatória que pode ser avaliada através da força de mordida (FM) e eletromiografia de superfície (EMGs). Portanto o objetivo dessa pesquisa foi analisar a atividade elétrica dos músculos masseter e temporal anterior durante a força de mordida em pessoas com DP e correlacionar com: os estágios da doença, o sexo, a idade, o uso de prótese e o diagnóstico de disfunção temporomandibular. Trata-se de um estudo analítico, realizado em pessoas com DP, desenvolvido no Ambulatório de Neurologia do Hospital das Clínicas e na Associação de Parkinson de Pernambuco. O equipamento utilizado para a EMGs foi o eletromiógrafo de superfície de 8 canais, onde o sinal captado foi ampliado 2000 vezes, filtrado (passa banda 20-500 Hz) e digitalizado (8 KHz, 2 KHz por canal), e para a FM foi utilizado um dinamômetro conectado ao aparelho da EMGs. Os participantes foram avaliados quanto aos critérios de elegibilidade, e se elegíveis eram aplicado o Critério de Diagnóstico para Pesquisa em Disfunção Temporomandibular (RDC/DTM), e realizavam a EMGs e a FM. Os dados obtidos foram transformados em Log10 e analisados pelo test T independente (p<0,05), para comparação entre os estágios da doença foi utilizado o teste Anova (one way) e para correlação, Root Mean Square médio (RMSmédio) e FM, o coeficiente de Pearson. Foram avaliadas 109 pessoas com DP, destas 42 se encontravam dentro dos critérios de elegibilidade do estudo, apresentando idade média de 63(±9) anos, 64% eram do sexo masculino, 45% encontravam-se no estágio 2 da doença e 60% teve lado de início dos sintomas o esquerdo. Observou-se uma maior atividade elétrica dos músculos mastigatórios do lado esquerdo, sem diferença entre os estágios da doença. Contudo verificou-se uma associação significativa nos grupos quanto ao: sexo, a idade, o uso de prótese e a presença de DTM entre músculos e entre lados. A FM diminuiu com relação ao estágio doença, o aumento da idade e a presença de DTM. Verificou-se uma associação significativa entre o sexo e ambos os lados direito (p=0,001) e esquerdo (p =0,04); e entre o uso de prótese e o lado direito (p= 0,03). Além disso, uma correlação significativa foi observada entre RMSmédio e FM para o lado direito (r=0,811, p<0,0001) e lado esquerdo (r=0,6667, p<0,0001). Verificou-se que: ser do sexo feminino, idoso, usar prótese, e ter DTM são fatores que reduzem o potencial elétrico dos músculos mandibulares, e contribuem para a diminuição da força de mordida em pessoas com DP. Tais informações são importantes para o monitoramento da mastigação de pessoas com DP utilizando a EMGs e a FM por serem testes de triagem simples, prático, e de grande importância na detecção das alterações mastigatórias.