O belo sensível na Filosofia da natureza de Santo Agostinho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BRANDÂO, Ricardo Evangelista
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14931
Resumo: O objetivo da presente tese é investigar a fundamentação da beleza sensível na cosmologia de Santo Agostinho, que emerge da sintetização das influências neoplatônica-plotiniana e escriturística-cristã em seu contínuo debate com os maniqueus, detectando os principais problemas levantados pelos discípulos de Mani, os quais defendiam a existência da fealdade no cosmos, apontando como causa deste feio sensível o fato de terem sido emanados da mistura das duas substâncias ontológicas eternas originárias do mundo; a luz, que é a própria beleza e fonte de tudo o que é belo; e as trevas, que é o feio em si, e origem de toda a fealdade. Na intenção de refutar as citadas ideias, o Hiponense obstinadamente defendeu uma natureza ontologicamente bela, utilizando assim categorias estéticas extremamente amplas, notadamente: similitudine, aequalitas, congruentia partium, numerus, unitas e a integritas, para que fossem englobadas até mesmo aquelas criaturas que são aparentemente despidas de evidentes atrativos de beleza, segundo a ótica humana. Entre as categorias citadas, a unitas é a categoria estética ontológica, que fundamenta a beleza e o ser ou existir das criaturas. Logo, tudo o que é belo o é graças à unidade, ou melhor, possui algum grau de unidade, e as outras categorias estéticas mencionadas, realizam a unidade na multiplicidade. As categorias estéticas da similitudine, aequalitas, cogruentia e do numerus, são como graus, ou manifestações da unitas no cosmos sensível. Sendo a unitas o fundamento ontológico e estético de todas as criaturas, não é possível encontrar criaturas despidas de unidade e, consequentemente, de beleza, visto que a beleza é ontológica porque a unitas que é o fundamento sensível da beleza sensível igualmente é ontológica. De forma que se uma criatura existe, ela necessariamente possui unitas e é pulchra. A unitas sem dúvida é o fundamento sensível das belezas sensíveis, todavia como bom neoplatônico cristão, no Filósofo de Hipona existe um fundamento último para qualquer beleza, que é o fundamento inteligível. Segundo Ele, o fundamento inteligível da beleza sensível é a Summe Unam (Deus). Com efeito, Deus é o fundamento da beleza sensível por ser o criador de todas as belezas, como também pelo fato d‟Ele próprio ser a própria beleza em si, a beleza absoluta. Assim, o cosmos sensível possui universalmente a unidade, e, portanto, é universalmente belo porque foi criado por um Deus absolutamente belo, e igualmente por participar e imitar essa unidade e beleza suprema. O modus operandi dessa relação das belezas sensíveis com a Beleza inteligível, se dá mediante participação e imitação do projeto intelectual disposto na pessoa do Verbo. Assim sendo, com o fundamento sensível e inteligível da beleza sensível, o Filósofo de Hipona, imbuído pelo debate antimaniqueu, costurou uma teoria do belo sensível que superasse todos os ataques maniqueus à beleza e bondade do cosmos, tomando como base teórica para construção dessa estética a filosofia neoplatônica. Todavia, ele era um Filósofo cristão, e a teologia cristã está indelevelmente presente em seu esforço intelectual filosófico, de forma que o neoplatonismo utilizado pelo Pensador foi um neoplatonismo modificado com categorias cristãs.
id UFPE_ca9855456768a491000533f10d7d0edd
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/14931
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling BRANDÂO, Ricardo Evangelistahttp://lattes.cnpq.br/2606696034610548http://lattes.cnpq.br/1136821185537508COSTA, Marcos Roberto Nunes2016-01-19T17:16:06Z2016-01-19T17:16:06Z2016-01-11https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14931O objetivo da presente tese é investigar a fundamentação da beleza sensível na cosmologia de Santo Agostinho, que emerge da sintetização das influências neoplatônica-plotiniana e escriturística-cristã em seu contínuo debate com os maniqueus, detectando os principais problemas levantados pelos discípulos de Mani, os quais defendiam a existência da fealdade no cosmos, apontando como causa deste feio sensível o fato de terem sido emanados da mistura das duas substâncias ontológicas eternas originárias do mundo; a luz, que é a própria beleza e fonte de tudo o que é belo; e as trevas, que é o feio em si, e origem de toda a fealdade. Na intenção de refutar as citadas ideias, o Hiponense obstinadamente defendeu uma natureza ontologicamente bela, utilizando assim categorias estéticas extremamente amplas, notadamente: similitudine, aequalitas, congruentia partium, numerus, unitas e a integritas, para que fossem englobadas até mesmo aquelas criaturas que são aparentemente despidas de evidentes atrativos de beleza, segundo a ótica humana. Entre as categorias citadas, a unitas é a categoria estética ontológica, que fundamenta a beleza e o ser ou existir das criaturas. Logo, tudo o que é belo o é graças à unidade, ou melhor, possui algum grau de unidade, e as outras categorias estéticas mencionadas, realizam a unidade na multiplicidade. As categorias estéticas da similitudine, aequalitas, cogruentia e do numerus, são como graus, ou manifestações da unitas no cosmos sensível. Sendo a unitas o fundamento ontológico e estético de todas as criaturas, não é possível encontrar criaturas despidas de unidade e, consequentemente, de beleza, visto que a beleza é ontológica porque a unitas que é o fundamento sensível da beleza sensível igualmente é ontológica. De forma que se uma criatura existe, ela necessariamente possui unitas e é pulchra. A unitas sem dúvida é o fundamento sensível das belezas sensíveis, todavia como bom neoplatônico cristão, no Filósofo de Hipona existe um fundamento último para qualquer beleza, que é o fundamento inteligível. Segundo Ele, o fundamento inteligível da beleza sensível é a Summe Unam (Deus). Com efeito, Deus é o fundamento da beleza sensível por ser o criador de todas as belezas, como também pelo fato d‟Ele próprio ser a própria beleza em si, a beleza absoluta. Assim, o cosmos sensível possui universalmente a unidade, e, portanto, é universalmente belo porque foi criado por um Deus absolutamente belo, e igualmente por participar e imitar essa unidade e beleza suprema. O modus operandi dessa relação das belezas sensíveis com a Beleza inteligível, se dá mediante participação e imitação do projeto intelectual disposto na pessoa do Verbo. Assim sendo, com o fundamento sensível e inteligível da beleza sensível, o Filósofo de Hipona, imbuído pelo debate antimaniqueu, costurou uma teoria do belo sensível que superasse todos os ataques maniqueus à beleza e bondade do cosmos, tomando como base teórica para construção dessa estética a filosofia neoplatônica. Todavia, ele era um Filósofo cristão, e a teologia cristã está indelevelmente presente em seu esforço intelectual filosófico, de forma que o neoplatonismo utilizado pelo Pensador foi um neoplatonismo modificado com categorias cristãs.CAPESThe goal of this thesis is to investigate the substantiation of St. Augustine's cosmology which emerges from the syntheses of neoplatonic-plotinian and christian scriptural influences in their ongoing debate with the Manichaeans, identifying the main problems raised by the disciples of Mani, who defended the existence of ugliness in the cosmos, pointing out as the cause of this sensible ugliness the fact that they had been emanated from the mixture of the two originary eternal ontological substances of the world; light, which is the very source of beauty and all that is beautiful; and darkness, which is ugly in itself, and origin of all ugliness. Wanting to refute the aforementioned ideas, the Hipponian philosopher unyieldingly defended an ontologically beautiful nature, thereby using extremely broad aesthetic categories, namely: similitudine, aequalitas, congruentia partium, numerus, unitas and integritas, so that even those creatures that are apparently devoid of obvious appeals of beauty, according to human perspective, were encompassed. Among the categories mentioned above, unitas is the ontological aesthetic category, which substantiates the beauty and the being or existence of creatures. Therefore, all that is beautiful is this way thanks to the unit, or better, has some degree of unity, and other mentioned aesthetic categories, constitutes unity in multiplicity. Aesthetic categories similitudine, aequalitas, cogruentia and numerus are like degrees, or manifestations of unitas in the sensible cosmos. Unitas being the ontological and aesthetic foundation of all creatures, it is not possible to find creatures lacking unity and therefore, beauty, since beauty is ontological because unitas, which is the sensible foundation of sensible beauty, is also ontological. So that if there is a creature, it necessarily has unitas and is pulchra. Unitas is undoubtedly the foundation of sensible beauties, but as a nice christian neoplatonist, according to the Philosopher of Hippo, there is an ultimate foundation for any beauty, which is the intelligible basis. According to Him, the intelligible ground of sensible beauty is Summe Unam (God). Indeed, God is the foundation of sensible beauty for being the creator of all beauties, but also by the fact that He Himself is his own beauty in itself, an absolute beauty. Thus, the sensitive cosmos universally has the unity, and thus is universally beautiful because it was created by an absolutely beautiful God, and also due to participating and emulating this unity and supreme beauty. The modus operandi of the relationship between sensible beauty and intelligible beauty occurs through participation and imitation of the intellectual project disposed in the person of the Word. Thus, with the sensible and intelligible ground of sensible beauty, the Philosopher of Hippo, imbued by the anti-manichaean debate, sewed a theory of sensible beauty that surpassed all Manichaean attacks on the beauty and goodness of the cosmos, taking as theoretical basis for building this aesthetics the neo-platonic philosophy. However, he was a christian philosopher, and christian theology is indelibly present in his philosophical intellectual effort, hence the neoplatonism used by the Thinker was a modified platonism with christian categories.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em FilosofiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessBelo Sensível.Estética.Cosmologia.Santo Agostinho.O belo sensível na Filosofia da natureza de Santo Agostinhoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTese de Ricardo Brandão - Texto Final.pdf.jpgTese de Ricardo Brandão - Texto Final.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1170https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14931/5/Tese%20de%20Ricardo%20Brand%c3%a3o%20-%20Texto%20Final.pdf.jpga0678174898fee5986055fe01c91300aMD55ORIGINALTese de Ricardo Brandão - Texto Final.pdfTese de Ricardo Brandão - Texto Final.pdfapplication/pdf2004162https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14931/1/Tese%20de%20Ricardo%20Brand%c3%a3o%20-%20Texto%20Final.pdfaf2d6d36f38a9dd99a1a14bf4a9e2499MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81232https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14931/2/license_rdf66e71c371cc565284e70f40736c94386MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14931/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTTese de Ricardo Brandão - Texto Final.pdf.txtTese de Ricardo Brandão - Texto Final.pdf.txtExtracted texttext/plain791753https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14931/4/Tese%20de%20Ricardo%20Brand%c3%a3o%20-%20Texto%20Final.pdf.txtf29db30e43a24ba1e9113def9abbd892MD54123456789/149312019-10-25 08:47:16.73oai:repositorio.ufpe.br:123456789/14931TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T11:47:16Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O belo sensível na Filosofia da natureza de Santo Agostinho
title O belo sensível na Filosofia da natureza de Santo Agostinho
spellingShingle O belo sensível na Filosofia da natureza de Santo Agostinho
BRANDÂO, Ricardo Evangelista
Belo Sensível.
Estética.
Cosmologia.
Santo Agostinho.
title_short O belo sensível na Filosofia da natureza de Santo Agostinho
title_full O belo sensível na Filosofia da natureza de Santo Agostinho
title_fullStr O belo sensível na Filosofia da natureza de Santo Agostinho
title_full_unstemmed O belo sensível na Filosofia da natureza de Santo Agostinho
title_sort O belo sensível na Filosofia da natureza de Santo Agostinho
author BRANDÂO, Ricardo Evangelista
author_facet BRANDÂO, Ricardo Evangelista
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2606696034610548
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1136821185537508
dc.contributor.author.fl_str_mv BRANDÂO, Ricardo Evangelista
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv COSTA, Marcos Roberto Nunes
contributor_str_mv COSTA, Marcos Roberto Nunes
dc.subject.por.fl_str_mv Belo Sensível.
Estética.
Cosmologia.
Santo Agostinho.
topic Belo Sensível.
Estética.
Cosmologia.
Santo Agostinho.
description O objetivo da presente tese é investigar a fundamentação da beleza sensível na cosmologia de Santo Agostinho, que emerge da sintetização das influências neoplatônica-plotiniana e escriturística-cristã em seu contínuo debate com os maniqueus, detectando os principais problemas levantados pelos discípulos de Mani, os quais defendiam a existência da fealdade no cosmos, apontando como causa deste feio sensível o fato de terem sido emanados da mistura das duas substâncias ontológicas eternas originárias do mundo; a luz, que é a própria beleza e fonte de tudo o que é belo; e as trevas, que é o feio em si, e origem de toda a fealdade. Na intenção de refutar as citadas ideias, o Hiponense obstinadamente defendeu uma natureza ontologicamente bela, utilizando assim categorias estéticas extremamente amplas, notadamente: similitudine, aequalitas, congruentia partium, numerus, unitas e a integritas, para que fossem englobadas até mesmo aquelas criaturas que são aparentemente despidas de evidentes atrativos de beleza, segundo a ótica humana. Entre as categorias citadas, a unitas é a categoria estética ontológica, que fundamenta a beleza e o ser ou existir das criaturas. Logo, tudo o que é belo o é graças à unidade, ou melhor, possui algum grau de unidade, e as outras categorias estéticas mencionadas, realizam a unidade na multiplicidade. As categorias estéticas da similitudine, aequalitas, cogruentia e do numerus, são como graus, ou manifestações da unitas no cosmos sensível. Sendo a unitas o fundamento ontológico e estético de todas as criaturas, não é possível encontrar criaturas despidas de unidade e, consequentemente, de beleza, visto que a beleza é ontológica porque a unitas que é o fundamento sensível da beleza sensível igualmente é ontológica. De forma que se uma criatura existe, ela necessariamente possui unitas e é pulchra. A unitas sem dúvida é o fundamento sensível das belezas sensíveis, todavia como bom neoplatônico cristão, no Filósofo de Hipona existe um fundamento último para qualquer beleza, que é o fundamento inteligível. Segundo Ele, o fundamento inteligível da beleza sensível é a Summe Unam (Deus). Com efeito, Deus é o fundamento da beleza sensível por ser o criador de todas as belezas, como também pelo fato d‟Ele próprio ser a própria beleza em si, a beleza absoluta. Assim, o cosmos sensível possui universalmente a unidade, e, portanto, é universalmente belo porque foi criado por um Deus absolutamente belo, e igualmente por participar e imitar essa unidade e beleza suprema. O modus operandi dessa relação das belezas sensíveis com a Beleza inteligível, se dá mediante participação e imitação do projeto intelectual disposto na pessoa do Verbo. Assim sendo, com o fundamento sensível e inteligível da beleza sensível, o Filósofo de Hipona, imbuído pelo debate antimaniqueu, costurou uma teoria do belo sensível que superasse todos os ataques maniqueus à beleza e bondade do cosmos, tomando como base teórica para construção dessa estética a filosofia neoplatônica. Todavia, ele era um Filósofo cristão, e a teologia cristã está indelevelmente presente em seu esforço intelectual filosófico, de forma que o neoplatonismo utilizado pelo Pensador foi um neoplatonismo modificado com categorias cristãs.
publishDate 2016
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-01-19T17:16:06Z
dc.date.available.fl_str_mv 2016-01-19T17:16:06Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-01-11
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14931
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14931
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Filosofia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14931/5/Tese%20de%20Ricardo%20Brand%c3%a3o%20-%20Texto%20Final.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14931/1/Tese%20de%20Ricardo%20Brand%c3%a3o%20-%20Texto%20Final.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14931/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14931/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14931/4/Tese%20de%20Ricardo%20Brand%c3%a3o%20-%20Texto%20Final.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv a0678174898fee5986055fe01c91300a
af2d6d36f38a9dd99a1a14bf4a9e2499
66e71c371cc565284e70f40736c94386
4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08
f29db30e43a24ba1e9113def9abbd892
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1793515640471945216