As vivências das pessoas com o transplante renal.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Bianca Pozza dos
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
Texto Completo: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5792
Resumo: A insuficiência renal crônica consiste na perda das funções realizadas pelos rins, levando a graves problemas na saúde da pessoa. Entre os tratamentos adotados, o transplante configura-se na melhor modalidade terapêutica por proporcionar qualidade de vida. Mesmo o sendo bem sucedido, ele não significa a cura, a pessoa continua a ser portadora da doença renal. Assim, ela passa a depender de cuidados que visam à manutenção da saúde. Este estudo objetivou conhecer as vivências das pessoas com o transplante renal por meio da Técnica dos Incidentes Críticos, possuindo caráter qualitativo, do tipo descritivo. Foram entrevistadas 20 pessoas com o transplante renal, durante o período de maio a julho de 2013. A abordagem foi realizada por meio do contato telefônico, no intuito de convidar os transplantados a participar do estudo. Após o aceite, foram agendados os encontros. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada. Após, realizou-se a análise de conteúdo, por meio de uma leitura minuciosa e contínua, de modo a isolar a situação ocorrida, os comportamentos emitidos e as consequências resultantes, classificando-os de forma positiva e/ou negativa. Houve 683 incidentes críticos. Desses, 450 situações (272 positivas e 178 negativas), 141 comportamentos (108 positivos e 33 negativos) e 92 consequências (19 positivas e 73 negativas). Perante esses achados, observou-se que o transplante promove uma melhora na qualidade de vida, ao libertar a pessoa com insuficiência renal crônica do tratamento dialítico. Ademais, permite o retorno às atividades sociais, laborais e intelectuais, que foram rompidas após o estabelecimento da doença, melhorando assim, o estado físico e psicológico. Entretanto, a pessoa não está livre da doença renal, uma vez que passa a adotar novos cuidados com a saúde, atentando à alimentação, à ingesta hídrica, à higiene, aos medicamentos imunossupressores, além das restrições em algumas atividades e das constantes revisões clínicas, convivendo ainda, com o risco da rejeição do órgão transplantado e a possibilidade de retorno à terapia dialítica. Como fatores preocupantes que possam acarretar limitações na vida, bem como prejuízos na manutenção da saúde, destacaram-se a presença de efeitos colaterais das medicações imunossupressoras, a falta de orientações sobre como proceder em determinadas ocasiões e a assistência deficitária do sistema de saúde. Em virtude da ocorrência de fatores, tanto positivos, quanto negativos, implicados na vida da pessoa com o transplante renal, acredita-se que a Técnica dos Incidentes Críticos utilizada neste estudo, contribuiu para o conhecimento da sua vivência.