CAPITAL SOCIAL E DEMOCRACIA: A CONFIANÇA REALMENTE IMPORTA?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Manoel Leonardo
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Rocha, Enivaldo Carvalho da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Sociologia e Política
Texto Completo: https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31667
Resumo: Recentemente é possível encontrar esforços no sentido de aproximar duas abordagens até então tomadascomo antagônicas e inconciliáveis. Trata-se de uma tentativa de intermediar visões que, de um lado, enfatizama importância das escolhas estratégicas dos indivíduos, e de outro as que privilegiam a importância históricade normas e instituições sócio-culturais nos resultados sociais e políticos. Esse artigo procura seinserir nesse debate e, nesse contexto, a pergunta a cultura importa? faz todo o sentido. Partindo dessaquestão procuramos analisar empiricamente a relevância estatística de um valor cultural específico, ocapital social, para a qualidade da democracia. O esforço realizado consiste em esclarecer empiricamentese o capital social (aqui entendido a partir dos indicadores de confiança interpessoal, confiança nasinstituições e confiança política) está relacionado com a qualidade da democracia (aqui mensurada apartir de dois indicadores – Freedom House e The Economic Inteligence Unit). Como conclusão o artigosugere que se levarmos em consideração exclusivamente o conceito de confiança interpessoal como medidapara o capital social, não podemos definitivamente considerar que o capital social é um valor culturalrelevante para democracia. No que diz respeito à confiança nas instituições, a sua correlação negativa como grau de democratização dos países estudados mostra claramente que o circulo virtuoso sugerido porPutnam não se confirma. A erosão da confiança nos governos em regimes democráticos é uma forte evidênciade que não há associação positiva, virtuosa, entre confiança, cultura cívica, ou qualquer outra denominaçãoque se sugira dar na tentativa de construir um mecanismo causal entre capital social e democracia.Não obstante os resultados negativos e os limites apontados em relação ao alcance da teoria do capitalsocial, o texto aponta para um debate em construção e com perspectivas promissoras.
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