Consumo de alimentos ultraprocessados e interleucina-6 sérica na vida adulta

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Francine Silva dos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
Texto Completo: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9246
Resumo: A interleucina-6 (IL-6) apresenta relação causal com doenças cardiovasculares, as quais são a principal causa de morbimortalidade no mundo. Um dos principais fatores de risco comportamentais para as doenças cardiovasculares é a alimentação não saudável e o consumo de alimentos ultraprocessados tem sido observado em diversas populações, em nível mundial. Ainda, é crescente o corpo de evidências sobre a relação entre consumo de alimentos ultraprocessados e danos à saúde. Portanto, o primeiro artigo da presente tese teve por objetivo revisar a literatura para compreender a relação entre o grau de processamento de alimentos e fatores metabólicos de risco cardiovascular. Conclui-se que o consumo de alimentos ultraprocessados pode aumentar o risco para obesidade em adultos, com nível de evidência moderada. No segundo artigo foi investigada a associação dos fatores socioeconômicos e comportamentais com a concentração sérica de IL-6 aos 30 anos de idade, utilizando dados de 2809 participantes da Corte de Nascimentos de 1982 – Pelotas/ RS. Entre os homens, baixa escolaridade e tabagismo foram relacionadas com dosagens médias mais elevadas de IL-6 sérica, enquanto a ancestralidade africana e a menor renda estiveram associadas às concentrações mais elevadas desse biomarcador inflamatório nas mulheres. E ainda, a atividade física apresentou relação inversa com a média de IL-6 entre mulheres. Em ambos os sexos, a adiposidade foi o principal preditor da concentração sérica desse biomarcador. Por fim, o terceiro artigo desta tese propôs avaliar, longitudinalmente, a associação entre consumo de alimentos ultraprocessados e inflamação crônica, mensurada por IL-6 sérica, e investigar o papel mediador de adiposidade nesta associação. Foram analisados dados de dois estudos de coorte de Portugal (n = 524) e do Brasil (n = 2888). Mulheres da coorte portuguesa, pertencentes ao terceiro (2,20 pg/mL; IC 95% 1,60; 3,01) e quarto (2,64 pg/mL; IC 95% 1,89; 3,69) quartis de consumo de alimentos ultraprocessados apresentaram maior média de IL-6 comparada aquelas do primeiro (1,31 pg/mL; IC 95% 0,95; 1,82). Em Pelotas, homens pertencentes ao terceiro (1,50 pg/mL; IC 95% 1,41; 1,59) e quarto (1,59 pg/mL; IC 95% 1,49; 1,70) quartis de consumo de alimentos ultraprocessados tinham maior média de IL-6 do que aqueles do primeiro (1,40 pg/mL; IC 95% 1,32; 1,49). O valor-p de tendência linear foi significativo (<0.01) em ambos os achados. Ainda, não houve evidência estatística de que adiposidade seja um mediador da relação entre alimentos ultraprocessados e interleucina-6.
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spelling 2023-04-04T22:58:22Z2023-04-04T22:58:22Z2021-03-18SANTOS, Francine Silva. Consumo de alimentos ultraprocessados e interleucina-6 sérica na vida adulta. Orientadora: Denise Petrucci Gigante. 2021. 224 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2021.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9246A interleucina-6 (IL-6) apresenta relação causal com doenças cardiovasculares, as quais são a principal causa de morbimortalidade no mundo. Um dos principais fatores de risco comportamentais para as doenças cardiovasculares é a alimentação não saudável e o consumo de alimentos ultraprocessados tem sido observado em diversas populações, em nível mundial. Ainda, é crescente o corpo de evidências sobre a relação entre consumo de alimentos ultraprocessados e danos à saúde. Portanto, o primeiro artigo da presente tese teve por objetivo revisar a literatura para compreender a relação entre o grau de processamento de alimentos e fatores metabólicos de risco cardiovascular. Conclui-se que o consumo de alimentos ultraprocessados pode aumentar o risco para obesidade em adultos, com nível de evidência moderada. No segundo artigo foi investigada a associação dos fatores socioeconômicos e comportamentais com a concentração sérica de IL-6 aos 30 anos de idade, utilizando dados de 2809 participantes da Corte de Nascimentos de 1982 – Pelotas/ RS. Entre os homens, baixa escolaridade e tabagismo foram relacionadas com dosagens médias mais elevadas de IL-6 sérica, enquanto a ancestralidade africana e a menor renda estiveram associadas às concentrações mais elevadas desse biomarcador inflamatório nas mulheres. E ainda, a atividade física apresentou relação inversa com a média de IL-6 entre mulheres. Em ambos os sexos, a adiposidade foi o principal preditor da concentração sérica desse biomarcador. Por fim, o terceiro artigo desta tese propôs avaliar, longitudinalmente, a associação entre consumo de alimentos ultraprocessados e inflamação crônica, mensurada por IL-6 sérica, e investigar o papel mediador de adiposidade nesta associação. Foram analisados dados de dois estudos de coorte de Portugal (n = 524) e do Brasil (n = 2888). Mulheres da coorte portuguesa, pertencentes ao terceiro (2,20 pg/mL; IC 95% 1,60; 3,01) e quarto (2,64 pg/mL; IC 95% 1,89; 3,69) quartis de consumo de alimentos ultraprocessados apresentaram maior média de IL-6 comparada aquelas do primeiro (1,31 pg/mL; IC 95% 0,95; 1,82). Em Pelotas, homens pertencentes ao terceiro (1,50 pg/mL; IC 95% 1,41; 1,59) e quarto (1,59 pg/mL; IC 95% 1,49; 1,70) quartis de consumo de alimentos ultraprocessados tinham maior média de IL-6 do que aqueles do primeiro (1,40 pg/mL; IC 95% 1,32; 1,49). O valor-p de tendência linear foi significativo (<0.01) em ambos os achados. Ainda, não houve evidência estatística de que adiposidade seja um mediador da relação entre alimentos ultraprocessados e interleucina-6.Interleukin-6 (IL-6) presents a causal relationship with cardiovascular diseases, which are the main cause of morbidity and mortality worldwide. One of the most important behavioural risk factors of cardiovascular diseases is an unhealthy diet, and the consumption of ultra-processed foods has been observed among several populations worldwide. Besides, there is a growing body of evidence on the relationship between consumption of ultra-processed foods and damage to health. Therefore, the first article of this thesis aimed to review the literature to understand the relationship between food processing and cardiometabolic risk factors. It was concluded that the consumption of ultra-processed foods may increase the risk for obesity among adults, with moderate level of evidence. In the second article, socioeconomic and behavioural factors associated with the serum concentration of IL-6 at 30 years of age were investigated, using data from 2809 participants of the 1982 Pelotas Birth Cohort. Among men, low education and smoking were associated with serum IL-6, while African ancestry and lower-income were associated with the highest concentrations of this inflammatory biomarker among women. Also, physical activity showed an inverse relationship with mean IL-6 among women. In both sexes, adiposity was the main predictor of serum concentrations of this biomarker. Finally, the third article of this Ph.D. thesis aimed to evaluate longitudinally the association between consumption of ultra-processed foods and chronic inflammation, measured by serum IL-6, and to investigate the mediating role of adiposity in this association. We analysed two cohort studies data from Portugal (n = 524) and Brazil (n = 2888). Females from the EPITeen belonging to the third (2.20 pg/mL; 95% CI 1.60; 3.01) and fourth (2,64 pg/mL; 95% CI 1.89; 3.69) quartiles of UPF consumption had higher mean IL-6 compared to those from the first quartile (1.31 pg/mL; 95% CI 0.95; 1.82). In Pelotas, males who were within the third (1.50 pg/mL; 95% CI 1.41; 1.59) and fourth (1.59 pg/mL; 95% CI 1.49; 1.70) quartiles of UPF consumption had higher means of IL-6 than those from the first (1.40 pg/mL; 95% CI 1.32; 1.49). The p-value of linear trend was significant (< 0.01) in both findings. Furthermore, there was no statistical evidence that adiposity is a mediator of the relationship between ultra-processed foods and interleukin-6.Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPqCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESporUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaUFPelBrasilFaculdade de MedicinaCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::EPIDEMIOLOGIAEpidemiologiaEpidemiologyInterleucina-6Consumo de alimentosAlimentos industrializadosDoenças cardiovascularesInterleukin-6Food consumptionIndustrialized foodsCardiovascular diseasesConsumo de alimentos ultraprocessados e interleucina-6 sérica na vida adultaConsumption of ultra-processed food and serum interleukin-6 in adulthoodinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisMintem, Gicele CostaOliveira, Isabel Oliveira deGigante, Denise PetrucciSantos, Francine Silva dosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTTese_Francine_Silva_dos_Santos.pdf.txtTese_Francine_Silva_dos_Santos.pdf.txtExtracted texttext/plain379181http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9246/6/Tese_Francine_Silva_dos_Santos.pdf.txt022024d6028c41258aa4c534efba77c1MD56open accessTHUMBNAILTese_Francine_Silva_dos_Santos.pdf.jpgTese_Francine_Silva_dos_Santos.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1341http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9246/7/Tese_Francine_Silva_dos_Santos.pdf.jpg4d8865a8bd3ec572b34925e0b28a5151MD57open accessORIGINALTese_Francine_Silva_dos_Santos.pdfTese_Francine_Silva_dos_Santos.pdfapplication/pdf3887557http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9246/1/Tese_Francine_Silva_dos_Santos.pdf70ca5b1ab5d2beb1537a5e63fa160094MD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; 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